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LEITURA DO MUNDO - Instituto Paulo Freire

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Pela primeira vez, fazíamos um estudo mais detalhado da escola e da<br />

comunidade. Mas não havia muita clareza de nossa parte quanto à forma de fazê-<br />

lo. A equipe pedagógica do Núcleo de Ação Educativa (NAE) colocou à nossa<br />

disposição alguns modelos de questionários que poderíamos estar aplicando para<br />

levantar os dados. Mas, como era uma experiência nova para todos nós, da escola<br />

e do próprio NAE, nem sempre a equipe dava conta de esclarecer as inúmeras<br />

dúvidas que surgiam. Era um fazer pedagógico que estava se construindo. E<br />

assim fomos caminhando. Analisamos os modelos e preparamos o nosso,<br />

juntando perguntas de um e de outro, as que achávamos mais importantes, e<br />

saímos às ruas para aplicá-lo. Houve dificuldade para montar o questionário,<br />

porque não sabíamos exatamente de que informações fundamentais<br />

necessitávamos. Estando prontos os questionários, não tínhamos muita clareza<br />

das condições de aplicabilidade. Muitos professores entenderam mal algumas<br />

perguntas e, conseqüentemente, obtiveram respostas que pouco esclareceram.<br />

Alguns fizeram as perguntas, mas sem explorar algumas afirmações dos<br />

moradores, para melhor entendermos o queriam dizer. Não sabíamos como<br />

interpretar muitas das informações obtidas. Entendíamos que cabia apenas a nós<br />

a interpretação dos dados e, algum tempo depois, percebemos que algumas coisas<br />

que inicialmente havíamos entendido de uma forma, na verdade, tinham outros<br />

significados para os alunos. Foram muitas as dificuldades para,<br />

interdisciplinarmente, olhar o contexto e transformá-lo em conteúdos de sala de<br />

aula. Estávamos muito presos aos conteúdos seriados, fragmentados, que a nós<br />

eram entregues como pacotes prontos e acabados e não conseguíamos, ou<br />

conseguíamos com muito muita dificuldade, fazer a relação entre as disciplinas e<br />

os “novos conteúdos” que o estudo da realidade apontava. Enfim, não foi para<br />

nós uma tarefa fácil “estudar a realidade”, fazer a relação entre o local e o global,<br />

e dela tirar seus Temas Geradores que, em sala de aula, deveriam ser<br />

problematizados e, assim, aproximarmos nossos alunos criticamente da realidade<br />

em que viviam. Aprendemos fazendo; aceitando os desafios, errando, revendo as<br />

falhas, fazendo de novo...<br />

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