3 – VariaçãoCabe agora, refletir sobre o termo Variação. Enten<strong>de</strong>mos que uma referênciacentral para os estudos das formas musicais é o trabalho <strong>de</strong> Joaquin Zamacois (1979) 48 .Este autor apresenta um conceito bastante rígido <strong>de</strong> Variação:§ 105. Definicion. La Variación, como forma musical, consiste en unnúmero in<strong>de</strong>terminado <strong>de</strong> piezas breves, todas ellas basadas en un mismotema – que, casi siempre, se expone al principio <strong>de</strong> la obra –, el cual esmodificado cada vez intrínseca o extrínsecamente. (p.136) 49Em seguida, Zamacois começa a <strong>de</strong>screver os diferentes tipos <strong>de</strong> Variaçõesexistentes:§ 106. Variación ornamental o melódica. La melodía <strong>de</strong> un tema admiteser modificada – ya en su ritmo, ya en su línea <strong>de</strong> sonidos – sin que por elloel tema que<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfigurado hasta el punto <strong>de</strong> no permitir la i<strong>de</strong>ntificación. (...)§ 107. La Variación <strong>de</strong>corativa o armónico-contrapuntística. Cuando untema es expuesto, armonizado o contrapunteado, no es exclusivamente sumelodía lo que le da personalidad, sino que a ello contribuyen la armonía olos contrapuntos. (...)§ 108. Variación amplificativa, libre o gran Variación. El tema no necesitaaparecer completo para acreditar su presencia. Pue<strong>de</strong> bastar un fragmentosuyo, un simple <strong>de</strong>talle <strong>de</strong> los que han dado personalidad al ser expuesto.(...)§ 109. Coexistencia <strong>de</strong> los tres tipos <strong>de</strong> Variación. Una Variación pue<strong>de</strong>estar compuesta <strong>de</strong> modo exclusivo con arreglo a cualquiera <strong>de</strong> los tres tiposexplicados en los §§ 106, 107 y 108; pero también pu<strong>de</strong> tener dos <strong>de</strong> ellos, eincluso <strong>de</strong> los tres, sin que tal cosa constituya ninguna clase <strong>de</strong> excepción.(PP. 137 - 140) 5048 Joaquin Zamacois (Santiago <strong>de</strong> Chile, 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1894 - Barcelona, 8 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1976)foi compositor, importante teórico e referência inescapável aos musicólogos.49 A variação, como forma musical consiste em um número in<strong>de</strong>terminado <strong>de</strong> peças breves, todasbaseadas em um mesmo tema - que, quase sempre, é exposto no princípio da obra -o qual émodificado cada vez intrínseca <strong>ou</strong> extrinsecamente. (tradução nossa).50 §106 – Variação ornamental <strong>ou</strong> melódica. A melodia <strong>de</strong> um tema admite ser modificada – seja emseu ritmo, seja em sua linha sonora – sem que por isso o tema fique <strong>de</strong>sfigurado, até o ponto <strong>de</strong> nãopermitir seu reconhecimento. (...) §107 – Variação <strong>de</strong>corativa <strong>ou</strong> harmônico-contrapontística.Quando um tema é exposto, harmonizado <strong>ou</strong> contraponteado não é exclusivamente sua melodia o que lhedá personalida<strong>de</strong>, mas sim que a ele contribuem a harmonia e os contrapontos. (...) §108 – Variaçãoamplificada, livre <strong>ou</strong> gran<strong>de</strong> Variação. O tema não precisa aparecer por completo para que sua38
Relacionando alguns procedimentos utilizados por <strong>Cyro</strong> <strong>Pereira</strong> em certas obrascom as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> Zamacois, é possível concluir que o maestro cri<strong>ou</strong> “Variações”.Um primeiro exemplo disto é o tratamento melódico da canção Garota <strong>de</strong> Ipanema, <strong>de</strong>Tom Jobim, inserido em Jobimniana – Fantasia sobre Temas <strong>de</strong> Tom Jobim. Na figura1, temos o tema „A‟ da peça original (em Fá maior).Figura 1 – Tema „A‟ <strong>de</strong> Garota <strong>de</strong> Ipanema, em Fá Maior.Na figura 2, mostramos o recorte <strong>de</strong> Jobimniana on<strong>de</strong> aparece o mesmo tema,aqui com uma variação melódico/harmônico (em Si bemol Maior), procedimento esteque se enquadra no primeiro tipo <strong>de</strong>finido por Zamacois. O compasso 77 é <strong>de</strong>preparação para a melodia do compasso 78.presença seja percebida. Basta um fragmento seu, um simples <strong>de</strong>talhe daqueles elementos que lheconferiram personalida<strong>de</strong> ao ser exposto. (...) § 109 – Coexistência dos três tipos <strong>de</strong> Variação. Umavariação po<strong>de</strong> ser composta com relação a qualquer dos três tipos <strong>de</strong> explicados nos §§ 106, 107 e 108;assim também po<strong>de</strong> ter apenas dois <strong>de</strong>les, <strong>ou</strong> inclusive os três, sem que tal coisa constitua qualquer tipo<strong>de</strong> exceção. (tradução nossa)39
- Page 2 and 3: Banca Examinadora__________________
- Page 4: AgradecimentosAo Prof. Dr. Gil Jard
- Page 7 and 8: 2.3 - Tratamento Melódico e Contra
- Page 9 and 10: A importância da obra de Pereira p
- Page 11 and 12: Capítulo I - Apresentando Cyro Per
- Page 13 and 14: “fui um pianista razoável de mú
- Page 16 and 17: de Música, mas que nunca havia sid
- Page 18 and 19: No final da partitura ele escreve:
- Page 20 and 21: época da formação e iniciação
- Page 22 and 23: Roquete Pinto, o lema da rádio era
- Page 24 and 25: necessidade de um profissional que
- Page 26 and 27: De todo modo, as controvérsias em
- Page 28 and 29: mesma década de 1940. Pereira ouvi
- Page 30 and 31: livremente sua capacidade inventiva
- Page 32 and 33: desses procedimentos, que mesclam r
- Page 34 and 35: exprime um significado particular e
- Page 36 and 37: à doutrina a tarefa de delimitaç
- Page 40 and 41: Figura 2 - Tema „A‟ de Garota d
- Page 42 and 43: Em outro verbete do mesmo dicionár
- Page 44 and 45: “citação”: trata-se do iníci
- Page 46 and 47: characteristics may consequently va
- Page 48 and 49: Figura 9 - Trecho inicial da canç
- Page 50 and 51: conceito de que a Fantasia está at
- Page 52 and 53: “Eu fiz o “Carinhoso” em 1917
- Page 54 and 55: Figura 2 - Carinhoso dividido em Se
- Page 56 and 57: finais há uma cadência de dominan
- Page 58 and 59: Figura 9 - O motivo principal de Ca
- Page 60 and 61: 2 - O Carinhoso de Cyro PereiraEsta
- Page 62 and 63: Em algumas situações há o pensam
- Page 64 and 65: epetição do procedimento, Pereira
- Page 66 and 67: semelhante à original, só que uma
- Page 68 and 69: Figura 7 - Harmonia da Seção B2 d
- Page 70 and 71: Primeira Seção da Primeira Parte
- Page 72 and 73: utiliza uma frase nova, classificad
- Page 74 and 75: Terceira Seção da Segunda Parte (
- Page 76 and 77: IntroduçãoNos compassos 1 a 9, o
- Page 78 and 79: Figura 17- linhas melódicas da se
- Page 80 and 81: Esta seção está claramente divid
- Page 83 and 84: Figura 25 - Linha Melódica de Cyro
- Page 85 and 86: Figura 30 - Frase de finalização
- Page 87 and 88: Figura 35 - Melodia da 1ª seção
- Page 89 and 90:
Segunda Seção da Segunda Parte (B
- Page 91 and 92:
Figura 42 - Contracantos da seção
- Page 93 and 94:
2.4 - Texturas OrquestraisUma das c
- Page 95 and 96:
IntroduçãoA Introdução pode ser
- Page 97 and 98:
Terceira Seção da Segunda Parte (
- Page 99 and 100:
em contraste com as tercinas dos de
- Page 101 and 102:
ConclusãoA produção musical de C
- Page 103 and 104:
Bibliografia:Dicionários e Manuais
- Page 105 and 106:
SZENDY, Peter. Escucha. Una histori
- Page 107 and 108:
TEIXEIRA, Maurício de Carvalho. M
- Page 109 and 110:
Anexo I - Entrevista com Cyro Perei
- Page 111 and 112:
E antes tinha uma orquestra que tra
- Page 113 and 114:
morar em Campinas e fiquei na Unica
- Page 115 and 116:
Não sei direito, eu passei a usar
- Page 117 and 118:
Não, isso se chama transcrição,
- Page 119 and 120:
valsas paulistas pra banda. Eu fiz,
- Page 121 and 122:
É um contraponto harmônico.E aqui
- Page 123 and 124:
Anexo II - Fac simile da partitura
- Page 125 and 126:
Anexo III - Fac simile de originais
- Page 127 and 128:
Página final da peça Prelúdio, d
- Page 129:
Anexo IV - Partitura Digitalizada d