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RISCO E FUTURO DA

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Apresentação<br />

No dia 8 de maio de 1945, uma celebração parece ter unido nações,<br />

países e povos com interesses distintos (mesmo antagônicos): o fim da Segunda<br />

Guerra Mundial [1939-1945] e a derrota do fascismo e nazismo. Trinta<br />

anos mais tarde, teria início o fim dos regimes autoritários da Europa Ibérica,<br />

os últimos remanescentes de uma era em que a democracia e o pluralismo<br />

eram vistos com ceticismo, quando não real suspeição de suas capacidades de<br />

organização econômica e política. Nova celebração – e dessa vez a estender-<br />

-se pela América Latina –, infestada de ditaduras, quase todas apoiadas por<br />

um dos lados vencedores da Segunda Guerra Mundial. Apenas uma primeira<br />

de muitas perplexidades a exigir incomum esforço interpretativo: como seria<br />

possível o apoio, na América Latina, a regimes até recentemente combatidos<br />

exatamente por parte de quem combateu o nazismo e o fascismo?<br />

Em um primeiro instante, salta aos olhos a atualidade da reflexão realista<br />

da política. Maquiavel, Hobbes, Spinoza, Hegel e Marx parecem fornecer<br />

os fundamentos para tal compreensão. Em seus momentos devidos, cada um<br />

deles rompeu radicalmente a tradição do pensamento filosófico e político,<br />

estabelecendo paradigmas que, como se vê na complexa atualidade, oferecem<br />

possibilidades de natureza explicativa inesgotável. A questão que não silencia<br />

é, pois, como é possível a regressão antidemocrática nos mesmos territórios<br />

que experimentaram concretamente a desigualdade, a intolerância, a miséria<br />

econômica e política. Por que essa possibilidade ganha visibilidade e abre-se<br />

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