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O Carinhoso de Cyro Pereira: Arranjo ou Composição? - ECA-USP

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Capítulo II – Consi<strong>de</strong>rações em torno dasConcepções sobre <strong>Arranjo</strong>sThe problematic current situation of music can be <strong>de</strong>tected in its propensityto generate misnomers. “Classical music” is at best a metonymy, the part forthe whole; “erudite,” a falsification; “seri<strong>ou</strong>s”, a neutralization; “popular”,the greatest untruth. (Durão e Fenerick, 2009, p. 56) 38Esta epígrafe indica as dificulda<strong>de</strong>s e os limites do trabalho com <strong>de</strong>finiçõesmusicais. Entretanto, não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> refletir sobre os problemas conceituais queenvolvem a criação <strong>de</strong> arranjos.A produção musical <strong>de</strong> <strong>Cyro</strong> <strong>Pereira</strong> tem características similares à <strong>de</strong> muitosprofissionais que mencionamos no capítulo anterior e que se <strong>de</strong>dicaram ao trabalho <strong>de</strong>produzir uma r<strong>ou</strong>pagem orquestral para diversos veículos <strong>de</strong> comunicação, comoemissoras <strong>de</strong> rádio e televisão. Entretanto, possui particularida<strong>de</strong>s significativas sobre asquais nos <strong>de</strong>teremos.Ainda que <strong>Cyro</strong> tenha produzido tanto composições como arranjos, as primeirasnão serão objeto <strong>de</strong> nossa preocupação neste trabalho. De todo modo, vale a pena<strong>de</strong>stacar, entre elas, sua série <strong>de</strong> Suítes Brasilianas (quatro), seu Concerto Breve paraViolino e Orquestra, e um conjunto <strong>de</strong> peças curtas para as mais variadas formações esolistas 39 .Seus arranjos são numerosos e diversificados. Cremos ser pertinente propor umaqualificação preliminar <strong>de</strong>ssas peças para efeito <strong>de</strong> nossa discussão. Po<strong>de</strong>mos dividi-losem “funcionais” e “livres”. Os primeiros são aqueles produzidos para acompanharsolistas, instrumentistas <strong>ou</strong> cantores; esses arranjos geralmente têm uma estrutura tantoformal como harmônica semelhante ao material original e não suscita qualquer dúvidaquanto à sua classificação. Os que estamos <strong>de</strong>nominando <strong>de</strong> “livres” geram mais<strong>de</strong>bates sobre sua rotulação, neles incluindo-se consi<strong>de</strong>rável parte da produção <strong>de</strong><strong>Pereira</strong>. Estamos nos referindo às suas Suítes/Fantasias 40 , nas quais o maestro exercita38 “A problemática situação atual da música po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>tectada em sua propensão <strong>de</strong> gerar falsosconceitos. „Música Clássica‟ é no máximo uma metonímia, uma parte do todo; „erudito‟, umafalsificação; „séria‟, uma neutralização; „popular‟, a maior falsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas.” (tradução nossa)39 Como já foi dito, Shimabuco fez uma listagem <strong>de</strong> suas composições até 1998. De lá até hoje, o volume<strong>de</strong> obras cresceu, mas ainda não existe nenhuma catalogação oficial <strong>de</strong>las.40 O termo Suíte parece-nos ina<strong>de</strong>quado, pois ele <strong>de</strong>ve ser utilizado para a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong>peças. Para muitas <strong>de</strong>stas peças fronteiriças utilizaremos a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> „Fantasia‟.29

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