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2 - Secretaria Municipal de Educação - ce

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VOLUME 1<br />

A constituição <strong>de</strong> sistemas educacionais inclusivos <strong>de</strong>mandará da escola<br />

a promoção <strong>de</strong> mudanças estruturais, administrativas, pedagógicas<br />

e culturais, para que todos os estudantes com <strong>de</strong>ficiência, transtornos<br />

globais do <strong>de</strong>senvolvimento e altas habilida<strong>de</strong>s/superdotação possam ser<br />

atendidos em suas especificida<strong>de</strong>s.<br />

O pro<strong>ce</strong>sso inclusivo estabele<strong>ce</strong> que a escola <strong>de</strong>ve estar preparada<br />

para acolher todos os estudantes, respeitando as suas limitações, subjetivida<strong>de</strong>s<br />

e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s culturais, sociais, religiosas, sexuais e geracionais.<br />

O fracasso escolar é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos (gestores, professores,<br />

auxiliares, pais e estudantes), contrariando assim o paradigma da integração,<br />

em que o estudante ne<strong>ce</strong>ssita se adaptar às exigências da escola. A<br />

convivência escolar na inclusão cria um rico campo <strong>de</strong> aprendizagem,<br />

em que as crianças <strong>de</strong>senvolvem habilida<strong>de</strong>s como tolerância e a<strong>ce</strong>itação<br />

do outro, valores importantes para sua vida social.<br />

A inclusão <strong>de</strong>sses estudantes na escola exige uma preparação dos<br />

colegas para uma convivência igualitária e pacífica, enfatizando a importância<br />

da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as experiências concretas <strong>de</strong> seus estudantes.<br />

Também é muito importante envolver os pais para que compreendam,<br />

a<strong>ce</strong>item e colaborem para a tarefa fundamental da escola: a<br />

aprendizagem dos estudantes. A escola começa então a repensar a qualida<strong>de</strong><br />

da prática do<strong>ce</strong>nte, a organização curricular e suas estratégias <strong>de</strong><br />

avaliação da aprendizagem. A inclusão responsabiliza a escola, a família<br />

e a socieda<strong>de</strong> por uma educação com oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem<br />

para todos, num espaço físico, afetivo e social capaz <strong>de</strong> acolher indistintamente<br />

a diversida<strong>de</strong> humana (RIBEIRO e BAUMEL, 2003) 61 .<br />

A Política Nacional <strong>de</strong> Educação Especial, com efeito, numa perspectiva<br />

inclusiva (2008), <strong>de</strong>termina que os estudantes, público-alvo da educação<br />

especial, <strong>de</strong>vem ser atendidos em suas ne<strong>ce</strong>ssida<strong>de</strong>s educacionais<br />

específicas em um espaço para esse fim, <strong>de</strong> forma que a segregação em<br />

instituições especializadas <strong>de</strong>ve então ser substituída por uma abordagem<br />

na qual a pessoa com <strong>de</strong>ficiência possa <strong>de</strong>senvolver suas potencialida<strong>de</strong>s<br />

no ensino regular (BATISTA, 2005; MAGALHÃES, 2002) 62 .<br />

Na <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Educação <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Fortaleza, o atendimento<br />

a essas especificida<strong>de</strong>s implicará a ne<strong>ce</strong>ssida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar a oferta do<br />

atendimento educacional especializado nas escolas municipais, com vis-<br />

61<br />

Op. cit.<br />

62<br />

BATISTA, C. A. M. Educação inclusiva: atendimento educacional especializado para<br />

a <strong>de</strong>ficiência mental. Brasília: MEC/SEESP, 2005; MAGALHÃES, R. <strong>de</strong> C. B. P. (Org.).<br />

Reflexões sobre a diferença: uma introdução à educação especial. Fortaleza: Edições<br />

Demócrito Rocha, 2002.<br />

tas à eliminação das barreiras impostas pelas <strong>de</strong>ficiências físicas, sensoriais<br />

e intelectuais, e transtornos globais do <strong>de</strong>senvolvimento. Aten<strong>de</strong>rá<br />

também os estudantes com altas habilida<strong>de</strong>s/superdotação, esses com o<br />

objetivo <strong>de</strong> promover o enriquecimento curricular.<br />

Rompendo as barreiras do precon<strong>ce</strong>ito, as pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />

saem dos espaços institucionalizados em que foram historicamente confinadas<br />

para ocupar locus sociais comuns, inclusive no mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

Este <strong>de</strong>safio pressupõe uma extensa mudança em nossas tradicionais<br />

práticas pedagógicas, incitando-nos a i<strong>de</strong>ntificar as dificulda<strong>de</strong>s e a<br />

buscar ativamente as soluções (BLANCO, 1995) 63 .<br />

4.6.2 Educação especial em Fortaleza: um pouco da<br />

história<br />

No ano <strong>de</strong> 1992, a <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Educação e Cultura do Município <strong>de</strong><br />

Fortaleza criou o Serviço <strong>de</strong> Educação Especial na estrutura organizacional<br />

do Departamento <strong>de</strong> Desenvolvimento Curricular - DDC 64 . Naquele<br />

ano, uma equipe <strong>de</strong> profissionais realizava um trabalho <strong>de</strong> orientação às<br />

escolas em relação aos encaminhamentos dos estudantes com <strong>de</strong>ficiência<br />

para as instituições especiais conveniadas.<br />

No ano <strong>de</strong> 1993, fundamentada na proposta da <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Educação<br />

Especial- SEESP/MEC, o Município iniciou um trabalho <strong>de</strong> atendimento<br />

aos estudantes com histórico <strong>de</strong> multirrepetência com a implantação<br />

<strong>de</strong> cinco salas <strong>de</strong> apoio pedagógico-SAPs 65 . Além do atendimento<br />

aos estudantes com dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem matriculados nas escolas<br />

públicas municipais <strong>de</strong> Fortaleza, esse espaço possibilitou que estudantes<br />

com <strong>de</strong>ficiência tivessem a<strong>ce</strong>sso à escolarização na sala <strong>de</strong> aula<br />

comum, ainda que em número reduzido.<br />

A filosofia do projeto retrocitado embasava-se no respeito às diferenças<br />

e no direito à igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s. Para tanto, a então <strong>Secretaria</strong><br />

<strong>de</strong> Educação e Cultura do Município investiu na formação continuada<br />

dos professores, utilizando-se dos conhecimentos teórico-práticos da<br />

63<br />

BLANCO, R. Inovação e recursos educacionais na sala <strong>de</strong> aula. In: COOL, C.; PALÁCIOS,<br />

J.; MARCHESI, A. (Orgs.). Desenvolvimento psicológico e educação: ne<strong>ce</strong>ssida<strong>de</strong>s<br />

educacionais especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed, 1995. p. 307-321.<br />

64<br />

O Departamento <strong>de</strong> Desenvolvimento Curricular na organização da <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong><br />

Educação e Cultura do Município tinha como função a organização e acompanhamento<br />

curricular à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino.<br />

65<br />

Sala <strong>de</strong> Apoio Pedagógico: projeto criado para aten<strong>de</strong>r alunos com <strong>de</strong>ficiência e<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem matriculados em escolas públicas municipais <strong>de</strong> Fortaleza.<br />

4. EIXOS REFERENCIAIS DO CURRÍCULO<br />

88 | PREFEITURA DE FORTALEZA 89 | SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

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