Revista Carta Premium - 4a edição (São Paulo, Brazil)
A nossa quarta edição traz diversas reportagens sobre cachaças, cervejas e vinhos premiados em 2017 no Brasil e no mundo, dicas para montagem de espaço de degustação, harmonização de prato com vinho, reportagens de campo de visitas a alambiques e muito mais!
A nossa quarta edição traz diversas reportagens sobre cachaças, cervejas e vinhos premiados em 2017 no Brasil e no mundo, dicas para montagem de espaço de degustação, harmonização de prato com vinho, reportagens de campo de visitas a alambiques e muito mais!
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In Loco<br />
Também multipremiada, a Itupeva mostrou à<br />
nossa reportagem alguns de seus segredos<br />
naram com o ambiente que traz sim o rústico, mas aliado<br />
ao requinte, o que ajuda a promover e consolidar a nova<br />
imagem que queremos propagar da cachaça”, completa.<br />
Ele lembra que a cachaça está em processo de mudança de<br />
concepção e de avaliação. “Muita gente não sabe ainda que<br />
existe cachaça muito melhor ou lado a lado com qualquer<br />
outro destilado no mundo. As cachaças que se popularizaram<br />
no Brasil em anos, décadas anteriores, não eram boas,<br />
não tinham valor agregado e não formaram uma boa imagem.<br />
Podemos fazer um paralelo com o vinho nacional, com<br />
a cerveja. Há todos os tipos de versões dessas bebidas, mas<br />
nem todas realmente são boas, têm valor agregado, muitos<br />
optam pelo baixo custo de produção e baixo valor de venda.<br />
E foram essas cachaças que acabaram abrindo o mercado<br />
lá fora, então também precisamos mudar a cultura aqui e<br />
no exterior, pois o gringo ainda vê a cachaça como bebida<br />
para fazer a caipirinha e não para degustar como faz com<br />
outros destilados. Quando conhecem um produto melhor,<br />
uma cachaça superior, eles se surpreendem tanto que não<br />
acham que é a mesma bebida”.<br />
Além dos países que já reconhecem e têm procurado este<br />
destilado excepcional brasileiro, como a Alemanha, China,<br />
EUA, Natanael destaca o crescimento e a ótima receptividade<br />
em Portugal. “Temos feito um trabalho de ‘formiguinha’<br />
por lá e a apreciação tem sido enorme! Nós somos pequenos<br />
então estamos buscando países que possamos atender à<br />
demanda. Por meio de um parceiro, fizemos a degustação<br />
em diversos bares e restaurantes, e estamos começando<br />
a comercializar regularmente. Também estamos caminhando<br />
nas vendas para os EUA”.<br />
Para Natanael, o destilado e o mercado de bebidas<br />
alcoólicas em geral, é uma ótima oportunidade para<br />
bons produtos. “Está no contexto de diversão, comemoração,<br />
apreciação, em um contexto social de<br />
alegria, de encontro. Por isso precisa corresponder<br />
a esta expectativa de brindar bons momentos. E de<br />
todos os destilados no mundo, parece que a cachaça<br />
é o destilado que tem maior oportunidade de crescimento,<br />
de conquista de novos patamares. Tanto que<br />
muitos produtores brasileiros já foram comprados<br />
ou integrados a grupos internacionais. Por outro<br />
outro lado, são estes grupos que acabam virando<br />
um entrave a nós, pequenos produtores, pois eles<br />
têm maior capilaridade de distribuição lá fora, incentivos,<br />
etc. Por exemplo: se nós engarrafássemos<br />
a cachaça em Portugal, pagaríamos 25% a menos de<br />
imposto. Mas quem tem engarrafor em Portugal? Só<br />
os grandes mesmo, que engarrafam em suas filiais<br />
ao redor do mundo”.<br />
Posicionamento dos bares<br />
Outro mudança de cultura que Natanael propõe é no<br />
consumo e no oferecimento em bares e restaurantes,<br />
que ainda adquirem os produtos pensando unicamente<br />
no preço e no quanto podem lucrar. “Alguns proprietários<br />
de bares e restaurantes ainda acreditam que o lucro<br />
está em comprar algo não tão bom por um preço bem<br />
barato e vendê-lo por um preço bem caro. Não vejo por<br />
esse lado. Ele precisa entender que se um cliente provar<br />
aquela bebida e realmente gostar ele vai provar não mais<br />
1, e sim mais 3, 5, até 10 doses, quem sabe optar por<br />
comprar a garrafa! E vai retornar para provar mais. A<br />
margem de lucro se torna muito mais viável. Outra coisa<br />
coisa que é preciso entender é o papel de cada um no<br />
consumo. Quem tem o dinheiro é o consumidor, quem<br />
tem o produto é o produtor. Ele é o ponto de união entre<br />
os dois e não adianta nos tempos de hoje colocar lucros<br />
absurdos intermediando a negociação. E o consumidor<br />
quer e busca produtos melhores. Então por que ele vai<br />
insistir em produtos que o consumidor já sabe que não<br />
tem valor agregado. O mercado quer coisa boa e pagará<br />
o preço de acordo com o que o produto representa. Preço<br />
por preço simplesmente, não se leva vantagem em os<br />
produtos de outros países”, conclui o executivo.<br />
Na questão novidades, a empresa está em vias de lançar<br />
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