foi a do Jobim. (Jobimniana.) A do Jobim foi a primeira que eu realmente peguei, torci,tira pra cá, empurra pra lá, está enten<strong>de</strong>ndo? Foi a primeira que eu fiz.Foi o Benito que encomend<strong>ou</strong>? Não, ele nem encomend<strong>ou</strong>. Eu que fiz pormim, e <strong>de</strong>i pra ele tocar. (Ah é?) Ele não encomend<strong>ou</strong> isso aí não. [Risos]Isso aí foi quando, em 1980?É, por aí, nessa época, no ano <strong>de</strong> [19]80, eu fazia muita música popular para ele.Você tocava lá, você lembra, sempre tinha uma música popular, não sei se era nopróprio concerto <strong>ou</strong> na rua – não sei –, eu sei que ele me encomendava e eu fazia. Mas aJobimniana não, a Jobimniana eu fiz porque me <strong>de</strong>u vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer.E aí você se i<strong>de</strong>ntific<strong>ou</strong> com essa história?É, aí eu achei legal.E você resolveu fazer uma série?É, e <strong>de</strong>pois, aqui na Jazz eu fiz uma série.Mas mesmo lá em Campinas você fez. Por exemplo, Caymminiana você fezprimeiro para Campinas, O fino do choro 1, Aquarela <strong>de</strong> Sambas, Suíte Sertaneja, o(Suíte) Gershwin...É, o Gershwin também. Depois do Jobim eu comecei.Depois, aqui na Jazz você fez mais algumas e adapt<strong>ou</strong> todas as antigas. OGonzagueana era <strong>de</strong> Campinas e você alter<strong>ou</strong> bastante na versão da Jazz...É, porque aqui a orquestra era <strong>ou</strong>tra, o jeito <strong>de</strong> tocar era <strong>ou</strong>tro. Então eu comeceia mudar a coisa para o nosso jeito <strong>de</strong> tocar.O que você fez pra cá, que eu sei, é (Suíte) Edu Lobo, acho que o (Suíte) ColePorter, (Suíte) Jerome Kern, (Suíte) Duke Ellington. O Duke Ellington é <strong>de</strong> antes, <strong>de</strong>Campinas, <strong>ou</strong> não?Não, Duke Ellington não.As Rosas <strong>de</strong> Noel, que é recente, e Encontro com Jacó, que foi a última quevocê fez.E agora eu est<strong>ou</strong> atrás <strong>de</strong> um álbum do Garoto, o Garoto violonista, que épaulista, pra fazer uma suíte pra ele também – tanto que o Rodrigo (Morte) foi procurara partitura pra mim.Tem as Valsas Paulistas, que você fez pra Campinas também.É, mas essa aí é gozada. Foi um cara que apareceu lá em casa, <strong>de</strong> Tatuí, eu nãolembro o nome <strong>de</strong>le, que tinha uma banda lá, e ele me pediu pra fazer um pot-p<strong>ou</strong>rri das118
valsas paulistas pra banda. Eu fiz, <strong>de</strong>pois peguei isso e adaptei para a Orquestra <strong>de</strong>Campinas.E como você enxerga essa história? Como você, pessoalmente, vê isso, comocomposição <strong>ou</strong> como arranjo?Olha, isso é uma polêmica, né?Você faz a sua visão.Eu mudo, faço variações – na minha visão. Acho que é mais uma composição,só que o tema é do <strong>ou</strong>tro, que nem o (Sergei) Rachmaninoff, que fez a variação sobre otema do (Niccolo) Paganini; fez um concerto, né? É isso aí.Agora, em direção ao <strong>Carinhoso</strong>, você se lembra porque você <strong>de</strong>cidiu fazero <strong>Carinhoso</strong>, como é que foi esse processo?A peça está <strong>de</strong>dicada para o Perseu, que era o arquivista da Sinfônica <strong>de</strong>Campinas, era violinista <strong>de</strong>pois fic<strong>ou</strong> arquivista. Um dia ele fal<strong>ou</strong> para mim:- Você não dorme, não come, você só escreve? - Fez uma brinca<strong>de</strong>ira... Aí fiz o<strong>Carinhoso</strong>, escrevi <strong>de</strong>dicado à ele. Está escrito no original... “Passei mais uma noite semdormir... mas só que é <strong>de</strong>dicado para você”. [Risos]Porque você resolveu escrever só para cordas?Eu achei que era… foi a idéia que me veio na cabeça.Veio a idéia já pronta...Mais <strong>ou</strong> menos pronta para fazer com orquestra <strong>de</strong> cordas.Você usa no <strong>Carinhoso</strong> o tempo inteiro tercinas e nunca síncopas, porqueisso?Porque a sincopa na música popular é um mistério para tocar, não é bem aquiloque tá escrito. O que chega mais perto da sincopa principalmente para os instrumentos<strong>de</strong> cordas é a tercina... o jeito <strong>de</strong> tocar, a nossa sincopa não é aquilo que está escrito.Não é assim... A mesma coisa que música americana, sendo que eles resolveram oproblema dizendo quando tem colcheias são tercinas. Eles arranjaram um jeito, porquerealmente é uma tercina. No nosso caso é complicado e o que chega mais perto para ascordas são as tercinas.Porque quando a gente <strong>ou</strong>ve o <strong>Carinhoso</strong> tocado pelo Pixinguinha ele fazmais ritmado...Mais sincopado, mas a semicolcheia é mais comprida, ele não faz ta taa ta ta...A semicocheia dura uma tercina, se você escrever do jeito que é, o cara vai <strong>de</strong>morar 5horas para ler. (aqui <strong>Cyro</strong> canta para dar o exemplo, enfatizando que o ritmo da sincopa119
- Page 2 and 3:
Banca Examinadora__________________
- Page 4:
AgradecimentosAo Prof. Dr. Gil Jard
- Page 7 and 8:
2.3 - Tratamento Melódico e Contra
- Page 9 and 10:
A importância da obra de Pereira p
- Page 11 and 12:
Capítulo I - Apresentando Cyro Per
- Page 13 and 14:
“fui um pianista razoável de mú
- Page 16 and 17:
de Música, mas que nunca havia sid
- Page 18 and 19:
No final da partitura ele escreve:
- Page 20 and 21:
época da formação e iniciação
- Page 22 and 23:
Roquete Pinto, o lema da rádio era
- Page 24 and 25:
necessidade de um profissional que
- Page 26 and 27:
De todo modo, as controvérsias em
- Page 28 and 29:
mesma década de 1940. Pereira ouvi
- Page 30 and 31:
livremente sua capacidade inventiva
- Page 32 and 33:
desses procedimentos, que mesclam r
- Page 34 and 35:
exprime um significado particular e
- Page 36 and 37:
à doutrina a tarefa de delimitaç
- Page 38 and 39:
3 - VariaçãoCabe agora, refletir
- Page 40 and 41:
Figura 2 - Tema „A‟ de Garota d
- Page 42 and 43:
Em outro verbete do mesmo dicionár
- Page 44 and 45:
“citação”: trata-se do iníci
- Page 46 and 47:
characteristics may consequently va
- Page 48 and 49:
Figura 9 - Trecho inicial da canç
- Page 50 and 51:
conceito de que a Fantasia está at
- Page 52 and 53:
“Eu fiz o “Carinhoso” em 1917
- Page 54 and 55:
Figura 2 - Carinhoso dividido em Se
- Page 56 and 57:
finais há uma cadência de dominan
- Page 58 and 59:
Figura 9 - O motivo principal de Ca
- Page 60 and 61:
2 - O Carinhoso de Cyro PereiraEsta
- Page 62 and 63:
Em algumas situações há o pensam
- Page 64 and 65:
epetição do procedimento, Pereira
- Page 66 and 67:
semelhante à original, só que uma
- Page 68 and 69: Figura 7 - Harmonia da Seção B2 d
- Page 70 and 71: Primeira Seção da Primeira Parte
- Page 72 and 73: utiliza uma frase nova, classificad
- Page 74 and 75: Terceira Seção da Segunda Parte (
- Page 76 and 77: IntroduçãoNos compassos 1 a 9, o
- Page 78 and 79: Figura 17- linhas melódicas da se
- Page 80 and 81: Esta seção está claramente divid
- Page 83 and 84: Figura 25 - Linha Melódica de Cyro
- Page 85 and 86: Figura 30 - Frase de finalização
- Page 87 and 88: Figura 35 - Melodia da 1ª seção
- Page 89 and 90: Segunda Seção da Segunda Parte (B
- Page 91 and 92: Figura 42 - Contracantos da seção
- Page 93 and 94: 2.4 - Texturas OrquestraisUma das c
- Page 95 and 96: IntroduçãoA Introdução pode ser
- Page 97 and 98: Terceira Seção da Segunda Parte (
- Page 99 and 100: em contraste com as tercinas dos de
- Page 101 and 102: ConclusãoA produção musical de C
- Page 103 and 104: Bibliografia:Dicionários e Manuais
- Page 105 and 106: SZENDY, Peter. Escucha. Una histori
- Page 107 and 108: TEIXEIRA, Maurício de Carvalho. M
- Page 109 and 110: Anexo I - Entrevista com Cyro Perei
- Page 111 and 112: E antes tinha uma orquestra que tra
- Page 113 and 114: morar em Campinas e fiquei na Unica
- Page 115 and 116: Não sei direito, eu passei a usar
- Page 117: Não, isso se chama transcrição,
- Page 121 and 122: É um contraponto harmônico.E aqui
- Page 123 and 124: Anexo II - Fac simile da partitura
- Page 125 and 126: Anexo III - Fac simile de originais
- Page 127 and 128: Página final da peça Prelúdio, d
- Page 129: Anexo IV - Partitura Digitalizada d