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O infinito e sua importância para o problema de Deus, uma ... - FaJe

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Todavia, mesmo que Feuerbach tenha assim procedido, a questão principal <strong>para</strong><br />

nosso estudo configura-se em compreen<strong>de</strong>r o significado do termo <strong>infinito</strong> e <strong>sua</strong>s<br />

implicações nas justificativas <strong>para</strong> a existência ou não <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Ou seja, se adotarmos o<br />

conceito <strong>de</strong> gênero h<strong>uma</strong>no como associação <strong>de</strong> indivíduos ou como algo superior e<br />

acima dos indivíduos, não haverá maiores <strong>problema</strong>s, visto que, em ambos os casos,<br />

Feuerbach mantém a característica <strong>de</strong> infinitu<strong>de</strong> do gênero.<br />

IV- Consi<strong>de</strong>rações finais<br />

Explicado o papel da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>infinito</strong> nas provas cartesianas da existência <strong>de</strong><br />

<strong>Deus</strong> - procedimento adotado no primeiro capítulo, bem como evi<strong>de</strong>nciada a relação<br />

entre o <strong>infinito</strong> e o gênero h<strong>uma</strong>no <strong>para</strong> a reflexão sobre a não existência <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, à luz<br />

<strong>de</strong> Feuerbach - procedimento adotado no segundo capítulo; o nosso próximo <strong>de</strong>safio<br />

será com<strong>para</strong>r as duas teses.<br />

A com<strong>para</strong>ção entre as posições <strong>de</strong> Descartes e Feuerbach a respeito do <strong>infinito</strong><br />

po<strong>de</strong> ser feita sob dois pontos <strong>de</strong> vista básicos: a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>infinito</strong> <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>sses<br />

filósofos e a realida<strong>de</strong> que <strong>para</strong> eles correspon<strong>de</strong> a tal i<strong>de</strong>ia. No contexto <strong>de</strong>sta<br />

dissertação cabe, porém apenas a discussão da primeira questão. Não se trata <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir<br />

se a afirmação <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> <strong>de</strong> Descartes a partir da existência da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>infinito</strong> no<br />

espírito h<strong>uma</strong>no é mais ou menos válida do que a negação <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> feita por Feuerbach<br />

a partir da análise da origem da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>infinito</strong> no espírito h<strong>uma</strong>no.<br />

Embora, como se viu, Descartes distinga várias noções <strong>de</strong> <strong>infinito</strong>, (o <strong>infinito</strong><br />

matemático, o <strong>infinito</strong> da vonta<strong>de</strong> e o <strong>infinito</strong> ligado à perfeição plena) a que interessa<br />

na com<strong>para</strong>ção com Feuerbach é a que ele i<strong>de</strong>ntifica com a concepção <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> do<br />

Cristianismo e da tradição filosófica do Oci<strong>de</strong>nte, isto é, um ente supremo, que contém<br />

em si mesmo todas as perfeições em grau <strong>infinito</strong>.<br />

Ora, ao converter a teologia em antropologia, é esta mesma idéia <strong>de</strong> perfeição<br />

infinita que Feuerbach atribui ao gênero h<strong>uma</strong>no. As perfeições predicadas<br />

tradicionalmente <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> são na verda<strong>de</strong> atributos do ser h<strong>uma</strong>no na <strong>sua</strong> essência<br />

genérica. É verda<strong>de</strong> que, como se expôs no capítulo próprio, <strong>de</strong>u-se <strong>uma</strong> evolução na<br />

compreensão exata <strong>de</strong> Feuerbach a respeito do referente da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>infinito</strong> e, <strong>de</strong> certo<br />

modo, na maneira <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar esta própria noção. Entretanto, o que ele preten<strong>de</strong><br />

atribuir ao ser h<strong>uma</strong>no, enquanto gênero, são os mesmos valores que a tradição<br />

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