2 - Secretaria Municipal de Educação - ce
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VOLUME 1<br />
Com efeito, na transição da educação infantil para o ensino fundamental,<br />
<strong>de</strong>ve-se garantir conhecimentos e afetos, saberes e valores, cuidados<br />
e atenção, serieda<strong>de</strong> e riso, pois tanto em uma modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ensino como na outra o objetivo é atuar com liberda<strong>de</strong> para assegurar a<br />
apropriação e a elaboração do conhecimento.<br />
O principal papel da escola é o <strong>de</strong>senvolvimento integral da criança e<br />
se há <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rá-lo nas dimensões afetiva, cognitiva, social e psicológica.<br />
Para isso se faz ne<strong>ce</strong>ssário <strong>de</strong>finir caminhos pedagógicos nos tempos e<br />
espaços da escola e da sala <strong>de</strong> aula que favoreçam o encontro da cultura<br />
infantil, em que as crianças possam recriar as relações da socieda<strong>de</strong> na<br />
qual estão inseridas, em espaços e tempos que favoreçam a autonomia.<br />
O direito efetivo à educação das crianças <strong>de</strong> seis anos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá,<br />
principalmente, das práticas pedagógicas e <strong>de</strong> uma política da escola<br />
para a verda<strong>de</strong>ira acolhida <strong>de</strong>ssa faixa na instituição.<br />
Portanto, as crianças possuem modos próprios <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r e interagir<br />
com o mundo. Cabe aos educadores favore<strong>ce</strong>r a criação <strong>de</strong> um ambiente<br />
escolar, em que a infância possa ser vivida em toda a sua plenitu<strong>de</strong>.<br />
4.2.2 Percurso da escolarização<br />
O percurso escolar no mundo contemporâneo tornou-se parte integrante<br />
do <strong>de</strong>senvolvimento humano, supondo-se, <strong>de</strong> início, que a escola<br />
<strong>de</strong>ve compreen<strong>de</strong>r a dimensão prepon<strong>de</strong>rante <strong>de</strong> seu fazer.<br />
O ensino e a aprendizagem <strong>de</strong>verão se constituir no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das diversas expressões: dialógica, corporal, pictográfica, musical, gráfica,<br />
oral, leitora, escritora, no estudo das diversas áreas do conhecimento,<br />
das transversalida<strong>de</strong>s, igualmente ne<strong>ce</strong>ssárias à formação do estudante<br />
do ensino fundamental. Para isso é ne<strong>ce</strong>ssário garantir a consecução dos<br />
objetivos que <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>finidos para cada ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>.<br />
Assim, é imprescindível <strong>de</strong>finir a sequência, organização e aprofundamento<br />
das aprendizagens básicas nas áreas do conhecimento dos<br />
componentes do currículo. Para tanto, a garantia <strong>de</strong>sse tratamento exige<br />
a adoção dos critérios já apontados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais<br />
para o Ensino Fundamental, <strong>de</strong> levar em consi<strong>de</strong>ração os conhecimentos<br />
anteriores dos estudantes, o nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> dos diferentes<br />
conteúdos e <strong>de</strong> aprofundamento possível <strong>de</strong> cada conteúdo/área,<br />
<strong>de</strong> forma que se possa i<strong>de</strong>ntificar o que <strong>de</strong> fato o estudante apren<strong>de</strong>u/<br />
compreen<strong>de</strong>u e com que grau <strong>de</strong> autonomia.<br />
É fundamental que a escola esteja sempre atenta para consi<strong>de</strong>rar o<br />
nível <strong>de</strong> aprendizagem dos estudantes que não passaram pela escolarização<br />
anterior ao ensino fundamental. Estes <strong>de</strong>vem ser supridos dos<br />
conhecimentos ne<strong>ce</strong>ssários para atingirem os objetivos previstos.<br />
4.2.3 A Alfabetização em diferentes contextos<br />
O con<strong>ce</strong>ito <strong>de</strong> alfabetização, inicialmente <strong>de</strong>finia-se como aprendizagem<br />
do código, o que significava dizer que, na leitura, o objetivo era a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>codificar os sinais gráficos, transformando-os em sons,<br />
e, na escrita, <strong>de</strong>senvolver capacida<strong>de</strong>s para codificar os sons da língua,<br />
transformando-os em sinais gráficos (letras).<br />
Na década <strong>de</strong> 1980, com os estudos <strong>de</strong> Emília Ferreiro e Ana Teberosky,<br />
houve uma quebra <strong>de</strong> paradigma em relação ao entendimento da<br />
alfabetização, cujo enfoque anterior se pautava na avaliação dos métodos<br />
<strong>de</strong> ensino, <strong>de</strong>slocando-se, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, para a aprendizagem. A<br />
escola sai da posição <strong>de</strong> <strong>ce</strong>ntralizadora da alfabetização e recoloca o<br />
estudante como sujeito ativo no <strong>ce</strong>ntro <strong>de</strong>ssa aprendizagem, como <strong>de</strong>screveu<br />
anteriormente Piaget (1987) 31 . A ênfase <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser o “como se<br />
ensina” e passa a ser o “como <strong>de</strong> fato se apren<strong>de</strong>”.<br />
As pesquisas <strong>de</strong>ssas autoras comprovam que as crianças, ao entrarem<br />
na escola regular, já trazem consigo saberes sobre a escrita em seu meio<br />
social. Consi<strong>de</strong>ram seus percursos <strong>de</strong> aprendizagem, revelando que elas<br />
pensam e elaboram hipóteses e percorrem diferentes níveis na busca da<br />
compreensão do sistema <strong>de</strong> escrita. Essa abordagem, que consi<strong>de</strong>ra o pensamento<br />
da criança <strong>de</strong> elaborar hipóteses e escrever espontaneamente,<br />
<strong>de</strong>nomina-se psicogênese da língua escrita. Cabe <strong>de</strong>stacar que essa compreensão<br />
por parte do(a) professor(a) não <strong>de</strong>verá servir como meio para<br />
classificar o estudante <strong>de</strong> acordo com os níveis <strong>de</strong> escrita <strong>de</strong>scritos pelas<br />
autoras, mas que <strong>de</strong> posse <strong>de</strong>sses conhecimentos ele possa propor situações<br />
didáticas <strong>de</strong>safiadoras para que a criança avan<strong>ce</strong> <strong>de</strong> um nível a outro.<br />
Em tal contexto, é relevante para o(a) professor(a) alfabetizador(a) conhe<strong>ce</strong>r<br />
os estudos da psicogênese da língua escrita, propiciando a reflexão<br />
<strong>de</strong> suas metodologias <strong>de</strong> ensino, tendo como objetivo favore<strong>ce</strong>r a<br />
elaboração <strong>de</strong> conhecimento pela criança, sem <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar seu percurso<br />
ao apren<strong>de</strong>r a ler e a escrever.<br />
Progressivamente, o termo alfabetização se amplia além da apropriação<br />
do código escrito e passa a envolver o domínio dos conhecimentos<br />
que permitem o uso <strong>de</strong>ssas habilida<strong>de</strong>s nas práticas sociais <strong>de</strong> leitura e<br />
31<br />
Piaget, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4 ed.Rio <strong>de</strong> Janeiro: Guanabara,<br />
1987.<br />
4. EIXOS REFERENCIAIS DO CURRÍCULO<br />
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