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2 - Secretaria Municipal de Educação - ce

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VOLUME 1<br />

sobre a criança e a família, fotografias etc; quanto à função heurística, o<br />

profissional po<strong>de</strong> construir caixa <strong>de</strong> questões, livros sobre con<strong>ce</strong>itos etc;<br />

com relação à função imaginativa, o(a) educador(a) po<strong>de</strong> contar histórias,<br />

fazer dramatizações etc., e quanto à função informacional, o educador<br />

po<strong>de</strong> fazer mensagens no quadro, boletins, notas etc.<br />

No que se refere à prática da leitura, a função imaginativa, que segundo<br />

Halliday é responsável pelo enunciado vamos fingir, é bastante<br />

significativa quando, por exemplo, o leitor se i<strong>de</strong>ntifica com personagens<br />

do texto lido. Quando isso aconte<strong>ce</strong>, a leitura flui melhor.<br />

Em 198447, os Goodmans ampliam o seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> leitura. Defen<strong>de</strong>ndo<br />

uma educação igual para todos os estaduni<strong>de</strong>nses e afirmando<br />

que a educação <strong>de</strong>ve começar on<strong>de</strong> os aprendizes estão e que nas práticas<br />

da leitura <strong>de</strong>vem ser utilizados materiais que fazem parte da realida<strong>de</strong><br />

do aprendiz (úteis e relevantes para o leitor), os autores chamam a<br />

atenção para a importância do contexto socioeconômico e cultural em<br />

que o estudante foi formado e para o papel da escola na formação do<br />

estudante cidadão.<br />

Posteriormente, esse mo<strong>de</strong>lo toma uma direção muito ampliada, na<br />

medida em que começa a consi<strong>de</strong>rar o leitor como um ser social que não<br />

ne<strong>ce</strong>ssariamente faz parte do mesmo grupo social do produtor do texto,<br />

nem po<strong>de</strong> ter a mesma compreensão <strong>de</strong>le.<br />

A abordagem interacionista apresentada pelos Goodmans está baseada<br />

na teoria do <strong>de</strong>senvolvimento da linguagem, dos pro<strong>ce</strong>ssos da<br />

linguagem e aprendizagem da linguagem, incluindo a pesquisa sobre<br />

leitura e escrita, numa visão <strong>de</strong> aprendizagem da Psicologia Cognitiva e<br />

das relações <strong>de</strong> linguagem, pensamento e aprendizagem. Por outro lado,<br />

incluem con<strong>ce</strong>pções sobre per<strong>ce</strong>pção, cognição, teoria <strong>de</strong> esquemas e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> con<strong>ce</strong>itos.<br />

O último mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> leitura dá conta da situação <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />

leitores, e é <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>lo Sociopsicolinguístico <strong>de</strong> leitura. O<br />

foco con<strong>ce</strong>ntra-se no encontro do leitor com o documento lido, o que<br />

resulta num novo evento. Esse evento não po<strong>de</strong>, porém, ser explicado,<br />

consi<strong>de</strong>rando apenas o ponto <strong>de</strong> vista do leitor, nem o prisma do documento<br />

lido, uma vez que o ato <strong>de</strong> ler transforma ambos, e o significado<br />

é sempre uma relação entre textos e contexto (socio-histórico-cultural).<br />

A leitura é uma ativida<strong>de</strong> pessoal, social, cultural e histórica. O leitor,<br />

por meio <strong>de</strong> transações, faz um texto durante a leitura, num evento<br />

47<br />

GOODMAN, Kenneth; GOODMAN, Yetta. Reading and writing relationships:<br />

pragmatic functions. Language Arts, Urbana, National Council of Teachers of English, v.60,<br />

n. 5, p. 590-599, may. 1983.<br />

que não se concretiza apenas no contexto <strong>de</strong> sua realização; também<br />

<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas as intenções dos participantes. O papel do(a)<br />

professor(a) é fundamental, porque ele atua na Zona <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Proximal do leitor, auxiliando-o para a leitura significativa.<br />

Nessa perspectiva, a prática <strong>de</strong> leitura será objeto <strong>de</strong> variações <strong>de</strong><br />

acordo com os objetivos do leitor e escritor, com a audiência, a proficiência<br />

da língua, a visão <strong>de</strong> mundo e o momento sócio-histórico do sujeito<br />

e do grupo. Quando a leitura é uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula sugerida<br />

pelo(a) professor(a), para testar conhecimentos, e a intenção do leitor não<br />

é a mesma, esse <strong>de</strong>sencontro <strong>de</strong> objetivos po<strong>de</strong> afetar a compreensão do<br />

estudante. Além <strong>de</strong>ssa variante, também são pertinentes as características<br />

pessoais do escritor e as características do texto.<br />

É importante ressaltar que o homem e a socieda<strong>de</strong>, nessa abordagem,<br />

são organismos em permanente movimento e <strong>de</strong>senvolvimento; e as<br />

transformações são motivadas por contradições provenientes do próprio<br />

viver em socieda<strong>de</strong>.<br />

O homem humanizado pela linguagem se transforma e transmuda<br />

como sujeito e como agente sócio-histórico. Sob tal modo <strong>de</strong> ver, o homem<br />

é real e concretamente con<strong>ce</strong>bido; capaz <strong>de</strong> mudar a si e a socieda<strong>de</strong>,<br />

motivado pelas contradições que aí se vão produzindo.<br />

Fundamentando-se na teorização <strong>de</strong> Vygotsky sobre a Zona <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Proximal, traze-se para a discussão o papel do formador<br />

<strong>de</strong> leitores críticos. Na sala <strong>de</strong> aula, o(a) professor(a) não apenas assume<br />

o papel <strong>de</strong> leitor; é também formador <strong>de</strong> leitores, papel que muitas vezes<br />

é esquecido. A Zona <strong>de</strong> Desenvolvimento Proximal (ZDP), como já<br />

expresso, correspon<strong>de</strong> à distância entre o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento real<br />

que se costuma <strong>de</strong>terminar através da solução in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> problemas<br />

e o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento potencial <strong>de</strong>terminado, baseado na<br />

solução <strong>de</strong> problemas.<br />

A aula <strong>de</strong> leitura<br />

Como visto, em cada prática <strong>de</strong> leitura há mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> leitura, que<br />

se representam no fazer do<strong>ce</strong>nte. Para haver um bom <strong>de</strong>sempenho na<br />

aula <strong>de</strong> leitura, é importante a escolha do gênero textual, consi<strong>de</strong>rando<br />

também o nível <strong>de</strong> ensino e o planejamento pedagógico. Para isso, é<br />

importante consi<strong>de</strong>rar a língua como fonte <strong>de</strong> legitimação <strong>de</strong> acordos<br />

e condutas sociais e como representação simbólica <strong>de</strong> experiências humanas<br />

manifestadas nas formas <strong>de</strong> sentir, pensar e agir na vida social;<br />

analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando textos/contextos,<br />

mediante a natureza, função, organização, estrutura, <strong>de</strong><br />

acordo com as condições <strong>de</strong> produção/re<strong>ce</strong>pção; confrontar opiniões e<br />

4. EIXOS REFERENCIAIS DO CURRÍCULO<br />

70 | PREFEITURA DE FORTALEZA 71 | SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

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