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Untitled - Saída de Emergência

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— Já alguma vez viste um dragão? — perguntou enquanto Irri lhe<br />

esfregava as costas e Jhiqui lhe lavava abundantemente o cabelo com água<br />

para tirar a areia. Ouvira dizer que os primeiros dragões tinham vindo do<br />

leste, das Terras das Sombras para lá <strong>de</strong> Asshai e das ilhas do Mar <strong>de</strong> Ja<strong>de</strong>.<br />

Talvez alguns ainda aí vivessem, em reinos estranhos e selvagens.<br />

— Os dragões já não há, Khaleesi — disse Irri.<br />

— Estão mortos — concordou Jhiqui. — Há muitos, muitos anos.<br />

Viserys dissera-lhe que os últimos dragões Targaryen não tinham<br />

morrido há mais <strong>de</strong> século e meio, durante o reinado <strong>de</strong> Aegon III, conhecido<br />

como Desgraça-dos-Dragões. Isso a Dany não parecia tanto tempo<br />

assim.<br />

— Em toda a parte? — disse, <strong>de</strong>sapontada. — Mesmo no leste? — A<br />

magia morrera no Oeste quando a Perdição caíra sobre Valyria e as Terras<br />

do Longo Verão, e nem o aço forjado com feitiços, nem os cantores <strong>de</strong> tempesta<strong>de</strong><br />

nem os dragões a conseguiram afastar, mas Dany sempre ouvira dizer<br />

que o leste era diferente. Dizia-se que manticoras percorriam as ilhas do<br />

Mar <strong>de</strong> Ja<strong>de</strong>, que basiliscos infestavam as selvas <strong>de</strong> Yi Ti, que encantadores,<br />

feiticeiros e aeromantes praticavam abertamente as suas artes em Asshai,<br />

ao passo que magos negros e <strong>de</strong> sangue construíam terríveis feitiçarias na<br />

escuridão da noite. Porque não havia <strong>de</strong> haver também dragões?<br />

— Dragão não — disse Irri. — Bravos homens matam eles, que dragões<br />

terríveis animais malvados. É sabido.<br />

— É sabido — concordou Jhiqui.<br />

— Um mercador <strong>de</strong> Qarth disse-me uma vez que os dragões vinham<br />

da Lua — disse a loura Doreah enquanto aquecia uma toalha perto da<br />

fogueira. Jhiqui e Irri eram da mesma ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Dany, raparigas Dothraki<br />

tomadas como escravas quando Drogo <strong>de</strong>struiu o khalasar do seu pai. Doreah<br />

era mais velha, quase com vinte anos. O Magíster Illyrio encontrara-a<br />

num palácio dos prazeres em Lys.<br />

Molhados cabelos argentinos caíram-lhe em frente aos olhos quando<br />

Dany virou a cabeça, curiosa.<br />

— Da Lua?<br />

— Ele disse-me que a Lua era um ovo, Khaleesi — disse a rapariga lysena.<br />

— Em tempos houve duas luas no céu, mas uma <strong>de</strong>las aproximou-se<br />

<strong>de</strong>masiado do Sol e rachou com o calor. Mil milhares <strong>de</strong> dragões jorraram<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la, e beberam o fogo do Sol. É por isso que os dragões respiram<br />

chamas. Um dia a outra Lua também beijará o Sol, e então rachará e os<br />

dragões regressarão.<br />

As duas raparigas dothraki riram-se.<br />

— És tola escrava <strong>de</strong> cabelos <strong>de</strong> palha — disse Irri. — Lua não é ovo.<br />

Lua é <strong>de</strong>us, mulher esposa do Sol. É sabido.<br />

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