Capa e sumrio ROSA DE SALVIA - Universidade Católica de ...
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Na cerimônia <strong>de</strong> inauguração do Instituto Católico <strong>de</strong> Estudos Superiores, presidida<br />
por Dom Sebastião Leme, estavam presentes Fernando <strong>de</strong> Magalhães (reitor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
do Rio <strong>de</strong> Janeiro), Arquime<strong>de</strong>s Memória (diretor da Escola <strong>de</strong> Belas Artes), e Francisco<br />
Campos (ministro da Educação e Saú<strong>de</strong>), como representante do governo provisório. Tal fato<br />
atesta a aprovação do Estado à nova instituição, que se iria tornar a “semente <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />
árvore frondosa: a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> Brasileira”, como afirmou Alceu Amoroso Lima, no<br />
discurso proferido durante a mesma sessão (SALEM, ibi<strong>de</strong>m, p. 121, nota 38; 122).<br />
Também em âmbito político, manifestou-se uma renovada presença dos católicos.<br />
Dom Sebastião Leme reuniu e formou “li<strong>de</strong>res católicos <strong>de</strong> projeção intelectual e política que<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ssem e irradiassem os propósitos da Igreja no cenário da nação” (LIMA, ibi<strong>de</strong>m, p.<br />
160-161). Ele conseguiu restabelecer a antiga Liga Eleitoral <strong>Católica</strong> (LEC), em 1932, com o<br />
objetivo <strong>de</strong> organizar e instruir os eleitores católicos, para votar em candidatos i<strong>de</strong>ntificados<br />
com os postulados católicos a ser aceitos pelo Legislativo. A Constituinte <strong>de</strong> 1934-1935<br />
acolheu os votos da maioria católica da nação, que não tinham sido reconhecidos<br />
anteriormente e, na Constituição <strong>de</strong> 1934, foram introduzidos esses princípios:<br />
indissolubilida<strong>de</strong> do matrimônio; ensino religioso facultativo nas escolas oficiais do Estado;<br />
assistência religiosa nas Forças Armadas, prisões e hospitais; legislação trabalhista inspirada<br />
nos preceitos <strong>de</strong> justiça social cristã (LIMA, ibi<strong>de</strong>m, p. 149-163).<br />
A <strong>de</strong>fesa da instrução religiosa nas escolas públicas foi motivo <strong>de</strong> uma vasta<br />
polêmica com os educadores liberais e socialistas, pois os católicos viam, na ação dos<br />
chamados Pioneiros da Educação Nova, um projeto <strong>de</strong> monopolização do ensino pelo Estado.<br />
A <strong>de</strong>fesa dos princípios cristãos guiou as intervenções dos lí<strong>de</strong>res católicos, membros do<br />
Centro Dom Vital, na crítica ao naturalismo dos promotores da Escola Nova, que insistiam na<br />
<strong>de</strong>fesa da laicida<strong>de</strong> do ensino e que se empenhavam na expansão da escola pública (MOURA,<br />
2000, p. 113). Como afirma Cury (2005, p. 96), os educadores liberais, acusados <strong>de</strong> serem<br />
permissivos quanto à entrada <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ais americanos e protestantes, <strong>de</strong>fendiam a escola pública<br />
como caminho para a reconstrução nacional, on<strong>de</strong> o po<strong>de</strong>r do Estado seria <strong>de</strong>cisivo,<br />
expandindo o sistema e implantando novos processos <strong>de</strong> aprendizado, baseados nos métodos<br />
científicos. De acordo com Salem (ibi<strong>de</strong>m, p.99), foi especialmente a década <strong>de</strong> 1930 que<br />
conferiu à escola um papel fundamental para a reconstrução do País. Essa supervalorização<br />
i<strong>de</strong>ológica do processo educacional, compartilhada tanto pelos católicos quanto pelos<br />
escolanovistas, gerou uma disputa também política pelo controle do sistema escolar. O<br />
confronto, baseado nas diferentes filosofias pedagógicas, evi<strong>de</strong>nciava a concorrência entre