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tese - vanda do vale arantes - ufmg - Biblioteca Digital de Teses e ...

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José Nava, encontramos questões que envolveram a intelectualida<strong>de</strong> no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1870 a 1920.<br />

A expressão Belle Époque i<strong>de</strong>ntifica o perío<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>nte ao Capitalismo Monopolista<br />

(1850-1914), quan<strong>do</strong> o mesmo se esten<strong>de</strong>u mundialmente. A vida urbana e as conquistas da<br />

industrialização fizeram com que as pessoas <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> tivessem a consciência <strong>de</strong> que viviam<br />

tempos novos, a Bela Época. Cremos que, para o entendimento <strong>do</strong>s diversos aspectos que<br />

estiveram liga<strong>do</strong>s à formação <strong>de</strong> José Nava – nasci<strong>do</strong>, educa<strong>do</strong> e profissional da Belle Époque –,<br />

<strong>de</strong>vam ser <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s aspectos da socieda<strong>de</strong> brasileira no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1870 a 1930.<br />

José Nava, em 1896, matriculou-se nos cursos <strong>de</strong> Farmácia e Medicina <strong>de</strong> Salva<strong>do</strong>r,<br />

transferin<strong>do</strong>-se, em 1897, para o Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> se formou em Farmácia (1898) e em<br />

Medicina (1901). Radicou-se em Juiz <strong>de</strong> Fora, aí permanecen<strong>do</strong> até 1909, quan<strong>do</strong> se transferiu<br />

para o Rio, on<strong>de</strong> faleceu, em 1911, aos 35 anos.<br />

Pedro Nava, ao comentar o perío<strong>do</strong> em longo parágrafo, característica <strong>de</strong> sua escrita,<br />

falou sobre esse momento:<br />

E aqui? Também tivemos a nossa belle époque, por sinal que feia como sete dias<br />

<strong>de</strong> chuva. Começou com a República. Basta comparar a iconografia imperial<br />

com a posterior, para ver a coisa inestética que veio <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> D. Pedro II.<br />

Gravuras <strong>de</strong> Debret e Rugendas, pintores régios, figuras <strong>de</strong> Angelo Agostini –<br />

cheias <strong>do</strong>s nossos usos, costumes, tipos, ruas, casas, campos, estradas, árvores,<br />

céus e alegorias – tu<strong>do</strong> é substituí<strong>do</strong> pelo duro <strong>do</strong>cumento fotográfico e pelas<br />

pinturas sebentas <strong>de</strong> Gustav Hastoy, <strong>de</strong> Manuel Santiago, <strong>de</strong> Almeida Junior, <strong>de</strong><br />

Batista da Costa e Giuseppe Boscagli, representan<strong>do</strong> marechais anacrônicos em<br />

fardas <strong>do</strong> tempo da Guerra da Crimeia, ou Presi<strong>de</strong>ntes soturnos nas suas<br />

sobrecasacas <strong>de</strong> croque-morts. Uma <strong>de</strong>nsa e má tristeza <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>-se da história<br />

da República. Vêm, <strong>de</strong> saída, o <strong>de</strong>spu<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Encilhamento e Floriano <strong>de</strong>glutin<strong>do</strong><br />

o Deo<strong>do</strong>ro – que ainda digeria a coroa <strong>do</strong> benfeitor. A Revolução Fe<strong>de</strong>ralista<br />

ensanguenta o Sul. Degolamentos simples e <strong>de</strong> volta. Conhecem a varieda<strong>de</strong>?<br />

Não se corta <strong>de</strong> fora para <strong>de</strong>ntro, como às galinhas. Mete-se longa e afiada faca<br />

embaixo da orelha, entre o maxilar e o esterno clei<strong>do</strong>. Ela sai <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

pescoço e então puxa-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora: <strong>de</strong> volta. Saldanha da Gama é<br />

lancea<strong>do</strong> e seus companheiros, sangra<strong>do</strong>s. Eleição e posse <strong>de</strong> Pru<strong>de</strong>nte. Canu<strong>do</strong>s<br />

e mais mortes. A cabeça <strong>do</strong> Conselheiro chega ao litoral da China, "on<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>liravam multidões em festa..." O Marechal Bittencourt morre salvan<strong>do</strong> o<br />

Presi<strong>de</strong>nte. Sem nenhuma convicção. O magnicida Marcelino Bispo foi<br />

reabilita<strong>do</strong> pelos que o executaram na calada da noite. Mais sangue: o <strong>de</strong> Gentil<br />

<strong>de</strong> Castro. Encerra-se a década, encerra-se o Século <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> como lembranças<br />

amáveis a fundação <strong>de</strong> Belo Horizonte, a instalação da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Letras, a<br />

risada <strong>de</strong> Artur Azeve<strong>do</strong>. Abrem-se os novecentos com as festas <strong>do</strong> Quarto<br />

Centenário e o retrato da bem amada <strong>de</strong> um Ministro nas notas <strong>de</strong> cinquenta milréis.<br />

O prestidigita<strong>do</strong>r Chapot-Prevost, num golpe circense, corta um monstro<br />

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