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tese - vanda do vale arantes - ufmg - Biblioteca Digital de Teses e ...

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fragmento <strong>de</strong> texto, Nava amplia a informação. José Nava, no convívio com familiares e<br />

intelectuais locais, teve acesso às discussões que estiveram presentes no final <strong>do</strong> século, diríamos<br />

internacionalmente. Como veremos nas informações sobre as leituras <strong>do</strong> pai <strong>do</strong> memorialista,<br />

i<strong>de</strong>ias positivistas, darwinistas, evolucionistas fazem parte <strong>do</strong> i<strong>de</strong>ário <strong>do</strong> capitalismo monopolista<br />

que se estava expandin<strong>do</strong> em caráter global. Nos textos naveanos sobre Fortaleza, <strong>de</strong>paramo-nos<br />

com diversos aspectos que perpassaram pela socieda<strong>de</strong> brasileira após a década <strong>de</strong> 1870. A<br />

intensificação da urbanização e a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> hábitos burgueses foram visíveis na Belle Époque<br />

nacional. Em Fortaleza, como em outras cida<strong>de</strong>s brasileiras, houve a<strong>de</strong>quação urbana aos novos<br />

tempos. Setores <strong>de</strong>ssa socieda<strong>de</strong> estiveram envolvi<strong>do</strong>s em questões como a Abolição, em 1888, e<br />

a Proclamação da República, em 1889. Nas Memórias, estão as contradições que estiveram<br />

presentes no Ceará, nesse perío<strong>do</strong>.<br />

Nava reproduz a visão tradicional sobre os problemas acarreta<strong>do</strong>s pelas secas nor<strong>de</strong>stinas.<br />

Nessa abordagem, tem-se uma Fortaleza <strong>de</strong> intensa vida intelectual e que, por fatalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

fenômenos naturais, está sempre sob a ameaça <strong>de</strong>stes. Esta postura leva à explicação das<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais no Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às secas. Ana Maria Matos Araújo tem aborda<strong>do</strong> a<br />

questão, seguin<strong>do</strong> as propostas <strong>de</strong> Lefebvre e i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> políticas econômicas voltadas a<br />

práticas exclusivas, como um elemento permanente na história <strong>do</strong> Ceará 150 . A Fortaleza<br />

reconstituída por Nava é a cida<strong>de</strong> que foi remo<strong>de</strong>lada em fins <strong>do</strong> século XIX e princípios <strong>do</strong> XX.<br />

Cida<strong>de</strong> que foi elevada a Vila, em 1726, e capital da província, em fins <strong>do</strong> século XVIII, quan<strong>do</strong> a<br />

mesma se separou <strong>de</strong> Pernambuco.<br />

Após a In<strong>de</strong>pendência, a exportação <strong>de</strong> algodão enriqueceu setores da socieda<strong>de</strong> em<br />

Fortaleza. Ampliou-se a exportação <strong>de</strong>sse produto para a Inglaterra, sobretu<strong>do</strong> no perío<strong>do</strong> da<br />

Guerra <strong>de</strong> Secessão, ocorrida nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (1860-1865). As construções da ferrovia<br />

Fortaleza – Baturité, em 1850, <strong>do</strong> Lazareto da Lagoa Funda (1856), da Santa Casa (1861), da<br />

Alfân<strong>de</strong>ga Nova (1891), a re<strong>de</strong>finição <strong>do</strong> espaço urbano por A<strong>do</strong>lfo Hertbster (década <strong>de</strong> 1870), a<br />

elaboração <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Posturas (1893), a criação <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Ferro (1902), da Fênix<br />

Central – Associação Comercial (1905) e <strong>do</strong> Teatro <strong>de</strong> José Alencar (1912) são marcos<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>res das propostas arquitetônicas <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>. Essas propostas traduziram os anseios,<br />

em Fortaleza, <strong>de</strong> uma burguesia preocupada em estabelecer novas formas <strong>de</strong> relação com o<br />

150 ARAÚJO, A. M. M. O êxo<strong>do</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res rurais para a cida<strong>de</strong> à luz <strong>de</strong> Lefebvre. Scripta – Nova Revista<br />

Eletronica <strong>de</strong> Geografia y Ciencias Sociales, Barcelona, v. 6, n. 119, ago. 2002. Disponível em:<br />

. Acesso em: 3 mar. 2006.<br />

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