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O infinito e sua importância para o problema de Deus, uma ... - FaJe

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As i<strong>de</strong>ias inatas constituem a própria estrutura da racionalida<strong>de</strong> h<strong>uma</strong>na. A i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> <strong>infinito</strong> ou <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> é <strong>de</strong> certo modo anterior ao próprio ego, enquanto constitui o seu<br />

fundamento. De fato, ela prece<strong>de</strong> logicamente a própria i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> finito. Por outro lado, é<br />

preciso distinguir entre os níveis implícito e explícito, entre a or<strong>de</strong>m do conhecimento e<br />

a or<strong>de</strong>m real ou ontológica.<br />

No plano do conhecimento explícito, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>infinito</strong>, como representação, é<br />

mediata. De fato, nosso conhecimento se dirige em primeiro lugar <strong>para</strong> as realida<strong>de</strong>s<br />

h<strong>uma</strong>nas que são finitas. Tanto os objetos dos sentidos como os do intelecto são<br />

necessariamente <strong>de</strong>terminados.<br />

A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>infinito</strong>, como primeira e constitutiva da própria estrutura da razão<br />

h<strong>uma</strong>na é implícita, como um horizonte contra o qual se <strong>de</strong>lineiam os objetos finitos.<br />

Assim, não é ainda <strong>uma</strong> representação. Trata-se <strong>de</strong> intuição, experiência intelectual,<br />

embora Descartes não esclareça suficientemente essa diferença.<br />

Mas a representação do <strong>infinito</strong> é feita por negação do finito, <strong>de</strong> modo que os<br />

atributos <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> são pensados a partir da realida<strong>de</strong> finita, seja por negação <strong>de</strong> <strong>sua</strong>s<br />

imperfeições, seja por excesso ou ampliação ilimitada das perfeições nela encontradas.<br />

A explicitação da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>infinito</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> assim da atenção e da vonta<strong>de</strong> que leva a<br />

inteligência a refletir sobre o conteúdo da experiência intelectual, ou seja, da intuição<br />

natural da estrutura do próprio espírito h<strong>uma</strong>no.<br />

Para Descartes, não há experiência <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, mas da i<strong>de</strong>ia implícita <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />

como <strong>infinito</strong>. Mas o conteúdo objetivo da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> correspon<strong>de</strong> à Sua realida<strong>de</strong><br />

formal: é verda<strong>de</strong>iro. Tal será a chave <strong>de</strong> <strong>sua</strong>s <strong>de</strong>monstrações da existência <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.<br />

IV-A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>infinito</strong> nas três provas da existência <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />

4.1-Introdução<br />

Há quatro séculos, René Descartes acreditava que po<strong>de</strong>ria provar a existência <strong>de</strong><br />

<strong>Deus</strong> por meio da razão. Uma <strong>de</strong> <strong>sua</strong>s principais obras -Meditações Metafísicasapresenta<br />

os argumentos pelos quais preten<strong>de</strong> comprovar a <strong>sua</strong> tese. Esta é <strong>uma</strong> obra<br />

relativamente pequena, mas, <strong>de</strong>vido à <strong>sua</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, provocou inúmeras dúvidas e<br />

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