tese - vanda do vale arantes - ufmg - Biblioteca Digital de Teses e ...
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Para melhor entendimento <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> episódio, apresentamos uma pequena<br />
explicação sobre o vocabulário usa<strong>do</strong> na transcrição. “Carimbamba” é a <strong>de</strong>signação dada a<br />
curan<strong>de</strong>iros. “Aluno <strong>de</strong> Benjamin Constant”, militar i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> por sua a<strong>de</strong>são ao Positivismo.<br />
Encontramos a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong> duas correntes médicas entre os positivistas: a) Positivistas e a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong><br />
Hahnemann (1755-1834) – homeopatia; b) Positivistas, a<strong>de</strong>ptos e <strong>de</strong>fensores da alopatia. Posturas<br />
opostas e <strong>de</strong> difícil explicação. Segun<strong>do</strong> Rizzoto, a introdução e aceitação <strong>de</strong> postula<strong>do</strong>s<br />
positivistas na Medicina, méto<strong>do</strong> que seus segui<strong>do</strong>res <strong>de</strong>fendiam como capaz <strong>de</strong> uma produção<br />
“objetiva e neutra” <strong>do</strong> conhecimento, reforçou a posição <strong>do</strong>minante <strong>de</strong>ssa profissão e<br />
profissionais no campo da saú<strong>de</strong> 201 . Cumpre ressaltar que não encontramos informações que<br />
justifiquem a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> numerosos positivistas brasileiros à homeopatia.<br />
Christian Science, proposta <strong>de</strong> uma Medicina feita pelo prega<strong>do</strong>r norte-americano<br />
Sylvester Grahan, que preconizava dietas vegetarianas para o restabelecimento da saú<strong>de</strong>. Raspail<br />
– a<strong>de</strong>pto <strong>do</strong> uso da cânfora para diferentes <strong>do</strong>enças. Padre Kneipp foi o cria<strong>do</strong>r da hidroterapia,<br />
que tem gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ptos até nossos dias. Finalmente, “algebrista” i<strong>de</strong>ntifica pessoas<br />
em Portugal, no perío<strong>do</strong> colonial, que se <strong>de</strong>dicavam a tratar <strong>de</strong> fraturas ósseas. No texto<br />
transcrito, observamos o conflito <strong>de</strong> opiniões <strong>de</strong> discursos médicos em confronto com as<br />
propostas terapêuticas <strong>de</strong> um “prático”. O episódio po<strong>de</strong>ria ter ocorri<strong>do</strong> em qualquer cida<strong>de</strong> da<br />
Europa e Américas, no perío<strong>do</strong>. A Medicina e os serviços médicos, como hoje os enten<strong>de</strong>mos,<br />
foram sen<strong>do</strong> elabora<strong>do</strong>s no Brasil, ao longo <strong>do</strong> século XIX, e buscam sua hegemonia ao longo <strong>do</strong><br />
século XX. O convívio <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> curas advindas da Colônia e que a<strong>de</strong>ntraram pelo Império,<br />
com diversas propostas <strong>de</strong> medicina e a organização da Medicina Científica, foi comum no<br />
perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1880-1910. Betânia Figueire<strong>do</strong> estuda o assunto em questão em sua obra intitulada A<br />
arte <strong>de</strong> curar: cirurgiões, barbeiros, médicos, boticários e curan<strong>de</strong>iros no século XIX em Minas<br />
Gerais 202 .<br />
As questões estudadas por Figueire<strong>do</strong> são encontradas na escrita <strong>de</strong> Nava. Além <strong>do</strong><br />
episódio menciona<strong>do</strong>, seu avô materno também era um “prático”, que, no interior <strong>de</strong> Minas,<br />
socorria a população. No episódio narra<strong>do</strong> por Nava, ocorri<strong>do</strong> em cida<strong>de</strong> apontada pelo<br />
pioneirismo da recepção à Medicina Científica, a Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e Cirurgia <strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong><br />
201<br />
RIZZOTTO, Maria Lúcia F. História da Enfermagem e sua relação com a Saú<strong>de</strong> Pública. Goiânia: AB, 1999. p.<br />
27.<br />
202<br />
FIGUEIREDO, Betânia. A arte <strong>de</strong> curar: cirurgiões, barbeiros, médicos, boticários e curan<strong>de</strong>iros no século XIX<br />
em Minas Gerais. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Argvmentvm, 2002.<br />
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