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2 - Secretaria Municipal de Educação - ce

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VOLUME 1<br />

o mundo (FREIRE, 1998) 6 . Além disso, implica per<strong>ce</strong>ber a instituição escolar<br />

como uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem (ALARCÃO, 2003) 7 – a<br />

educação é tarefa <strong>de</strong> todos, mas à escola cabe um papel específico e<br />

fundamental: formular um projeto educativo (um projeto políticopedagógico)<br />

próprio, <strong>ce</strong>ntrado em estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ensino<br />

e <strong>de</strong> aprendizagem, com vistas à transformação educativa, material e<br />

cultural <strong>de</strong> seus sujeitos.<br />

O ensino, como ativida<strong>de</strong> escolar, é um conjunto <strong>de</strong> ações e estratégias<br />

que se realizam para <strong>de</strong>senvolver habilida<strong>de</strong>s, con<strong>ce</strong>itos e atitu<strong>de</strong>s<br />

propostas para a formação dos estudantes; é uma ativida<strong>de</strong> direcionada<br />

por do<strong>ce</strong>ntes, voltada para a formação qualificada dos estudantes, mediante<br />

organização <strong>de</strong> um ambiente educativo, métodos, conteúdos e<br />

avaliação previamente selecionados. Ao se associar aprendizagem e valores<br />

ao ensino, se tem a Educação. Com efeito, a aprendizagem constitui<br />

essencialmente o impacto do trabalho escolar, envolvendo os conhecimentos<br />

elaborados e a ser elaborados, os conhecimentos adquiridos e<br />

as habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas.<br />

Para a teoria sociointeracionista, a aprendizagem e o conhecimento<br />

são ativamente formulados e elaborados pelo sujeito que pensa e apren<strong>de</strong><br />

na interação com o meio ambiente e outros sujeitos. O(A) professor(a),<br />

então, não se limita a ser um transmissor <strong>de</strong> conhecimentos nem apenas<br />

um facilitador do <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo do estudante; ele é responsável<br />

pela relação entre ensino, aprendizagem, cultura e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sóciocognitivo. Conhe<strong>ce</strong>r os estudantes e suas realida<strong>de</strong>s, mediante<br />

ações pedagógicas e <strong>de</strong> par<strong>ce</strong>rias com outras esferas do Po<strong>de</strong>r Público,<br />

torna-se fundamental para a ação do<strong>ce</strong>nte, para que se possa planejar,<br />

com garantia <strong>de</strong> tempo efetivo e qualitativo <strong>de</strong> planejamento, e propor<br />

problemas ou <strong>de</strong>safios a<strong>de</strong>quados e pertinentes ao <strong>de</strong>senvolvimento e à<br />

aprendizagem <strong>de</strong>sses estudantes.<br />

Em <strong>de</strong>corrência, no ensino é importante priorizar metodologias capazes<br />

<strong>de</strong> propiciar a elaboração <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> verificação e comprovação<br />

<strong>de</strong> hipóteses na produção do conhecimento, na argumentação<br />

capaz <strong>de</strong> prever resultados, no <strong>de</strong>senvolvimento do espírito crítico que<br />

favoreça a criativida<strong>de</strong>, a compreensão dos limites e alcan<strong>ce</strong>s lógicos das<br />

explicações propostas.<br />

Não se po<strong>de</strong> esque<strong>ce</strong>r <strong>de</strong> que existe relação entre <strong>de</strong>senvolvimento<br />

humano e aprendizagem e a forma como esses dois fenômenos são<br />

combinados. O modo como se apresentam <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado no<br />

6<br />

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 25. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Paz e Terra, 1998.<br />

7<br />

ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Editora<br />

Cortez, 2003.<br />

ensino, pois <strong>de</strong>termina atitu<strong>de</strong>s teórico-metodológicas e práticas pedagógicas<br />

distintas. Neste documento, adotar-se-á uma con<strong>ce</strong>pção socioconstrutivista<br />

interacionista8 <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e aprendizagem, que<br />

se caracteriza pela conquista do conhecimento mediada por interações<br />

sociais; envolve a relação dialética entre o sujeito e a realida<strong>de</strong> no seu<br />

entorno, pressupondo que o ser humano modifica o meio, mas também<br />

é modificado por ele; mas essa relação não é passível <strong>de</strong> generalizações,<br />

implicando dizer que importante mesmo é a interação, enfatizando-se a<br />

experiência pessoal e significativa que cada pessoa estabele<strong>ce</strong>.<br />

Além disso, po<strong>de</strong>-se dizer que uma consequência <strong>de</strong>ssa visão sociointeracionista<br />

é a <strong>de</strong> que espaços e tempos escolares são locais <strong>de</strong> intercâmbio<br />

e síntese <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e <strong>de</strong> pro<strong>ce</strong>ssos pedagógicos e <strong>de</strong>vem ser trabalhados<br />

na perspectiva do ensino e da aprendizagem – mesmo aqueles<br />

em que po<strong>de</strong>m ser realizadas ativida<strong>de</strong>s “livres”. Essas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem<br />

ser planejadas e avaliadas pedagogicamente, pois constituem ex<strong>ce</strong>lentes<br />

espaços e oportunida<strong>de</strong>s para o trabalho intelectual, corporal, social e<br />

ambiental; além do prazer, essas ativida<strong>de</strong>s também têm o objetivo <strong>de</strong><br />

propiciar aos educandos contato com o mundo, o conhecimento e a<br />

informação, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolverem habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> criar, interpretar e<br />

relacionar esses conhecimentos, <strong>de</strong>senvolvendo-se e apren<strong>de</strong>ndo a dominar<br />

diversos tipos <strong>de</strong> informação.<br />

2.3 Disciplina e inter ou transdisciplinarida<strong>de</strong><br />

A disciplina, como unida<strong>de</strong> do currículo formal, aqui é entendida<br />

como um campo organizado <strong>de</strong> saberes específicos. Cada uma traz os<br />

próprios conteúdos, esquemas con<strong>ce</strong>ituais, maneira e métodos <strong>de</strong> investigação<br />

(ZABALA, 2002) 9 . A organização do conhecimento em disciplinas<br />

remonta aos primeiros esforços da Mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizar<br />

a Ciência, a pesquisa e a escolarização das massas, visando ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das técnicas e à especialização do trabalho, requerida pela<br />

linha <strong>de</strong> produção fabril. Cada indivíduo e currículo particular <strong>de</strong>veriam<br />

incorporar <strong>de</strong>terminadas especialida<strong>de</strong>s e conhecimentos, implicando<br />

a fragmentação das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção e distribuição do conhecimento<br />

científico e das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho dos aprendizes e<br />

futuros “sujeitos” sociais.<br />

8<br />

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1987;<br />

VYGOTSKY, L. S. A Formação social da mente. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1998.<br />

9<br />

ZABALA, Antoni. Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para<br />

o currículo escolar. Porto Alegre: Artmed, 2002.<br />

2.EIXOS EPISTEMOLÓGICO-CONCEITUAIS<br />

28 | PREFEITURA DE FORTALEZA 29 | SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

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