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livro de recursos da oms sobre saúde mental, direitos ... - RUIG-GIAN

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• Uma <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>mental</strong> não po<strong>de</strong> nunca se <strong>da</strong>r na base <strong>de</strong> status<br />

político, econômico ou social ou filiação a um grupo cultural, racial ou religioso ou<br />

por nenhum outro motivo não diretamente relevante ao status <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>mental</strong>.<br />

• Conflito familiar ou profissional, ou não-conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com valores morais,<br />

sociais, culturais ou políticos ou convicções religiosas em vigor na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

pessoa não <strong>de</strong>vem nunca ser um fator <strong>de</strong>terminante no diagnóstico <strong>de</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>mental</strong>.<br />

• Um histórico <strong>de</strong> tratamento ou hospitalização como paciente não justifica em si<br />

mesmo nenhuma <strong>de</strong>terminação presente ou futura <strong>de</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>mental</strong>.<br />

• Nenhuma pessoa ou enti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vem classificar uma pessoa como tendo, ou <strong>de</strong><br />

outro modo sugerir que uma pessoa tenha, uma enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>mental</strong>, exceto para<br />

fins diretamente relacionados a enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>mental</strong> ou a conseqüência <strong>de</strong><br />

enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>mental</strong>.<br />

• A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> que uma pessoa tem enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>mental</strong> <strong>de</strong>ve ser feita em<br />

conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com normas médicas internacionalmente aceitas.<br />

3.2 Deficiência <strong>mental</strong><br />

Uma alternativa a “transtorno <strong>mental</strong>” é o conceito <strong>de</strong> “<strong>de</strong>ficiência <strong>mental</strong>”. A<br />

International Classification of Functioning, Disability and Health (ICIDH-2) (WHO,<br />

2001d) <strong>de</strong>fine <strong>de</strong>ficiência como “um termo guar<strong>da</strong>-chuva para <strong>de</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, limitações<br />

<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e restrições na participação”. Denota os aspectos negativos na interação<br />

entre um indivíduo (com uma condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>) e fatores contextuais <strong>de</strong>sse<br />

indivíduo (fatores ambientais e pessoais).<br />

Deficiência <strong>mental</strong> não é sinônimo <strong>de</strong> transtorno <strong>mental</strong>, mas inclui pessoas com<br />

transtorno <strong>mental</strong>. Pessoas que se recuperaram <strong>de</strong> um transtorno <strong>mental</strong> po<strong>de</strong>m<br />

continuar a ter <strong>de</strong>ficiências e muitas pessoas com transtorno <strong>mental</strong> em curso também<br />

têm <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>vido ao transtorno. “Deficiência” é, em alguns casos, um sinal<br />

intrínseco <strong>de</strong> uma enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou síndrome específicas (alguns transtornos mentais,<br />

por exemplo, precisam <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> funcional para que o diagnóstico<br />

seja feito) e, em outros, é conseqüência <strong>de</strong>ssa enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou síndrome (Bertolote &<br />

Sartorius, 1996).<br />

Uma <strong>da</strong>s vantagens <strong>de</strong> empregar o termo “<strong>de</strong>ficiência <strong>mental</strong>” é que o conceito <strong>de</strong><br />

“<strong>de</strong>ficiência” se refere diretamente a percepções imediatas que as pessoas têm <strong>de</strong> suas<br />

vi<strong>da</strong>s, seu ambiente e suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e limitações (Bertolote & Sartorius, 1996), e<br />

que os profissionais <strong>de</strong> fora do setor <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>m com mais facili<strong>da</strong><strong>de</strong> esse<br />

conceito. Uma <strong>de</strong>svantagem óbvia do termo é seu caráter amplo, o que inclui muito<br />

mais pessoas no escopo <strong>da</strong> legislação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>mental</strong> do que aconteceria com termos<br />

mais restritivos como “transtorno <strong>mental</strong>” ou “enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>mental</strong>”. Além disso, o<br />

termo “<strong>de</strong>ficiência <strong>mental</strong>” é impopular entre alguns usuários <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

<strong>mental</strong> que preferem o uso do termo “<strong>de</strong>ficiência psicossocial”. Eles acreditam que a<br />

<strong>de</strong>ficiência psiquiátrica ou <strong>mental</strong> pertence à esfera “médica”, e por isso ten<strong>de</strong>m a<br />

preferir uma níti<strong>da</strong> separação entre enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>ficiência.<br />

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