tonalida<strong>de</strong>) e eu modulo pra <strong>ou</strong>tra, e vai encher tudo (<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes na clave). Não, euv<strong>ou</strong> pondo tudo no caminho.E você tem uma coisa também <strong>de</strong> sempre se preocupar em facilitar a leiturados instrumentistas. Às vezes você sacrifica o que seria a harmonia correta...A harmonia correta, usando um enarmônico, pra facilitar a leitura dos caras, né?Essa que é uma das cosias importantes: é você perceber que por um ladotem o rigor acadêmico. (Tem o rigor acadêmico, evi<strong>de</strong>ntemente.) E por <strong>ou</strong>tro ladotem o resultado final. Se você é muito rigoroso aca<strong>de</strong>micamente, você faz umnegócio tão complicado...Tão complicado que o cara fica atrapalhado pra ler. Então eu façoenarmonicamente, fica mais fácil para ele tocar e não tem problema. Agora, isso foiuma opção pessoal minha, não é que é assim.Existia uma diferença entre o arranjo que você fazia para a rádio e para odisco?Sim, havia, para a rádio é <strong>ou</strong>tra coisa. Disco você nunca gravava com orquestragran<strong>de</strong>, sempre pequena, uns 15 músicos no máximo, pois também nem tinha estúdiopara mais que isso.No disco era sempre mais comportado?Era mais acompanhamento <strong>de</strong> cantor, na rádio você fazia o acompanhamento,<strong>de</strong>pois tinha o solo da orquestra, aí a gente fazia o que queria. No disco você fazia umaorquestração <strong>de</strong> acompanhamento, você tinha uma direção a seguir. Claro que vocêtinha liberda<strong>de</strong> harmônica, mas sempre o artista principal era o cantor e não a orquestra.Agora vamos mudar <strong>de</strong> assunto. Como é que você diferencia o orquestradordo arranjador?Eu acho que arranjador... arranjo para mim é conserto <strong>de</strong> alguma coisa -consertar alguma coisa - v<strong>ou</strong> consertar aquela peça que tá quebrada. Eu acho quemesmo escrevendo para cantores, ele está orquestrando uma música para acompanharcantor e não fazendo um arranjo. Isso (usar a palavra arranjador) veio dos Americanos“arranged by ciclano” e como ficamos muito “americanalhados”, também agora <strong>de</strong>poistudo vir<strong>ou</strong> arranjo. Na rádio se falava orquestração <strong>de</strong> Radamés Gnatalli, orquestração<strong>de</strong> fulano <strong>de</strong> tal e nunca arranjo <strong>de</strong> fulano. Desculpe essa é minha visão.Eu tinha uma visão que orquestração era uma coisa mais simples, erasimplesmente distribuir, você pega uma peça <strong>de</strong> piano e você vai orquestrar, <strong>ou</strong>seja, você vai distribuir as vozes...116
Não, isso se chama transcrição, não tem nada a ver com orquestração. Tanto quetem peças que o Ravel fez, como a transcrição para orquestra <strong>de</strong> Quadros <strong>de</strong> umaExposição, transcrição <strong>de</strong> fulano para orquestra.Então a orquestração no seu modo <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r sempre implica entre <strong>ou</strong>trascoisas em alterações harmônicas, etc.Aí <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um, se a música tem uma harmonia muito rica você nãoprecisa fazer nada, trabalha em cima daquilo.Se ela é mais pobrezinha...É, sei lá se você acha que po<strong>de</strong> ajeitar daqui, é melhor assim, vai ficar melhorassim...E como é seu processo criativo? Sobretudo quando você está pensando emuma orquestração <strong>ou</strong> numa composição...Comigo muita coisa... v<strong>ou</strong> fazer tal coisa e na hora não sai.. <strong>de</strong> repente vem aidéia. Geralmente as minhas idéias ocorriam sempre quando eu ia dormir. Eu ia <strong>de</strong>itar eficava pensando, pensando, começavam a vir as idéias, e fora na hora que você estáfazendo, <strong>de</strong> repente vem <strong>ou</strong>tra idéia, pelo menos comigo é assim... mas antes você temque fazer um plano. Eu faço um plano antes, v<strong>ou</strong> fazer isso, acho v<strong>ou</strong> fazer assim <strong>ou</strong>assado.Isso tanto para composição como para arranjo?Para orquestração também, acho que v<strong>ou</strong> começar assim, <strong>de</strong> repente na horaacho que é melhor fazer assim.A próxima coisa é o seguinte: eu enxergo três linhas distintas no que vocêfaz. Uma é quando você simplesmente vai fazer um arranjo pra uma...(Determinada música?) Exato, que é um arranjo pra alguém que vai solar. Naverda<strong>de</strong> funciona aquela história <strong>de</strong> você dar uma r<strong>ou</strong>pa diferente para algumacoisa que já existe. Existe o seu lado compositor, que é quando você compõealguma coisa própria... Por exemplo, as Suítes Brasilianas são composições suas,Solito, Sacabuxas, Saxomania...E você tem uma terceira vertente, que é o objeto do meu estudo, que são assuas Fantasias (chamadas <strong>de</strong> Suítes pelo <strong>Cyro</strong>); quando você se apropria <strong>de</strong> umtema <strong>de</strong> <strong>ou</strong>trem e resolve fazer a sua versão da história. Como é que começ<strong>ou</strong> essaidéia? Isso foi por causa do Benito (Juarez), <strong>ou</strong> você já fazia isso antes?Não, não. Eu comecei a fazer... Primeiro eu fazia arranjos para o Benito <strong>de</strong>música popular – emendava duas, três. Mas suíte mesmo, a primeira que eu pensei fazer117
- Page 2 and 3:
Banca Examinadora__________________
- Page 4:
AgradecimentosAo Prof. Dr. Gil Jard
- Page 7 and 8:
2.3 - Tratamento Melódico e Contra
- Page 9 and 10:
A importância da obra de Pereira p
- Page 11 and 12:
Capítulo I - Apresentando Cyro Per
- Page 13 and 14:
“fui um pianista razoável de mú
- Page 16 and 17:
de Música, mas que nunca havia sid
- Page 18 and 19:
No final da partitura ele escreve:
- Page 20 and 21:
época da formação e iniciação
- Page 22 and 23:
Roquete Pinto, o lema da rádio era
- Page 24 and 25:
necessidade de um profissional que
- Page 26 and 27:
De todo modo, as controvérsias em
- Page 28 and 29:
mesma década de 1940. Pereira ouvi
- Page 30 and 31:
livremente sua capacidade inventiva
- Page 32 and 33:
desses procedimentos, que mesclam r
- Page 34 and 35:
exprime um significado particular e
- Page 36 and 37:
à doutrina a tarefa de delimitaç
- Page 38 and 39:
3 - VariaçãoCabe agora, refletir
- Page 40 and 41:
Figura 2 - Tema „A‟ de Garota d
- Page 42 and 43:
Em outro verbete do mesmo dicionár
- Page 44 and 45:
“citação”: trata-se do iníci
- Page 46 and 47:
characteristics may consequently va
- Page 48 and 49:
Figura 9 - Trecho inicial da canç
- Page 50 and 51:
conceito de que a Fantasia está at
- Page 52 and 53:
“Eu fiz o “Carinhoso” em 1917
- Page 54 and 55:
Figura 2 - Carinhoso dividido em Se
- Page 56 and 57:
finais há uma cadência de dominan
- Page 58 and 59:
Figura 9 - O motivo principal de Ca
- Page 60 and 61:
2 - O Carinhoso de Cyro PereiraEsta
- Page 62 and 63:
Em algumas situações há o pensam
- Page 64 and 65:
epetição do procedimento, Pereira
- Page 66 and 67: semelhante à original, só que uma
- Page 68 and 69: Figura 7 - Harmonia da Seção B2 d
- Page 70 and 71: Primeira Seção da Primeira Parte
- Page 72 and 73: utiliza uma frase nova, classificad
- Page 74 and 75: Terceira Seção da Segunda Parte (
- Page 76 and 77: IntroduçãoNos compassos 1 a 9, o
- Page 78 and 79: Figura 17- linhas melódicas da se
- Page 80 and 81: Esta seção está claramente divid
- Page 83 and 84: Figura 25 - Linha Melódica de Cyro
- Page 85 and 86: Figura 30 - Frase de finalização
- Page 87 and 88: Figura 35 - Melodia da 1ª seção
- Page 89 and 90: Segunda Seção da Segunda Parte (B
- Page 91 and 92: Figura 42 - Contracantos da seção
- Page 93 and 94: 2.4 - Texturas OrquestraisUma das c
- Page 95 and 96: IntroduçãoA Introdução pode ser
- Page 97 and 98: Terceira Seção da Segunda Parte (
- Page 99 and 100: em contraste com as tercinas dos de
- Page 101 and 102: ConclusãoA produção musical de C
- Page 103 and 104: Bibliografia:Dicionários e Manuais
- Page 105 and 106: SZENDY, Peter. Escucha. Una histori
- Page 107 and 108: TEIXEIRA, Maurício de Carvalho. M
- Page 109 and 110: Anexo I - Entrevista com Cyro Perei
- Page 111 and 112: E antes tinha uma orquestra que tra
- Page 113 and 114: morar em Campinas e fiquei na Unica
- Page 115: Não sei direito, eu passei a usar
- Page 119 and 120: valsas paulistas pra banda. Eu fiz,
- Page 121 and 122: É um contraponto harmônico.E aqui
- Page 123 and 124: Anexo II - Fac simile da partitura
- Page 125 and 126: Anexo III - Fac simile de originais
- Page 127 and 128: Página final da peça Prelúdio, d
- Page 129: Anexo IV - Partitura Digitalizada d