Capa e sumrio ROSA DE SALVIA - Universidade Católica de ...
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conferiram à <strong>Universida<strong>de</strong></strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> própria, diferenciando-a <strong>de</strong> outras instituições<br />
congêneres na região serrana.<br />
Como outras UCs, a UCP nasceu da preocupação missionária da Igreja <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a<br />
religião católica no Brasil, a partir <strong>de</strong> suas elites dirigentes, dado o caráter anticlerical da<br />
República. Respon<strong>de</strong>u às necessida<strong>de</strong>s do contexto socioeconômico, preocupando-se ainda<br />
com as <strong>de</strong>mandas locais e regionais <strong>de</strong> profissionais qualificados. No âmbito <strong>de</strong> uma<br />
socieda<strong>de</strong> que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final da 2ª Guerra Mundial, se urbanizava e se industrializava<br />
rapidamente, formou a mão-<strong>de</strong>-obra especializada que o mercado exigia, mostrando, ao<br />
mesmo tempo, uma aguda sensibilida<strong>de</strong> para os problemas sociais, pertinentes ao gran<strong>de</strong><br />
número <strong>de</strong> fábricas instaladas no município. Cresceu sob o regime militar, que incentivou a<br />
iniciativa privada para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda crescente <strong>de</strong> educação superior, fundada no<br />
convencimento <strong>de</strong> que a promoção pessoal e social <strong>de</strong>pendia do nível <strong>de</strong> escolarização. Sua<br />
expansão, portanto, realizou-se juntamente ao movimento <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> social, nos anos do<br />
chamado milagre econômico. Procurou renovar-se, nos anos <strong>de</strong> 1970, com a implantação da<br />
reforma universitária e a institucionalização da pesquisa. Sofreu com as crises econômicas do<br />
País e suas instabilida<strong>de</strong>s inflacionárias. Ao longo <strong>de</strong>ssa trajetória, foram mostradas as<br />
relações entre a UCP, a Igreja e a socieda<strong>de</strong>, na busca dos movimentos dos atores envolvidos,<br />
para compreen<strong>de</strong>r os caminhos que foram percorridos e as opções feitas.<br />
Tomando como referência Nora (1998), a pesquisa realizada buscou <strong>de</strong>screver ou<br />
narrar os acontecimentos em si, mas também estudar como estes foram elaborados,<br />
transmitidos e percebidos na lembrança individual e coletiva, por meio das testemunhas e do<br />
material documentário e iconográfico analisado. As categorias <strong>de</strong> experiência e <strong>de</strong> espera,<br />
que foram indicadas por Koselleck (1986), orientaram a leitura dos acontecimentos <strong>de</strong>scritos e<br />
<strong>de</strong>stacaram a tensão vivida pelas pessoas que se envolveram na história da UCP, tensão entre<br />
experiências bem ou mal sucedidas e expectativas sempre renovadas, tensão entre memórias<br />
guardadas nas famílias e <strong>de</strong>sejos que estimularam atuações diferentes. Embora a reconstrução<br />
realizada seja parcial, susceptível <strong>de</strong> acréscimos e <strong>de</strong> correções, inscrevendo-se no constante<br />
processo <strong>de</strong> reescrita, que caracteriza a história do presente, tentou-se analisar os fatos<br />
narrados como a “razão suficiente”, segundo a expressão <strong>de</strong> Foschi (2006), para compreen<strong>de</strong>r<br />
a implantação da UCP no contexto da sistematização acadêmica da cultura católica no Brasil,<br />
na segunda meta<strong>de</strong> do século XX.<br />
Divino.