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tese - vanda do vale arantes - ufmg - Biblioteca Digital de Teses e ...

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intelectuais mineiros rompeu com o governo em 1943 no episódio conheci<strong>do</strong> como “Manifesto<br />

<strong>do</strong>s Mineiros”.<br />

O encontro <strong>de</strong> Nava com Pedro Ernesto ficou registra<strong>do</strong> <strong>do</strong> seguinte mo<strong>do</strong>:<br />

147<br />

Fui no dia seguinte ao velho Palácio da Prefeitura. Peitei um contínuo, não mofei<br />

muito, fui recebi<strong>do</strong> por Pedro Ernesto Batista. Jamais esqueci esse nosso primeiro<br />

encontro. (...) Leu com atenção toda a longa carta <strong>do</strong> Virgílio. Encarou-me<br />

sorrin<strong>do</strong> e sem hesitação certificou que eu seria nomea<strong>do</strong> médico auxiliar e que<br />

a Reforma sairia <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mês, mês e meio. E quan<strong>do</strong> eu ia abrin<strong>do</strong> a boca ele<br />

esten<strong>de</strong>u a mão me interrompen<strong>do</strong>. Não me agra<strong>de</strong>ça não, jovem colega.<br />

Agra<strong>de</strong>ço eu. Sim senhor, eu, porque graças a você vou ter a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

prestar um serviço ao Virgílio – que é homem <strong>de</strong> pedir raramente. Agra<strong>de</strong>ço a<br />

você – muito obriga<strong>do</strong>. Riu mais, levantou-se, levou-me até à porta com a mão<br />

passada no meu ombro. Duas audiências... Uma, com velho conheci<strong>do</strong>; outra,<br />

com pessoa que nunca tinha visto. A primeira serviu-me para encerrar uma<br />

amiza<strong>de</strong>, a segunda, para começar a servir <strong>de</strong>dicadamente um <strong>do</strong>s melhores<br />

homens que já encontrei. A seguir. Foi o que eu fiz pelo resto <strong>de</strong> sua vida. Seguio,<br />

visitan<strong>do</strong>-o na prisão, no Quartel <strong>de</strong> Frei Caneca, no Hospital da Penitência,<br />

<strong>de</strong>ste hospital a sua casa no dia <strong>do</strong> livramento, no seu novo consultório e <strong>de</strong>pois<br />

no caminho <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iro que levamos mais <strong>de</strong> três horas para percorrer – <strong>do</strong><br />

Necrotério da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Doutor Eiras ao Cemitério <strong>de</strong> São João Batista.<br />

Mas tu<strong>do</strong> isto eram coisas por vir 256 .<br />

Ficaram conhecidas como Reforma Pedro Ernesto (1932-1935) as reformas<br />

administrativas que o médico, com esse nome, implantou na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. Nomea<strong>do</strong><br />

pelo Governo Vargas para prefeito <strong>do</strong> então Distrito Fe<strong>de</strong>ral, tornou visíveis propostas em Saú<strong>de</strong>,<br />

Educação e Urbanismo que, posteriormente, foram a<strong>do</strong>tadas no Esta<strong>do</strong> Novo (1937-1945). Foram<br />

inovações e características da administração Pedro Ernesto: a) ações na construção <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong><br />

educacional pública, leiga; b) organização <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> assistência médica à população. Vale<br />

ressaltar que nos interessa, neste estu<strong>do</strong>, as questões relativas à saú<strong>de</strong>. Recorreremos a textos <strong>de</strong><br />

Nava como nortea<strong>do</strong>res da pesquisa.<br />

O aspecto principal da Reforma Pedro Ernesto é o <strong>de</strong> intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nos assuntos<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, marca <strong>do</strong> Governo Vargas (1930-1945). Na Era Vargas, ocorreu a concretização <strong>de</strong><br />

propostas que viriam <strong>de</strong> décadas anteriores. Os textos <strong>de</strong> Luiz Antonio Santos (1985) – O<br />

pensamento sanitário na Primeira República: uma i<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong> construção da nacionalida<strong>de</strong> – e <strong>de</strong><br />

256 NAVA, Pedro. Galo das trevas: memórias 5. 2. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: José Olympio, 1981. p. 481.

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