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tese - vanda do vale arantes - ufmg - Biblioteca Digital de Teses e ...

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Consi<strong>de</strong>ramos relevante a seguinte observação <strong>de</strong> Valle Neto sobre o assunto:<br />

Como fica claro, a maior parte <strong>do</strong>s argumentos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a repensar o grau <strong>de</strong><br />

afinida<strong>de</strong> entre Nava e o mo<strong>de</strong>rnismo original resi<strong>de</strong> precisamente nesse<br />

pressuposto: o movimento é hostil ao passa<strong>do</strong>. De to<strong>do</strong> mo<strong>do</strong>, é bom lembrar<br />

que mesmo esse pressuposto tão difundi<strong>do</strong>, quase banaliza<strong>do</strong>, comporta<br />

ressalvas. Sobre a caravana mo<strong>de</strong>rnista <strong>do</strong>s paulistas a Minas histórica –<br />

recepcionada por Nava, como lemos em Beira-Mar –, Brito Broca já tentava<br />

<strong>de</strong>sfazer a contradição verificada nessa viagem <strong>do</strong>s estetas <strong>do</strong> futuro pelo<br />

barroco mineiro. Para ele, “o divórcio em que a maior parte <strong>do</strong>s nossos<br />

escritores sempre viveu da realida<strong>de</strong> brasileira fazia com que a paisagem <strong>de</strong><br />

Minas barroca surgisse aos olhos <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>rnistas como qualquer coisa <strong>de</strong> novo<br />

e original, <strong>de</strong>ntro, portanto, <strong>do</strong> quadro <strong>de</strong> novida<strong>de</strong> e originalida<strong>de</strong> que eles<br />

procuravam” (Broca apud Santiago, 2002:121). Além disso, a volta às origens<br />

da nacionalida<strong>de</strong> integraria o universo mo<strong>de</strong>rnista 108 .<br />

Temos, no testemunho <strong>de</strong> Nava, o interesse <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>rnistas pelas vanguardas europeias.<br />

O autor faz uma minuciosa reconstituição das obras lidas em Belo Horizonte, no perío<strong>do</strong>. A<br />

participação no movimento artístico, o curso <strong>de</strong> Medicina e o emprego público são correlatos. Em<br />

momento posterior, <strong>de</strong>stacaremos as observações <strong>de</strong> Nava sobre o ensino.<br />

Galo das trevas: memórias 5 (1981) – foi dividi<strong>do</strong> em duas partes: Primeira Parte<br />

“Negro”, Capítulo Único: “Jardim da Glória à beira-mar planta<strong>do</strong>”, e Segunda Parte “O Branco e<br />

o Marrom”, Capítulo I: “Santo Antônio <strong>do</strong> Desterro” e Capítulo II: “Belorizonte Belo” – há<br />

comentários e evocações em sua residência no Rio: morte <strong>do</strong> sobrinho José Hipólito; codinomes<br />

Zegão e Egon; consi<strong>de</strong>rações sobre a história da Medicina; reflexões sobre a profissão médica;<br />

confronto com o Professor Werneck; amiza<strong>de</strong> com a família Andrada; trabalho para eliminação<br />

da epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> tifo em Sabará, Brumadinho e Santo Antônio <strong>do</strong> Monte; trabalho em Juiz <strong>de</strong> Fora<br />

(codinome <strong>de</strong> Santo Antônio <strong>do</strong> Desterro); indisposição na cida<strong>de</strong> com o grupo <strong>de</strong> médicos da<br />

Santa Casa; episódios que envolvem os contatos <strong>de</strong>sastrosos com a Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina e<br />

Cirurgia <strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora e alguns parentes da cida<strong>de</strong>; retorno a Belo Horizonte; início da clínica<br />

particular; reencontro com a prostituta Biluca e fatos que assinalam a proximida<strong>de</strong> da Revolução<br />

<strong>de</strong> 1930. Resumimos, anteriormente, os temas trata<strong>do</strong>s nesse volume. Inicia-se com numerosas e<br />

108 VALLE NETO, Júlio Souza. O Mo<strong>de</strong>rnismo e as Memórias <strong>de</strong> Pedro Nava. Disponível em:<br />

. Acesso em: 20 fev. 2008.<br />

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