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LEITURA DO MUNDO - Instituto Paulo Freire

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totalmente ao social. Daí a importância da subjetividade em que se gera<br />

(FREIRE, 1990:29).<br />

Tem-se que aprender a lidar com esta relação. Ao formular uma teoria da<br />

educação, não se deve negar o social, o objetivo, o concreto, o material nem<br />

acentuar apenas o desenvolvimento da consciência individual. Ao compreender<br />

o papel da objetividade, deve-se, igualmente, estimular o desenvolvimento da<br />

dimensão individual (FREIRE, 1990:30).<br />

Em sua práxis, ele buscava, com clareza, o diálogo entre a dimensão<br />

individual e social. Ele vivia a tensão dialética entre a consciência psicológica<br />

individual e a consciência social, entre a subjetividade e a objetividade. “A<br />

prática de pensar a prática”, ou seja, a leitura do meu estar sendo no mundo, o<br />

sentido do que venho fazendo, é mais do que uma abordagem acadêmica, é<br />

vivência de sua própria teoria do conhecimento.<br />

...eu não fui capaz de clarificar o processo de conscientização tal como o<br />

fiz na prática, produzindo-se, assim, um distanciamento entre a busca de<br />

teorização e a prática que eu fiz. (...) Ao não ter aclarado a questão das classes<br />

sociais, da luta de classes, ao não ter aclarado a dimensão política da educação,<br />

ao não haver aclarado os fundamentos ideológicos que condicionam os próprios<br />

métodos de ação educativa, eu estava abrindo caminho para ser ‘recuperado’,<br />

ainda que esta não fosse a minha prática (FREIRE in BEISIEGEL, 1982:282).<br />

O respeito que ele teve em relação ao “saber de experiência feito” dos<br />

educandos para a construção do conhecimento, teve também pelo seu próprio<br />

saber de experiência feito para construir sua pedagogia. <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong> valorizava<br />

sua prática. O seu discurso, sua teoria, era confrontado com sua prática<br />

permanentemente, buscando a coerência entre o que defendia e o que vivia. Mas,<br />

mais do que isso, buscando a sua permanente superação, exercendo sua vocação<br />

de “ser mais”, humanizando-se continuamente.<br />

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