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tese - vanda do vale arantes - ufmg - Biblioteca Digital de Teses e ...

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Bloch, Lucien Febvre, Fernand Brau<strong>de</strong>l, Jacques Le Goff, entre outros. Não sen<strong>do</strong> nosso objetivo<br />

o aprofundamento em historiografia, pontuaremos apenas aspectos que consi<strong>de</strong>ramos relevantes<br />

para o aclaramento sobre o trabalho <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r.<br />

José Carlos Reis, em A Escola <strong>do</strong>s Annales: a inovação em História, sobre as bases<br />

teóricas <strong>do</strong>s Annales, afirma:<br />

A iniciativa <strong>de</strong> uma Nouvelle Histoire não partiu <strong>de</strong> historia<strong>do</strong>res mas <strong>de</strong><br />

filósofos durkheimianos. A Nouvelle Histoire representou, portanto, uma ruptura<br />

com a influência da filosofia sobre os estu<strong>do</strong>s históricos e a opção pelo apoio<br />

teórico das novas ciências sociais: o homem <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como<br />

"sujeito", "consciência" e "produtor da história" para tornar-se "objeto",<br />

"inconsciência", "produto da história", embora essa sua condição <strong>de</strong> "objeto"<br />

nunca se radicalize entre os historia<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s Annales, sen<strong>do</strong> apenas uma<br />

orientação geral da pesquisa 33 .<br />

A citação <strong>de</strong> Reis mostra que nossa proposta <strong>de</strong> trabalho só se tornou possível com o<br />

rompimento <strong>do</strong> Positivismo <strong>do</strong> século XIX e que a<strong>de</strong>ntrou no século XX. Como marco das<br />

inovações em Ciências Sociais, <strong>de</strong>paramo-nos com os escritos <strong>de</strong> Émile Durkheim, As regras <strong>do</strong><br />

méto<strong>do</strong> sociológico, em 1895, e <strong>de</strong> Max Weber, A objetivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> conhecimento nas Ciências e<br />

Políticas Sociais, em 1904. A Europa que emergiu <strong>do</strong> conflito <strong>de</strong> 1914-1918 era um continente<br />

que <strong>de</strong>ixara <strong>de</strong> ser o centro <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Reis, nesse perío<strong>do</strong>, "(...) a instituição histórica,<br />

controlada pela história metódica, ficou sem sustentação. Ela sobrevivia sem sua base efetiva,<br />

falava <strong>de</strong> um mun<strong>do</strong> que já não existia mais”. Foi nesse contexto que surgiu a expressão Nouvelle<br />

Histoire que significou a aceitação <strong>de</strong> alguns historia<strong>do</strong>res, das críticas <strong>do</strong>s sociólogos<br />

durkheimianos e da Revue <strong>de</strong> Synthèse Historique 34 .<br />

Reis assim resumiu as linhas gerais que caracterizaram a Nouvelle Histoire:<br />

Em linhas gerais, esse rompimento com a tradição po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito assim:<br />

aban<strong>do</strong>nou o pressuposto da história produzida pelo sujeito consciente através<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Nação, recusan<strong>do</strong> a história política, radicalizan<strong>do</strong> excessivamente o<br />

33 REIS, José Carlos. A Escola <strong>do</strong>s Annales: a inovação em História. São Paulo: Paz e Terra, 2000. p. 37-38.<br />

34 Ibid., p. 61.<br />

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