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O Carinhoso de Cyro Pereira: Arranjo ou Composição? - ECA-USP

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Não sei direito, eu passei a usar só a p<strong>ou</strong>co tempo, aqui na Jazz, principalmentepara guitarra, para piano não. Dificilmente escrevo cifras para o piano. Não adiantaescrever uma cifra, porque com ela eu não sei exatamente aon<strong>de</strong> o instrumentista vaicolocar as notas. Eu acho que a cifra “emburreceu” um p<strong>ou</strong>co as pessoas.O que mais você que você lembra que foi importante, se fosse pensar lá nocomeço?Pra mim, o importante foi a vinda pra São Paulo, que me fez a carreira.Mas se a gente pensar em Rio Gran<strong>de</strong>, você tocava em dois grupinhos?É, em grupos. (E lá você começ<strong>ou</strong> a dar os seus primeiros passos comoarranjador?) É. Fui escrever. Era conjuntinho pequeno, aquela coisa toda.E quando você cheg<strong>ou</strong> em São Paulo você foi tocar em boate, e <strong>de</strong>poisacab<strong>ou</strong> arranjando...?Fui pra Record tocar piano.E <strong>de</strong> lá?De lá eu comecei a escrever para orquestra <strong>de</strong> baile. Foi indo, foi indo – e com oMigliori lá, tal. Quando me contrataram, que o Simonetti foi embora para a televisão, aíeu fui trabalhar com o Migliori, aí sim, eu fiquei lá vinte anos com ele e aprendi tudo.(Com o Migliori?) Com o Migliori. Orquestração em geral, tudo; equilíbrio <strong>de</strong>orquestra.Nos tempos da Record <strong>Cyro</strong>, havia um leque muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> arranjadoresque trabalhavam com você. Os nomes principais eram o Migliori, que era seututor, o Hervé Cordovil, o Simonetti, o Mazagão. Havia um clima <strong>de</strong> competiçãoentre vocês?Não, na Record era como uma família, eram todos amigos, todos se respeitavam,conversavam. Ninguém queria ser melhor do que o <strong>ou</strong>tro.Você também lia muito, né?É, eu sempre fui um cara que li muito. Tudo que tinha sobre orquestração eu lia,inclusive a técnica <strong>de</strong> ler nas sete claves, para você não ter que fazer conta pra fazertransposição, <strong>de</strong> um livro <strong>de</strong> um alemão, da Editora Labor, que eu acho que euemprestei, perdi – e ele ensinava: escreva assim para tal instrumento que acontece isso.'Clave Imaginária' chama-se isso; você escreve a nota que já é a nota pro cara(instrumento transpositor) e você está lendo a nota <strong>de</strong> efeito, e eu acostumei.Depois eu acostumei a escrever sem armadura, v<strong>ou</strong> pondo tudo no caminho,principalmente as coisas que eu faço; fica às vezes durante os seis compassos (numa115

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