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O Carinhoso de Cyro Pereira: Arranjo ou Composição? - ECA-USP

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morar em Campinas e fiquei na Unicamp até [19]99, porque eu fiz 70 anos – e aí tem aaposentadoria compulsória e fiquei aqui na Jazz, até a hora que <strong>de</strong>r. [Risos]Mudando <strong>de</strong> assunto, vamos pensar em momentos marcantes da suacarreira.Eu acho que um dos momentos importantes foi o primeiro prêmio que eu ganheiaqui em São Paulo. Tinha um concurso <strong>de</strong> música no Teatro Municipal, que era escreveruma Suíte – que era um dobrado, uma toada, uma valsa, um choro e um baião. E eu fuiconcorrer por insistência <strong>de</strong> um músico da Orquestra da TV Record, o Delamore, quetocava viola. Ele fal<strong>ou</strong>: “-Não, <strong>Cyro</strong>, faz sim!” E eu respondia:“-Ah, sim. Tá bom, euv<strong>ou</strong> fazer...” Ele me encheu tanto que eu acabei fazendo, e no fim ganhei uma mençãohonrosa. Esse foi um momento importante para mim.No ano seguinte, tinha um concurso da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Música, no Rio<strong>de</strong> Janeiro, que era o Centenário <strong>de</strong> nascimento do (Ernesto) Nazareth, em que tinha quefazer uma peça com temas do Nazareth. E eu também não estava afim, mas aí foi oMigliori que me encheu. Eu falei: “-Maestro, como é que eu v<strong>ou</strong> escrever aparaAca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Música, no Rio <strong>de</strong> Janeiro? Quem é que me conhece?” / “-Ô,<strong>Cyro</strong>, faça as suas coisas! Imagina! Não tem nada a ver uma coisa coma a <strong>ou</strong>tra.”Acabei fazendo uma fantasia para piano e orquestra sobre os temas do Nazareth. Ganheio segundo lugar e acabei sabendo disso pelo aç<strong>ou</strong>gueiro; a minha mulher foi comprarcarne no aç<strong>ou</strong>gue e ele fal<strong>ou</strong>: “-Olha, dona Ester. Olha aqui! O seu marido ganh<strong>ou</strong> umprêmio.” Ela fal<strong>ou</strong>: “-É mesmo?” Aí ele mostr<strong>ou</strong> o Jornal – não sei se foi a Folha <strong>ou</strong> oEstado – que estava lá que eu tinha ganhado, e dois <strong>ou</strong> três dias <strong>de</strong>pois cheg<strong>ou</strong> umacarta me convidando, e eu fui ao Rio receber o prêmio. Nunca tocaram porque naAca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Música tinha muito pessoal <strong>de</strong> esquerda. Aí est<strong>ou</strong>r<strong>ou</strong> aRevolução e fic<strong>ou</strong> na gaveta até [19]97, quando o (Rodolfo) Stroeter resolveu fazer umdisco (<strong>Cyro</strong> <strong>Pereira</strong> – 50 anos <strong>de</strong> música). Me fugiu o nome do pianista agora quetoc<strong>ou</strong>... (Cláudio Richerme)Mas esses foram dois momentos importantes. Depois h<strong>ou</strong>ve um terceiro, numfestival na Venezuela, em [19]72 – o Festival <strong>de</strong> Música Popular – e eu e meu parceiro(Mario Albanese) ganhamos terceiro lugar como autores e eu ganhei terceiro (primeiro)lugar como regente. Também foi... Eu est<strong>ou</strong> te falando, ninguém manjava nada <strong>de</strong>regência... [Risos] Então esses foram três momentos importantes.Teve <strong>ou</strong>tro também, quando eu ganhei o Prêmio Carlos Gomes, do Governo doEstado, que foi pela fundação da Jazz Sinfônica, que foi um prêmio em dinheiro – acho113

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