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tese - vanda do vale arantes - ufmg - Biblioteca Digital de Teses e ...

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foram se organizan<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os finais <strong>do</strong> século XVIII aos fins <strong>do</strong> XIX. Essas propostas foram<br />

discutidas pelos médicos brasileiros, aqui rechaçadas ou aceitas, e <strong>de</strong>terminam suas concepções<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>ença. No texto transcrito da obra Beira-mar, po<strong>de</strong>mos observar duas concepções <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença<br />

e vida, presentes no exercício da Medicina:<br />

136<br />

Vi com Lisboa que a vida e a morte são amálgama inseparável, condição uma da<br />

outra e que não po<strong>de</strong>m existir isoladamente. Entrei com o mestre na patologia<br />

comparada e compreendi pela moléstia nossa essência <strong>de</strong> animais submeti<strong>do</strong>s<br />

pela lei da natureza à condição <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> que é vivo, inclusive os vegetais que<br />

nascem, crescem, reproduzem-se, caem <strong>do</strong>entes, morrem como to<strong>do</strong>s nesse<br />

baixo mun<strong>do</strong>. Estu<strong>de</strong>i a compreensível Etiologia e a hermética Patogenia <strong>de</strong> que<br />

apenas conseguimos abarcar parte <strong>do</strong> mistério e <strong>de</strong> que sabemos tanto quanto o<br />

ignoraram os médicos <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os tempos. Aprofun<strong>de</strong>i o que pu<strong>de</strong> a primeira,<br />

seguin<strong>do</strong> Lisboa nas causas <strong>de</strong>terminantes específicas das moléstias com a<br />

Teoria Microbiana <strong>de</strong> Pasteur, as bactérias, os fungos, os filtráveis, os<br />

parasitismos. As infecções e a febre. A alergia, a imunida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>fesa. A<br />

constituição mórbida individual, as predisposições, a hereditarieda<strong>de</strong>. O sexo. A<br />

ida<strong>de</strong>. O meio ambiente. As causas <strong>de</strong>terminantes comuns para que Lisboa<br />

gostava da velha nomenclatura latina. (...) Os processos gerais das <strong>do</strong>enças e<br />

toda a sín<strong>tese</strong> da anatomia patológica com as <strong>de</strong>generações, atrofias,<br />

hipertrofias, hiperplasias, aplasias, displasias. A inflamação. A <strong>de</strong>mência celular<br />

<strong>do</strong>s cânceres e a festivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> fogo <strong>de</strong> artifício das metástases. Crise.<br />

Con<strong>vale</strong>scença. Cicatrização. Cura. Hesitações <strong>do</strong> Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>. Piora.<br />

Desorganização. MORTE 234 .<br />

A a<strong>do</strong>ção ao Vitalismo é percebida na obra <strong>de</strong> Nava. Em inúmeras vezes, ao longo das<br />

Memórias e <strong>de</strong> seus escritos, ele con<strong>de</strong>nou o aborto e a eutanásia, com base nessa proposta.<br />

Também, a valorização da observação que, tantas vezes, é enfatizada por Nava, igualmente foi<br />

<strong>de</strong>fendida pelos vitalistas. Em 1926, cursan<strong>do</strong> o quinto ano <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> Medicina, Nava<br />

conseguiu, como interno voluntário, trabalhar na enfermaria on<strong>de</strong> funcionava a Ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />

Clínica Propedêutica Médica, dirigida por Samuel Libânio. O convívio com o assistente Ari<br />

Ferreira foi significativo para a formação <strong>do</strong> médico. Segun<strong>do</strong> Nava, por influência <strong>de</strong> Ari<br />

Ferreira, ingressou numa corrente <strong>de</strong> pensamento internístico que o fez pertencer a uma linhagem<br />

espiritual <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s clínicos. A comparação da ativida<strong>de</strong> médica com a <strong>de</strong> um sacerdócio e o<br />

caráter sacro da profissão estão presentes nos escritos <strong>de</strong> Nava.<br />

234 Op. cit., p. 245.

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