06.01.2015 Views

2 - Secretaria Municipal de Educação - ce

2 - Secretaria Municipal de Educação - ce

2 - Secretaria Municipal de Educação - ce

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

VOLUME 1<br />

A<br />

Epistemologia, também chamada Teoria do Conhecimento, é uma<br />

área da Filosofia que se preocupa com a investigação da natureza,<br />

fontes e valida<strong>de</strong> do conhecimento.<br />

Com âncora nas reflexões <strong>de</strong>ssa área, apresentam-se e explicitam-se,<br />

a seguir, as con<strong>ce</strong>pções consi<strong>de</strong>radas para a sustentação teórica, a fundamentação<br />

epistemológica e con<strong>ce</strong>itual, para as Diretrizes Curriculares<br />

para o Ensino Fundamental da <strong>Secretaria</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> Fortaleza:<br />

educação e currículo, ensino e aprendizagem, disciplina e inter<br />

ou transdisciplinarida<strong>de</strong>.<br />

2.1 Educação e Currículo<br />

Será que existe apenas uma teoria que possa respon<strong>de</strong>r a todas as situações<br />

vividas na instituição educativa Há algum caminho específico, seguro,<br />

que se <strong>de</strong>va seguir em educação Existe alguma trilha particular, segura,<br />

que se <strong>de</strong>va seguir em educação Qual é a resposta para estas indagações<br />

Provavelmente, conclui-se que não há uma só teoria nem apenas um<br />

caminho... Isto aconte<strong>ce</strong> porque o dinamismo e a complexida<strong>de</strong> do pro<strong>ce</strong>sso<br />

educativo ultrapassam qualquer <strong>de</strong>scrição que po<strong>de</strong>mos fazer com<br />

base num mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> educação. Não existe uma só teoria que incorpore<br />

a multiplicida<strong>de</strong> dos fenômenos sociais e naturais envolvidos nas práticas<br />

educativas.<br />

Assim sendo, e pensando a educação como uma dimensão fundamental<br />

da vida humana, e a <strong>ce</strong>ntralida<strong>de</strong> do currículo nos pro<strong>ce</strong>ssos<br />

educativos, po<strong>de</strong>-se afirmar que a cada teoria <strong>de</strong> educação correspon<strong>de</strong><br />

uma teoria <strong>de</strong> currículo, <strong>de</strong> ensino, <strong>de</strong> aprendizagem e, portanto, <strong>de</strong> ser<br />

humano e <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>, expressas nas teorias <strong>de</strong>stacadas neste documento:<br />

as teorias tradicionais; as teorias críticas e as teorias pós-críticas<br />

(SILVA, 2002) 1 .<br />

A educação é responsável pela aquisição, atualização e utilização<br />

dos conhecimentos, com aproveitamento <strong>de</strong> todos os seus tempos e espaços<br />

para promoção <strong>de</strong> aprendizagens; e, finalmente, implica que cada<br />

sujeito <strong>de</strong>ve ter uma educação escolar <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que o instrumentalize<br />

a viver num mundo em constantes transformações (DELORS, 1996) 2 .<br />

Dessa forma, a educação tem como função social primordial a incor-<br />

1<br />

SILVA, Tomaz Ta<strong>de</strong>u da. Documentos <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>: uma introdução às teorias do<br />

currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.<br />

2<br />

DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a <strong>de</strong>scobrir. Relatório para a UNESCO<br />

da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo: Cortez; Brasília:<br />

UNESCO do Brasil/MEC, 1996.<br />

poração ativa <strong>de</strong> conhecimentos e experiências produzidas por gerações<br />

e sua socialização. O pro<strong>ce</strong>sso educativo aflora como prática e reflexão,<br />

como práxis, que liberta os homens e as mulheres do jugo das ne<strong>ce</strong>ssida<strong>de</strong>s,<br />

da ignorância e da <strong>ce</strong>gueira do conhecimento. A educação emerge<br />

como o espaço por ex<strong>ce</strong>lência <strong>de</strong> produção do vir a ser, o locus <strong>de</strong> organização<br />

dos sentidos fundamentais para a existência, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pessoas e comunida<strong>de</strong> humana.<br />

A educação situa-se como uma prática humana fundamental, por<br />

meio da qual os homens e as mulheres buscam realizar sua humanida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>senvolvendo projetos formativos, implicando a ne<strong>ce</strong>ssida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organização<br />

dos espaços educativos e a estruturação das propostas educativas<br />

e <strong>de</strong> seus conteúdos. Para se ter uma educação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, é ne<strong>ce</strong>ssário,<br />

primeiramente, que haja o respeito à cultura local.<br />

O currículo apresenta-se como organizador do pro<strong>ce</strong>sso educacional<br />

<strong>de</strong>senvolvido na escola, e sua tarefa primordial é encarnar as intencionalida<strong>de</strong>s<br />

fundamentais do projeto educativo da socieda<strong>de</strong>. O currículo<br />

incorpora todas as ativida<strong>de</strong>s planejadas para atingir <strong>de</strong>terminados<br />

objetivos; inclui, ainda, os acontecimentos inesperados, mas dos quais<br />

se po<strong>de</strong> extrair oportunida<strong>de</strong>s para aprendizagem e também as <strong>de</strong>mais<br />

experiências pessoais, coletivas e sociais (currículo oculto 3 ), permitindo<br />

que o sujeito aprenda. É um projeto <strong>de</strong> educação que <strong>de</strong>termina o que<br />

<strong>de</strong>ve constar no currículo formal (explícito), propõe um plano <strong>de</strong> ação<br />

coerente e consistente para atingir esses objetivos – por isso supõe uma<br />

seleção do que é <strong>de</strong>sejável, planejado e também real para se ensinar em<br />

toda a escola (não apenas no interior <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong> aula).<br />

É preciso consi<strong>de</strong>rar o papel relevante que têm os/as professores/professoras<br />

4 – com base em um trabalho coletivo – na seleção e no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do currículo formal, relacionando-o com o currículo oculto,<br />

<strong>de</strong>finindo ações pedagógicas que têm por base a realida<strong>de</strong> e as ne<strong>ce</strong>ssi-<br />

3<br />

Por currículo oculto, neste documento, enten<strong>de</strong>-se como um conjunto <strong>de</strong> valores, <strong>de</strong><br />

atitu<strong>de</strong>s, que nem sempre fazem parte <strong>de</strong> prescrições. Po<strong>de</strong> ocorrer na socieda<strong>de</strong> ou nas<br />

instituições escolares. Na escola, o currículo oculto nem sempre está explicitado nos<br />

documentos ou nos planos educacionais, mas apare<strong>ce</strong>m nas relações escolares (assim<br />

como nas relações sociais), nas práticas dos indivíduos – e <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas nos<br />

pro<strong>ce</strong>ssos <strong>de</strong> ensino e <strong>de</strong> aprendizagem. Conf. IN: GIROUX, Henry. Teoria crítica e<br />

resistência em educação: para além das teorias da reprodução. Petrópolis: Vozes, 1986;<br />

APPLE, Michel. I<strong>de</strong>ologia e currículo. São Paulo: Brasiliense, 1982; TORRES SANTOMÉ,<br />

Jurjo. O curriculum oculto. Porto: Porto Editora, 1995.<br />

4<br />

A utilização dos termos professor/professora indica o respeito às discussões sobre gênero.<br />

Assim, mesmo quando se utilizar o termo professor ou professores, se estará referindo a<br />

professor, professora, professores e/ou professoras. O mesmo vale para termos semelhantes:<br />

o(a) estudante, o(a) educador(a), educadores etc.<br />

2.EIXOS EPISTEMOLÓGICO-CONCEITUAIS<br />

22 | PREFEITURA DE FORTALEZA 23 | SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!