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O Carinhoso de Cyro Pereira: Arranjo ou Composição? - ECA-USP

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transmissão oficial <strong>de</strong> fundação em 11 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1931. Segundo nos conta Maria ElisaPeretti Pasqualini (1998):A Record optava então por uma nova orientação artística, do rádio comoveículo <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massas e diferenciada das <strong>ou</strong>tras existentes noRio e em São Paulo. Nesta última cida<strong>de</strong>, só funcionava a Rádio EducadoraPaulista. Todas, entretanto, distinguiam a cultura “elevada” da “inferior” <strong>ou</strong>popular. (p. 331)No caso da música, estava colocado o problema <strong>de</strong> como inserir a chamadamúsica popular <strong>de</strong>ntro da programação das emissoras. Mais uma vez, Pasqualini nosinforma que já no início das suas transmissões:“(...) ela (a Rádio Record) lançava seu „Novíssimo Jazz Symphonico: pelaprimeira vez no Brasil, Músicas Brasileiras em arranjos orchestrais‟,contando com Raul T. Galvão, Martinez Grau, Francisco Gorga e José Torrepara dirigir esse Jazz Sinfônico. A Rádio Record misturava repertório emseus programas, com arranjos <strong>de</strong> músicas populares tratadas orquestralmentecomo eruditas e arranjos populares <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> concertos, sinfonias etrechos <strong>de</strong> óperas.” (p. 332)Dentro <strong>de</strong>sta moldura, po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r a solução encontrada por Pixinguinha:unir a orquestra à música popular, produzindo arranjos musicais para as composiçõespopulares. Nas palavras <strong>de</strong> Paulo Aragão (2001):Acontece que esse “produto” (a música popular) não po<strong>de</strong>ria ser apresentadoem seu estado bruto, tal qual era praticado por seus agentes tradicionais emseus meios originais. Parecia imprescindível a transformação da músicapopular em um produto palatável ao gosto <strong>de</strong> um público mais amplo,formador do mercado consumidor. É justamente nessa transformação que oarranjo <strong>de</strong>sponta como ativida<strong>de</strong> essencial para a indústria, enquantopossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “disciplinar” e revestir os sons populares. (p.28).Esta união não foi e não é simples, pois as linguagens musicais eram muitodiferentes; a música erudita orquestral apresenta, entre <strong>ou</strong>tros elementos, umaabordagem mais lírica e a música popular um caráter mais rítmico 30 . Surgiu assim, a30 Esta dificulda<strong>de</strong> permanece até hoje. Nestico (1993) em The Complete Arranger, na seção <strong>de</strong>dicada àscordas faz uma advertência: “One last word of caution: the legitimate string player has spent his lifestudying classical repertoire so please don't ask him to „swing‟.” - Uma última palavra <strong>de</strong> precaução: os23

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