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2 - Secretaria Municipal de Educação - ce

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VOLUME 1<br />

4.5 Educação Ambiental<br />

O <strong>de</strong>stino comum nos conclama a buscar um novo começo.<br />

Isto requer uma mudança na mente e no coração.<br />

Requer um novo sentido <strong>de</strong> inter<strong>de</strong>pendência global e <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> universal.<br />

(Carta da Terra) 52<br />

A Educação Ambiental como lugar <strong>de</strong> reflexão-ação, <strong>de</strong> práxis, nas<br />

escolas municipais <strong>de</strong> Fortaleza, <strong>de</strong>ve ter como contexto a sensibilização<br />

e a vivência/experiência das pessoas sobre as questões ambientais,<br />

estimulando a relação afetiva com a cida<strong>de</strong>, com o ambiente, ampliando<br />

a compreensão da magnitu<strong>de</strong> dos problemas ambientais globais e suas<br />

consequências no âmbito local. Para tanto, faz-se ne<strong>ce</strong>ssário te<strong>ce</strong>r re<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> entre pessoas, escolas, comunida<strong>de</strong>s, instituições<br />

e Po<strong>de</strong>r Público, cultivando a compreensão da cida<strong>de</strong> como patrimônio<br />

ambiental natural e constuído, histórico arquitetônico, político-institucional,<br />

criativo e formativo, educativo e <strong>de</strong> lazer, <strong>de</strong> direitos e responsabilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> todos.<br />

As con<strong>ce</strong>pções e princípios apresentados <strong>de</strong>correm principalmente<br />

do Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental <strong>de</strong> Fortaleza – “Onda Ver<strong>de</strong>”, feito<br />

coletivamente por iniciativa da SEMAM – <strong>Secretaria</strong> <strong>Municipal</strong> do Meio<br />

Ambiente e Controle Urbano <strong>de</strong> Fortaleza em par<strong>ce</strong>ria com a <strong>Secretaria</strong><br />

<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> Fortaleza – SME e as secretarias executivas<br />

regionais - SERs, por meio <strong>de</strong> representações das escolas, socieda<strong>de</strong> civil,<br />

associações <strong>de</strong> bairros, ONGs que tratam do meio ambiente, <strong>de</strong>ntre<br />

outros segmentos representados.<br />

Nesse escopo, acres<strong>ce</strong>ntam-se também dois valores requeridos por<br />

Leonardo Boff, imprescindíveis ao contexto <strong>de</strong>ssa reflexão, quais sejam:<br />

a sustentabilida<strong>de</strong> e o cuidado. Destacam-se, ainda, como proposições<br />

essenciais para aten<strong>de</strong>r uma ne<strong>ce</strong>ssária perspectiva educativa dialógica<br />

freireana: a amorosida<strong>de</strong>, a humilda<strong>de</strong>, a fé e esperança no ser humano<br />

e uma atitu<strong>de</strong> crítica ante a realida<strong>de</strong> a ser transformada.<br />

A sustentabilida<strong>de</strong> é um con<strong>ce</strong>ito amplo e compõe-se <strong>de</strong> entendimentos<br />

diferenciados, po<strong>de</strong>ndo conter diversas compreensões, no entanto,<br />

com origem no pensamento <strong>de</strong> Leonardo Boff, enfatiza-se o fato <strong>de</strong> que<br />

uma proposta <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> sustentável tem, sobretudo, uma dimensão<br />

52<br />

CONSELHO DA TERRA. La Carta <strong>de</strong> la Terra: valores y principios para un futuro<br />

sostenible. San Jose, Costa Rica: [Conselho da Terra], 1998.<br />

política e ética, baseada em questões como: a satisfação das ne<strong>ce</strong>ssida<strong>de</strong>s<br />

básicas (justiça social); a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a tecnologia contribuir para a<br />

solução dos problemas socioambientais (mediante novos recursos, usos e<br />

pro<strong>ce</strong>dimentos); a mudança no padrão <strong>de</strong> consumo; e a <strong>de</strong>mocratização.<br />

A sustentabilida<strong>de</strong> alcança, então, o lado mais objetivo da questão<br />

ambiental como o caráter material da produção da vida e assume os<br />

aspectos social, político, cultural, artístico, da natureza, do planeta e da<br />

vida <strong>de</strong> cada um.<br />

O cuidado diz respeito aos aspectos subjetivos, como atitu<strong>de</strong>s, valores<br />

éticos e espirituais que acompanham todo esse pro<strong>ce</strong>sso sem os quais<br />

a própria sustentabilida<strong>de</strong> não aconte<strong>ce</strong> ou não se garante a médio e<br />

longo prazo. Representa uma relação sensível, <strong>de</strong> alterida<strong>de</strong>, respeitosa<br />

e não agressiva para com a realida<strong>de</strong>, sendo, portanto, não <strong>de</strong>strutiva.<br />

Esses dois valores <strong>de</strong>vem ser assumidos <strong>de</strong> forma inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte na<br />

perspectiva <strong>de</strong> uma relação ambiental dialógica entre presente e futuro,<br />

para garantir a vida do planeta e das espécies.<br />

Salienta-se, neste sentido, a relevância <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar os conhecimentos<br />

e saberes populares, as relações essenciais entre diferentes e<br />

diferenças, a valorização da afetivida<strong>de</strong>/amorosida<strong>de</strong> no <strong>ce</strong>nário constituinte<br />

<strong>de</strong> uma lógica realmente ambiental que dialogue com o entorno e<br />

potencialize o diálogo entre tudo e todos. Dessa maneira, uma Educação<br />

Ambiental Dialógica, ou seja, referenciada por Paulo Freire, amplia as<br />

condições propostas <strong>de</strong> uma práxis ambiental pautada no cuidado, no<br />

respeito, numa cultura da sustentabilida<strong>de</strong> (FIGUEIREDO, 2003) 53 .<br />

Partindo <strong>de</strong>ssa premissa, as transformações éticas, <strong>de</strong> valores, comportamentos<br />

e atitu<strong>de</strong>s diante <strong>de</strong> uma nova realida<strong>de</strong> a ser estabelecida,<br />

são imprescindíveis para a elaboração e a incorporação <strong>de</strong> outro paradigma<br />

ambiental, que ne<strong>ce</strong>ssariamente <strong>de</strong>ve ser compreendido e pensado<br />

com envolvimento e participação <strong>de</strong> todos.<br />

A Educação Ambiental como eixo referencial no currículo escolar tem<br />

base na i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> in<strong>ce</strong>ntivar a reflexão sobre a complexida<strong>de</strong> da interlocução<br />

do pensar com o agir local/global, enten<strong>de</strong>ndo que todos os eventos<br />

ocorrentes na natureza, on<strong>de</strong> quer que sejam, estão inter-relacionados e<br />

afetam todo o Planeta. Indica vários caminhos possíveis para a transformação<br />

da estrutura escolar, quer seja por meio <strong>de</strong> uma nova forma <strong>de</strong> se<br />

relacionar com o conhecimento, quer seja na relação da escola com o<br />

conjunto <strong>de</strong> instituições presentes na socieda<strong>de</strong>.<br />

53<br />

FIGUEIREDO, J. B. A. Educação Ambiental dialógica e representações sociais da água<br />

em cultura sertaneja nor<strong>de</strong>stina: uma contribuição à consciência ambiental em Irauçuba-<br />

CE (Brasil). Tese (Doutorado em Ciências Biológicas / Ecologia / Educação Ambiental).<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Carlos, São Carlos-SP, 2003.<br />

4. EIXOS REFERENCIAIS DO CURRÍCULO<br />

80 | PREFEITURA DE FORTALEZA 81 | SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

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