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tese - vanda do vale arantes - ufmg - Biblioteca Digital de Teses e ...

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impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se construírem novas socieda<strong>de</strong>s com revoluções, buscou-se a luta por<br />

segmentos segrega<strong>do</strong>s, maiorias minorizadas economicamente. A “atenção” dada ao sujeito<br />

tornou o perío<strong>do</strong> receptivo às Biografias, Autobiografias e Memórias. Enten<strong>de</strong>mos a obra<br />

naveana como uma “escrita <strong>de</strong> si”, que se constitui como uma amostragem <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong><br />

intelectuais e profissionais que tiveram ativa participação na socieda<strong>de</strong> brasileira, ao longo <strong>do</strong><br />

século XX. Reconhecemos, como “escrita <strong>de</strong> si”, diversos tipos <strong>de</strong> correspondências, biografias,<br />

autobiografias, entrevistas e memórias. O assunto tem mereci<strong>do</strong> atenção no mun<strong>do</strong> acadêmico em<br />

diversas áreas. Consi<strong>de</strong>ramos textos marcantes sobre o assunto: Jacques Lee Goff (1988) –<br />

História e memória; Maurice Halbwacs (1950) – A memória coletiva; Philippe Lejeune (1975) –<br />

O pacto autobiográfico; Pierre Nora (1984) – Entre memória e história: a problemática <strong>do</strong>s<br />

lugares e o <strong>de</strong> Pierre Bourdieu (1996) – A ilusão biográfica. Os autores estudam os diversos<br />

aspectos que envolvem a memória e as escritas <strong>de</strong> Memórias. Ocorrem, nessa ativida<strong>de</strong>, aspectos<br />

menciona<strong>do</strong>s por Líllian Hellman (1980), em seu livro <strong>de</strong> memórias intitula<strong>do</strong> Pentimento: um<br />

livro <strong>de</strong> retratos:<br />

À medida que o tempo passa, a tinta velha em uma tela muitas vezes se torna<br />

transparente, quan<strong>do</strong> isto acontece, é possível ver, em alguns quadros, as linhas<br />

originais: através <strong>de</strong> um vesti<strong>do</strong> <strong>de</strong> mulher surge uma árvore, uma criança dá<br />

lugar a um cachorro e um gran<strong>de</strong> barco não está mais em mar aberto. Isto se<br />

chama pentimento, porque o pintor se arrepen<strong>de</strong>u, mu<strong>do</strong>u <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia. Talvez se<br />

pu<strong>de</strong>sse dizer que a antiga concepção, substituída por uma imagem ulterior, é<br />

uma forma <strong>de</strong> ver, e ver <strong>de</strong> novo, mais tar<strong>de</strong>.<br />

Essa é a minha única intenção a respeito das pessoas neste livro. A tinta ficou<br />

velha, e quis ver como me pareciam antigamente, e como me parecem agora 116 .<br />

Os estu<strong>do</strong>s acima menciona<strong>do</strong>s tratam <strong>de</strong> questões que envolvem a escrita <strong>de</strong> Memórias.<br />

Partin<strong>do</strong> <strong>do</strong>s trabalhos <strong>de</strong>sses autores, historia<strong>do</strong>res brasileiros escreveram obras relevantes sobre<br />

o assunto. A temática tem si<strong>do</strong> abordada na leitura <strong>de</strong> textos literários e estu<strong>do</strong>s sobre História<br />

Oral. Cumpre ressaltar que não preten<strong>de</strong>mos discutir a bibliografia sobre o assunto “memória”.<br />

Pontuaremos aspectos relaciona<strong>do</strong>s com a memória que se fazem relevantes e são <strong>de</strong>staques em<br />

116 HELLMAN, Líllian. Pentimento: um livro <strong>de</strong> retratos. 2. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora,<br />

1980. p. v.<br />

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