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LEITURA DO MUNDO - Instituto Paulo Freire

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de aula, com melhor ventilação e iluminação. Querem, enfim, uma escola<br />

pintada, colorida, alegre, uma escola maior, melhor aparelhada, com ‘sala de<br />

leitura maior’, ‘refeitório’, ‘mais (e maiores banheiros)’, ‘vestiários com<br />

chuveiro’, ‘cantina’, ‘telefone público’... Querem também uma escola mais<br />

gostosa, mais alegre, com mais espaço no pátio para recreação com árvores,<br />

horta, jardim, parquinho... (...) não vêem qualquer relação entre os conteúdos<br />

que a escola procura transmitir e seu cotidiano: ‘não tem relação com a vida’,<br />

‘não são debatidos lá fora’, ‘não são utilizados’, ‘não são suficientes’, ‘não tem<br />

aplicação’ (O Movimento de reorientação Curricular na Secretaria Municipal<br />

de Educação de São <strong>Paulo</strong> – Documento 03 – SME, SP, 1991:11-12).<br />

O Movimento de Reorientação Curricular permitiu que currículo e<br />

realidade interagissem. Foi uma porta que se abriu para que as expectativas e<br />

sonhos da comunidade entrassem na escola e se iniciasse um rico diálogo. Cada<br />

escola foi convidada a se distanciar da realidade vivida no cotidiano, a se colocar<br />

como objeto de estudo, a mergulhar em seu contexto, constatar seus limites e<br />

reconhecer os desafios a serem enfrentados para gerar a mudança...<br />

A partir da leitura da realidade realizada com o envolvimento de todos<br />

segmentos escolares, a SME apresentou à rede de ensino a proposta do Projeto<br />

da Interdisciplinaridade via Tema Gerador.<br />

A interdisciplinaridade foi considerada como “palavra geradora” e mote<br />

principal da transformação, englobando todas as características anteriormente<br />

mencionadas: o trabalho coletivo, a mudança de postura, o estudo da realidade, a<br />

metodologia dialógica, a valorização da relação teoria-prática, com o objetivo de<br />

“rever o papel da escola com vistas à melhor compreensão da realidade para uma<br />

possível intervenção nessa realidade” (SÃO PAULO, 1989) e a “incentivar a<br />

escola a encontrar-se como um centro de produção, recriação e irradiação de<br />

culturas” (Idem).<br />

A mudança implicava uma certa metodologia, uma metodologia dialógica<br />

que parte da prática, vai além da prática na reflexão sobre ela, e retorna à prática<br />

com referenciais teóricos mais elaborados para agir de modo mais competente.<br />

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