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CADERNO DE RESUMOS do II SIICS

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<strong>II</strong> Simpósio Internacional Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (<strong>II</strong> S<strong>II</strong>CS) <strong>do</strong> PGCult - UFMA<br />

FICÇÃO CIENTÍFICA, MEMÓRIA E ECOLOGIA: A INTERFACE<br />

TECNOLOGIA E DISTOPIA EM UMBRA <strong>DE</strong> PLÍNIO <strong>DE</strong> CABRAL<br />

Naiara Sales Araújo Santos<br />

Amanda Oliveira Lima<br />

Fábio Henrique Novaes de Mesquita<br />

RESUMO DA MESA<br />

A presente mesa tem como objetivo analisar a obra Umbra, de Plínio Cabral, a partir de<br />

três diferentes abordagens: Ficção Científica, Memória e Ecologia. Por ser uma obra<br />

escrita em 1977, durante a ditadura militar brasileira, a obra traz em si um verdadeiro<br />

panorama de processo de modernização <strong>do</strong> Brasil nos anos 70. Apesar das<br />

representações negativas <strong>do</strong> efeito desastroso e de longa duração da modernização na<br />

vida das pessoas, a narrativa apresenta novas perspectivas para um mun<strong>do</strong> melhor.<br />

Cabral resiste à empreitada contínua <strong>do</strong>s discursos coloniais, exploran<strong>do</strong> as suas<br />

contradições e lacunas e mostran<strong>do</strong> a possibilidade de revelar diferentes experiências,<br />

histórias e representações. Há na obra uma crítica explícita à ideia de que a tecnologia é<br />

capaz de renovar a natureza, tornan<strong>do</strong>-a dispensável. Aqui, pode-se fazer uma ligação<br />

com as críticas ecofeministas de Merchant (2005) quanto às tentativas humanas de<br />

civilizar a natureza. A partir desta perspectiva, a ciência e a tecnologia estão restauran<strong>do</strong><br />

o <strong>do</strong>mínio humano e transforman<strong>do</strong> assim a primitiva e desordenada natureza em<br />

civilizada. A narrativa de Umbra, longe de ser um mero registro de uma memória<br />

morta ou um arquivo histórico, é investida pelo que Nora (1993) chama de uma aura<br />

simbólica, visto que na relação <strong>do</strong>s indivíduos com a tecnologia é explicita uma<br />

tentativa de apagamento da memória, <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> vivi<strong>do</strong>, percebi<strong>do</strong> principalmente na<br />

alienação das pessoas. Dessarte, Figueire<strong>do</strong> (2017) propõe que a memória entre nas<br />

categorias de análise literária, como compromisso que os escritores assumem diante da<br />

História e <strong>do</strong>s leitores.<br />

Palavras-chaves: Ficção, Memória, Ecologia<br />

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