17.10.2017 Views

CADERNO DE RESUMOS do II SIICS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>II</strong> Simpósio Internacional Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (<strong>II</strong> S<strong>II</strong>CS) <strong>do</strong> PGCult - UFMA<br />

A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO FICCIONAL NA CANÇÃO MUR<strong>DE</strong>RS IN THE<br />

RUE MORGUE DO IRON MAI<strong>DE</strong>N: UMA JORNADA <strong>DE</strong> FUGA E <strong>DE</strong><br />

TERROR<br />

RESUMO<br />

Nilson de Jesus da Costa Filho<br />

Olivar Aurelino Ferreira Neto<br />

Naiara Sales Araújo Santos<br />

Este trabalho objetiva analisar a canção Murders In The Rue Morgue, de autoria da banda<br />

britânica de heavy metal denominada Iron Maiden, mediante o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> espaço ficcional,<br />

pensan<strong>do</strong>-se esse espaço a partir da ideia de Foucault (1999) de que o mesmo é "o ser da<br />

linguagem", e seria através deste que a personalidade humana se apresentaria no mun<strong>do</strong> e<br />

para o mun<strong>do</strong>. Esta canção é baseada no conto homônimo de Edgar Allan Poe (1841), mas<br />

difere em alguns aspectos relaciona<strong>do</strong>s à um eu-lírico que se apresenta na mesma. A obra<br />

de Poe é permeada por uma atmosfera fantástica na qual o espaço ficcional exerce um papel<br />

não somente de ambientação, mas também atua enquanto sustentáculo para o que ocorre no<br />

texto literário. Dessa maneira, percebemos que ler Poe sem levar em consideração o espaço<br />

ficcional significaria deixarmos de la<strong>do</strong> um importante elemento, sen<strong>do</strong> este crucial para<br />

que possamos construir mun<strong>do</strong>s fantásticos que possibilitam uma narrativa imagética,<br />

caracterizada por tons escuros que conduzem o leitor à busca de uma luz que possa dar<br />

senti<strong>do</strong> à narrativa. O elemento <strong>do</strong> espaço ficcional será visto como dissemina<strong>do</strong>r <strong>do</strong> terror<br />

na canção, pois, através das referências espaciais, vemos o eu-lírico locomover-se pelo<br />

continente europeu, efetuan<strong>do</strong> uma fuga e alegan<strong>do</strong> sua inocência nos acontecimentos da<br />

rua Morgue. Para Michel Foucault, “de mo<strong>do</strong> geral, só há signos significantes, com seu<br />

significa<strong>do</strong>, por leis de substituição, de combinação de elementos, por conseguinte, em um<br />

espaço” (FOUCAULT, 2000). Desta forma, ainda que acreditemos que a função da<br />

linguagem é temporal, já que ela mantém-se no tempo e vai manter o que diz no tempo, o<br />

seu "ser" é espacial. Diferentemente <strong>do</strong> conto de Allan Poe, temos na canção um eu-lírico<br />

que se coloca enquanto testemunha <strong>do</strong>s crimes, mas foge ao ser acusa<strong>do</strong> pelos mesmos.<br />

Para o entendimento <strong>do</strong> elemento terror/fantástico, recorremos à teoria de To<strong>do</strong>rov (1975)<br />

enquanto suporte teórico, e em relação à construção <strong>do</strong> espaço ficcional, recorremos ao<br />

supracita<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> foucaultiano sobre o espaço na linguagem e, consequentemente, na<br />

literatura, além <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s de Filipe Furta<strong>do</strong> (1980) acerca <strong>do</strong> espaço na construção da<br />

narrativa.<br />

Palavras-chave: Espaço. Terror. Linguagem. Allan Poe.<br />

90

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!