<strong>de</strong>veria ser escrito <strong>de</strong> <strong>ou</strong>tra forma, pois na prática ele soa menos marcado do que estáescrito).Tem muitos lugares aqui que você gosta <strong>de</strong> fazer contraposições rítmicas emtercinas, <strong>ou</strong> seja, a melodia em tercinas versus os contrabaixos em semicolcheias...Isso é para dar sentido rítmico do pan<strong>de</strong>iro.Outra coisa sempre recorrente na sua obra como um todo, é sua quaseobsessão em mudar a sonorida<strong>de</strong> completamente a cada 8 compassos, a cada seção.Porque que você faz isso?Uma exploração <strong>de</strong> timbres da orquestra, quanto mais se varia, fica maisinteressante para quem <strong>ou</strong>ve do que quando a gente <strong>ou</strong>ve sempre a mesma coisa...Quando dá oportunida<strong>de</strong>, a gente muda, por isso quando a gente vai escrever precisaescolher bem a tonalida<strong>de</strong>. Qual a tonalida<strong>de</strong> que fica melhor, para po<strong>de</strong>r explorar<strong>ou</strong>tros instrumentos, principalmente... por exemplo: você vai fazer uma orquestração do<strong>Carinhoso</strong>, qual a tonalida<strong>de</strong> que ficaria melhor para você explorar o instrumento, naregião do instrumento que ele canta melhor.Mas você nunca fez mesquinharia com relação à modulação, se precisarmodular para ficar melhor, não é?Pra mim, se tem uma nota que dá para modular, eu já mudo <strong>de</strong> tom que eu achoque mantém o interesse para quem <strong>ou</strong>ve.Então as duas coisas que você faz recorrentemente são mudar a textura eeventualmente a tonalida<strong>de</strong>.Não sei qual é das minhas orquestrações...acho que é do Caymmi, uma <strong>de</strong>las quetem um lugar que tem uma nona menor, no meio da frase eu modulo meio tom acima eninguém se sente mal... [Risos]No <strong>Carinhoso</strong> você faz um p<strong>ou</strong>co isso, você coloca a melodia meio tomacima pra <strong>de</strong>pois voltar.Isso...Você vai fazendo as coisas... Tem um lugar aqui: o tempo <strong>de</strong> minueto éclaramente um momento <strong>de</strong> humor.É, para fazer uma coisa mais leve, com <strong>ou</strong>tro clima, <strong>ou</strong>tra coisa.Você pens<strong>ou</strong> como se fosse um minueto <strong>de</strong> Bocherini?Sim.Outro lugar você faz uma brinca<strong>de</strong>ira, on<strong>de</strong> você segura as pontas que é umré com mi no baixo e no meio há movimento...120
É um contraponto harmônico.E aqui no finalzinho, tem uma pequena sacanagenzinha... essa seguradaon<strong>de</strong> você faz....Acaba num lá, a terça do Fá...eu acabei em Re maior, que é um contrastedanado.Tem uma passagem que eu chamei <strong>de</strong> Co<strong>de</strong>tta, antes da cadência, e vocêcomeça com uma frase nos segundos violinos... E quando você vai fazer a Coda <strong>de</strong>verda<strong>de</strong>, você continua fazendo com os segundos violinos, isso mostra que você éconsistente, usando a referência do que você já fez, né?Sim, lógico.Vamos mudar <strong>de</strong> assunto novamente falando sobre o seu lado pessoal. Vocêcas<strong>ou</strong> quando?Eu casei em 1953, eu ia fazer 24 anos.O seu primeiro filho nasceu?Nasceu... Nove anos <strong>de</strong>pois, a gente não tinha filhos, e resolveu adotar, queriaadotar – mas a minha mulher fic<strong>ou</strong> grávida. Eu não sei se era um problema psicológicomeu <strong>ou</strong> <strong>de</strong>la. Até hoje ninguém explic<strong>ou</strong> isso, nem os médicos. Daí, passados cincoanos, vieram dois <strong>de</strong> uma vez (gêmeos), um menino e uma menina, que é a Luciana –que é bailarina, e o Carlos – que começ<strong>ou</strong> como piloto <strong>de</strong> avião, mas <strong>de</strong>pois, por causada visão ele não po<strong>de</strong> mais fazer isso e hoje é meteorologista lá em Guarulhos. E oCyrinho é um cara meio...O Cyrinho é o primeiro filho?É o primeiro. (Ele é junior?) Não. <strong>Cyro</strong>... Porque o meu nome verda<strong>de</strong>iro éCyrio, mas foi erro <strong>de</strong> cartório – porque nunca me chamavam <strong>de</strong> Cyrio. Eu fui saberdisso quando eu fui pra escola, que eu fui levar a minha certidão <strong>de</strong> nascimento. O meupai era português, <strong>de</strong>ve ter falado Cyrio e o cara tac<strong>ou</strong> Cyrio. Então o primeiro nome domeu filho é <strong>Cyro</strong>. [Risos] <strong>Cyro</strong> <strong>de</strong> S<strong>ou</strong>za <strong>Pereira</strong>, com “y”. (Porque o teu Cyrio é com“y”. C-y-r-i-o.)E a Esterzinha você conheceu...?Na boate Excelsior, a primeira boate em que eu fui trabalhar.E você tinha algumas namoradas antes, não?Eu tinha uma noiva no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Eu era noivo lá.E aí?121
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Banca Examinadora__________________
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AgradecimentosAo Prof. Dr. Gil Jard
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A importância da obra de Pereira p
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Capítulo I - Apresentando Cyro Per
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“fui um pianista razoável de mú
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de Música, mas que nunca havia sid
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No final da partitura ele escreve:
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Roquete Pinto, o lema da rádio era
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necessidade de um profissional que
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mesma década de 1940. Pereira ouvi
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desses procedimentos, que mesclam r
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exprime um significado particular e
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Em outro verbete do mesmo dicionár
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Em algumas situações há o pensam
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