Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
— O garanhão que monta o mundo — sussurrou Drogo em voz rouca.<br />
As suas mãos ainda cheiravam a sangue <strong>de</strong> cavalo. Mor<strong>de</strong>u-lhe a garganta,<br />
com força, no momento do prazer, e quando a ergueu <strong>de</strong> novo a sua<br />
semente encheu-a e escorreu-lhe pela parte <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro das coxas. Só então<br />
Doreah foi autorizada a envolvê-la em sedareia perfumada, e Irri a enfiar-<br />
-lhe nos pés chinelos suaves.<br />
Khal Drogo atou as calças e <strong>de</strong>u uma or<strong>de</strong>m, e foram trazidos cavalos<br />
até à margem do lago. Cohollo teve a honra <strong>de</strong> ajudar a khaleesi a montar a<br />
sua prata. Drogo esporeou o garanhão, e partiu ao longo do caminho dos<br />
<strong>de</strong>uses, sob a lua e as estrelas. Sobre a prata, Dany acompanhou-lhe o ritmo<br />
com facilida<strong>de</strong>.<br />
A cobertura <strong>de</strong> seda que fornecia um tecto ao salão <strong>de</strong> Khal Drogo<br />
fora enrolada naquela noite, e a lua seguiu-os ao entrar. Chamas saltavam<br />
até uma altura <strong>de</strong> três metros vindas <strong>de</strong> três enormes covas ro<strong>de</strong>adas por<br />
pedras. O ar estava pesado com os cheiros <strong>de</strong> carne a assar e <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> égua<br />
coalhado e fermentado. O salão estava cheio <strong>de</strong> gente e ruidoso quando<br />
entraram, as almofadas apinhadas daqueles cujo estatuto e nome não eram<br />
suficientes para lhes permitir a presença na cerimónia. Quando Dany passou<br />
por baixo do arco da entrada e caminhou pela coxia central, todos os<br />
olhos a seguiram. Os Dothraki gritavam comentários sobre a sua barriga e<br />
os seus seios, saudando a vida no seu interior. Não compreendia tudo o que<br />
gritavam, mas uma frase era clara. “O garanhão que monta o mundo”, ouviu,<br />
palavras berradas por um milhar <strong>de</strong> vozes.<br />
Os sons <strong>de</strong> tambores e trompas giraram pela noite <strong>de</strong>ntro. Mulheres<br />
seminuas rodopiaram e dançaram sobre as mesas baixas, por entre quartos<br />
<strong>de</strong> carne e ban<strong>de</strong>jas apinhadas <strong>de</strong> ameixas, tâmaras e romãs. Muitos dos<br />
homens estavam bêbados <strong>de</strong> leite coalhado <strong>de</strong> égua, mas Dany sabia que<br />
naquela noite os arakhs não chocariam, não ali na cida<strong>de</strong> sagrada, on<strong>de</strong> as<br />
lâminas e o <strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue eram proibidos.<br />
Khal Drogo <strong>de</strong>smontou e ocupou o seu lugar no banco elevado. Khal<br />
Jommo e Khal Ogo, que já estavam em Vaes Dothrak com os seus khalasars<br />
quando o <strong>de</strong>les chegara, ficaram com lugares <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> honra à esquerda e<br />
à direita <strong>de</strong> Drogo. Os companheiros <strong>de</strong> sangue dos três khals sentaram-se<br />
abaixo <strong>de</strong>les, e mais abaixo as quatro esposas <strong>de</strong> Khal Jommo.<br />
Dany <strong>de</strong>sceu da sua prata e entregou as ré<strong>de</strong>as a um dos escravos. Enquanto<br />
Doreah e Irri lhe preparavam as almofadas, procurou pelo irmão.<br />
Mesmo do outro lado do salão apinhado, Viserys <strong>de</strong>via notar-se bem com<br />
a sua pele clara, cabelo prateado e farrapos <strong>de</strong> pedinte, mas não o via em<br />
lugar nenhum.<br />
O seu olhar vagueou pelas mesas apinhadas junto às pare<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong><br />
homens cujas tranças eram ainda mais curtas do que os seus membros se<br />
50