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tese - vanda do vale arantes - ufmg - Biblioteca Digital de Teses e ...

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estu<strong>do</strong>s que correlacionam as relações sociais na produção intelectual latino-americana. Os textos<br />

<strong>de</strong> Boudieu, para este estu<strong>do</strong>, são fundamentais nas observações que faz sobre a introjeção<br />

individual <strong>do</strong>s aspectos sociais. Consi<strong>de</strong>ramos serem necessárias observações sobre concepções<br />

<strong>de</strong> História ao fazermos um trabalho na área. A seguir, faremos <strong>de</strong>staques às concepções <strong>de</strong><br />

História que se foram fazen<strong>do</strong> no Oci<strong>de</strong>nte, nos <strong>do</strong>is últimos séculos. Enten<strong>de</strong>mos que o assunto<br />

se faz necessário para a compreensão <strong>de</strong> nossas observações.<br />

Pedro Nava fez seus estu<strong>do</strong>s secundários no Colégio D. Pedro II, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Foi<br />

aluno <strong>de</strong> João Ribeiro, autor que formou gerações <strong>de</strong> brasileiros com suas publicações. Nas<br />

observações <strong>de</strong> Nava sobre João Ribeiro, po<strong>de</strong>mos observar a concepção <strong>de</strong> História <strong>do</strong>minante<br />

no perío<strong>do</strong> e o que se enfatizava em seu ensino 15 . Na época mencionada por Nava,<br />

pre<strong>do</strong>minavam, nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> História, concepções herdadas <strong>do</strong> século XIX – século <strong>de</strong><br />

revoluções burguesas, organização <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> capitalista e da escrita das histórias nacionais. Os<br />

franceses organizaram a École <strong>de</strong>s Chartres, em 1821; os ingleses, o Departamento <strong>de</strong> Registros<br />

Público, em 1838, e, em 1826, os alemães iniciaram a publicação da Monumental História<br />

Alemã, “enquanto a <strong>do</strong>utrina <strong>de</strong> que a história <strong>de</strong>via basear-se na escrupulosa avaliação <strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>cumentos originais era lançada pelo prolífico Leopold von Ranke (1795-1886)" 16 . O trabalho<br />

<strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r consistia em consultar <strong>do</strong>cumentos, i<strong>de</strong>ntificar os "fatos históricos", coor<strong>de</strong>ná-los e<br />

expô-los coerentemente 17 .<br />

A proposta <strong>de</strong> uma História com bases científicas firmou-se no mun<strong>do</strong> contemporâneo<br />

seguin<strong>do</strong> os postula<strong>do</strong>s iluministas <strong>de</strong> fins <strong>do</strong> século XVIII. A influência <strong>do</strong> Positivismo <strong>de</strong><br />

Augusto Comte (1798-1857) se fez presente nos diversos aspectos que envolvem a escrita da<br />

História. O ensino e o aprendiza<strong>do</strong> da disciplina, com valoração à memorização <strong>de</strong> datas, nomes,<br />

etc., foram responsáveis pela formação <strong>de</strong> gerações as quais acreditaram que ao ensino <strong>de</strong><br />

História se fazia necessária a “boa memória” para se “guardar” nomes, fatos e datas. A concepção<br />

<strong>de</strong> História a<strong>do</strong>tada por João Ribeiro (1860-1934) foi a <strong>do</strong>minante no perío<strong>do</strong>, perpassada por<br />

postula<strong>do</strong>s positivistas, os quais <strong>de</strong>fendiam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se utilizar e analisar o maior número<br />

possível <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos analisa<strong>do</strong>s por leitores neutros. Ribeiro foi um <strong>do</strong>s intelectuais brasileiros<br />

mais representativos e respeita<strong>do</strong>s <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>. Humanista, <strong>de</strong>ixou obras em Filologia, História,<br />

15<br />

NAVA, Pedro. Chão <strong>de</strong> ferro: memórias 3. 2. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: José Olympio, 1976. p. 240-241.<br />

16<br />

HOBSBAWM, Eric J. Era <strong>do</strong>s extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras,<br />

1995. p. 309.<br />

17<br />

CARDOSO, Ciro F.; BRIGNOLI, Héctor P. Os méto<strong>do</strong>s da História. 8. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Graal, 2002. p. 21.<br />

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