<strong>de</strong> Música, mas que nunca havia sido executada. Este CD foi relançado em 2007,rebatizado como <strong>Cyro</strong> <strong>Pereira</strong> – 60 Anos <strong>de</strong> Música.2 – A Personalida<strong>de</strong> “<strong>Cyro</strong> <strong>Pereira</strong>”As conversas com <strong>Cyro</strong> <strong>Pereira</strong> estão repletas <strong>de</strong> suas “tiradas” sarcásticas sobreele mesmo: “Esse negócio <strong>de</strong> me chamarem <strong>de</strong> maestro é o seguinte: você chama o cara<strong>de</strong> Zé e pega. No meu caso, me chamaram <strong>de</strong> maestro e peg<strong>ou</strong>...” 18 .Sobre sua formação musical, <strong>Cyro</strong> lembra que sempre leu muito, especialmentetratados <strong>de</strong> orquestração. Também gostava <strong>de</strong> ir ao cinema, assistindo, quando lheinteressava, ao mesmo filme diversas vezes, só para prestar atenção na trilha. “Asminhas influências são: os musicais do cinema americano, Radamés Gnattali, LyrioPanicali - que era um maestro da Rádio Nacional, que eu <strong>ou</strong>via muito - e GabrielMigliori, que foi meu professor.”<strong>Cyro</strong> <strong>de</strong>staca que os momentos mais marcantes <strong>de</strong> sua vida foram os prêmiosrecebidos, <strong>ou</strong> seja, o do concurso <strong>de</strong> composição <strong>de</strong> São Paulo, o da Aca<strong>de</strong>miaBrasileira <strong>de</strong> Música, o do Festival da Venezuela e o Prêmio Carlos Gomes.Seus compositores eruditos preferidos são Ravel, Debussy e Stravinsky. DePuccini, gosta das árias e <strong>de</strong> seu estilo <strong>de</strong> orquestração.Outro aspecto que não po<strong>de</strong> ser esquecido é seu “bom humor” musical e suacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer associações musicais inesperadas. Existem diversas passagens on<strong>de</strong>isto é percebido; por exemplo, a peça Poema para o Tom (on<strong>de</strong> ele mistura dois temas<strong>de</strong> Tom Jobim: Triste e Dindi), começa com a citação melódica da frase “Triste é viverna solidão”, e em seguida há um arpejo ascen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. Perguntado a ele quala razão disto, <strong>Cyro</strong> respon<strong>de</strong>u: - “A idéia é <strong>de</strong> um rapaz num bar pensando no seu amorperdido, e entre uma frase e <strong>ou</strong>tra, ele toma um gole <strong>de</strong> bebida...” 19 .Em <strong>ou</strong>tros momentos suas conexões são curiosas como, por exemplo, na peçaSuíte Sertaneja. Ela começa com uma citação <strong>de</strong> Clair <strong>de</strong> Lune, <strong>de</strong> Clau<strong>de</strong> Debussy,preparando a entrada <strong>de</strong> Luar do Sertão. Segundo <strong>Cyro</strong>, - “Como eu estava falando <strong>de</strong>lua, achei que dava certo juntar as duas...” 20 .18 A transcrição completa da entrevista está no anexo.19 Mais à frente, este exemplo será <strong>de</strong>scrito.20 I<strong>de</strong>m.16
Suas citações nem sempre são bem humoradas, mas sempre fazem sentido. Apeça Samba do Avião, <strong>de</strong> Tom Jobim fala da sauda<strong>de</strong> que o compositor sentia do Rio <strong>de</strong>Janeiro. Assim, foi natural para <strong>Pereira</strong> iniciar seu arranjo para a canção com umpequeno trecho da Sinfonia do Rio <strong>de</strong> Janeiro (Tom Jobim e Billy Blanco), on<strong>de</strong> a letradiz: - “Rio <strong>de</strong> Janeiro, que eu sempre hei <strong>de</strong> amar”, emendando a seguir na melodia dapeça. <strong>Cyro</strong> explica: “Essa música (Samba do Avião), o Tom fez quando estava comsauda<strong>de</strong>s do Rio. Aí eu resolvi começar com a <strong>ou</strong>tra peça exatamente pra enfatizar essesentimento.”<strong>Cyro</strong> <strong>Pereira</strong> também possui uma característica peculiar: quando esta à frente daorquestra, seu humor sofre uma mudança <strong>de</strong> 180 graus, ficando irritadiço e p<strong>ou</strong>cotolerante. Uma possível explicação para este fenômeno po<strong>de</strong> estar no fato <strong>de</strong> que, aoescrever música, ele é extremamente minucioso e consistente, não fazendo nenhum tipo<strong>de</strong> concessão. Assim, é este o compromisso que espera dos interpretes, <strong>ou</strong> seja, umaexecução perfeita. Como isto nem sempre acontece, o maestro se <strong>de</strong>scontrola. Mas,mesmo nestes momentos, seu humor acaba aparecendo. Uma <strong>de</strong> suas máximas é: “Erraré humano, mas vai ser humano assim lá adiante...”3 – Para saborear o humor <strong>de</strong> <strong>Cyro</strong> <strong>Pereira</strong>Em diversas partituras ele coloca comentários, alguns mais sérios, <strong>ou</strong>tros nemtanto. Aqui estão alguns exemplos:Sacabuxas – 1979Dedicatória na primeira página: “Ao amigo 'TABACO' (Orlando Bertozzi) e atodos os trombonistas (sacabuxeiros) do nosso tempo <strong>de</strong>: 'TAXI GIRL', BAILES,RÁDIO, DISCO E TELEVISÃO.”Jobimniana – 1ª versão, <strong>de</strong> 05/05/80No final da partitura ele escreve: “Ao 'JOBIM', uma das últimas coisas boas querest<strong>ou</strong> <strong>de</strong> nossa 'música popular', aceite esta mo<strong>de</strong>sta homenagem do arranjador <strong>Cyro</strong><strong>Pereira</strong>.”Concerto Breve para Violino e Orquestra – 198917
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morar em Campinas e fiquei na Unica
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Não sei direito, eu passei a usar
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Não, isso se chama transcrição,
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valsas paulistas pra banda. Eu fiz,
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É um contraponto harmônico.E aqui
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Anexo II - Fac simile da partitura
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Anexo III - Fac simile de originais
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Página final da peça Prelúdio, d
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Anexo IV - Partitura Digitalizada d