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tese - vanda do vale arantes - ufmg - Biblioteca Digital de Teses e ...

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ficaram conheci<strong>do</strong>s como integrantes <strong>do</strong> “Círculo <strong>de</strong> Viena”, propositores <strong>de</strong> uma nova leitura <strong>do</strong><br />

Positivismo. As observações fleckianas vão em direção oposta às posturas <strong>do</strong>s pertencentes ao<br />

menciona<strong>do</strong> grupo que veem a ciência como autônoma e se limitam à <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> sua<br />

formulação.<br />

Fleck consi<strong>de</strong>ra que o conceito científico está imbrica<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>senvolvimento histórico <strong>do</strong><br />

pensamento. Atenta-se para o fato <strong>de</strong> que, em ciências, não há erros absolutos e tampouco<br />

verda<strong>de</strong>s absolutas 63 . Enten<strong>de</strong> as abordagens científicas como parte <strong>de</strong> um processo evolutivo:<br />

“queiramos ou não, não po<strong>de</strong>mos livrarmo-nos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> (...) não existe geração espontânea <strong>do</strong>s<br />

conceitos (...). O passa<strong>do</strong> é muito mais perigoso – ou melhor dizen<strong>do</strong>, só é perigoso – quan<strong>do</strong><br />

nossos contatos com ele se mantêm inconscientes e <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s” 64 . Cremos que Demétrio<br />

Delizoicov et al. bem sintetizam o pensamento fleckiano:<br />

(...) Valoriza o contexto histórico-psicocultural ao analisar como se processa a<br />

introdução <strong>de</strong> um cientista numa nova forma <strong>de</strong> pensar, ou, como ele <strong>de</strong>nomina,<br />

num novo “estilo <strong>de</strong> pensamento”. Integra na sua análise, portanto, aspectos<br />

relativos à <strong>de</strong>terminação social da investigação científica envolvi<strong>do</strong>s no processo<br />

<strong>de</strong> produção <strong>do</strong> conhecimento, usan<strong>do</strong> e caracterizan<strong>do</strong> suas principais<br />

categorias epistemológicas em franca oposição ao positivismo lógico <strong>do</strong> Círculo<br />

<strong>de</strong> Viena 65 .<br />

Ainda, <strong>de</strong>stacaremos os seguintes conceitos formula<strong>do</strong>s por Fleck – coletivo <strong>de</strong><br />

pensamento, estilo <strong>de</strong> pensamento, círculos esotérico e exotérico, sobre os quais faremos breves<br />

comentários. Coletivo <strong>de</strong> pensamento – grupo ou comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas que estão em sintonia e<br />

interação <strong>de</strong> pensamento. Estilo <strong>de</strong> pensamento – aspectos <strong>do</strong> pensamento que lhe são próprios ou<br />

característicos.<br />

63 FLECK, Ludwick. La genesis y el <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong> un hecho cientifico: introducción a la teoria <strong>de</strong> pensamiento e <strong>de</strong>l<br />

colectivo <strong>de</strong> pensamento. Prólogo <strong>de</strong> Lothar Shafer & Thomas Schnelle. Madrid: Alianza Editorial, 1986. p. 43.<br />

64 Ibid.<br />

65 DELIZOICOV, Demétrio et al. Sociogênese <strong>do</strong> conhecimento e pesquisa em ensino: contribuições a partir <strong>do</strong><br />

referencial fleckiano. In: II ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS – II<br />

ENPEC, 1999, Valinhos, SP. Anais... Valinhos, SP, 1999.<br />

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