Capa e sumrio ROSA DE SALVIA - Universidade Católica de ...
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das razões últimas, dos motivos transcen<strong>de</strong>ntes”, afirmando que “é impossível haver uma<br />
verda<strong>de</strong>ira filosofia sem Deus, a causa das causas, o ser necessário”. E concluiu seu discurso<br />
com essas palavras:<br />
Hoje, como na Ida<strong>de</strong> Média, como sempre, está a Igreja perfeitamente a<br />
posto para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o patrimônio do autêntico saber humano na criação das<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong>s. Nem há por que o Estado lhe <strong>de</strong>va rejeitar os passos. Estes<br />
só po<strong>de</strong>rão preparar à Pátria aquela estabilida<strong>de</strong> sem <strong>de</strong>sfalecimentos que<br />
provém dos princípios imutáveis da verda<strong>de</strong> e do bem (p. 2).<br />
Exprimiu, ainda, seus agra<strong>de</strong>cimentos ao governador Miguel Couto Filho, cuja<br />
presença era também sinal do apoio que o governo iria dar às Faculda<strong>de</strong>s. De fato, como se lê<br />
numa carta <strong>de</strong> Dom Cintra ao doutor Guilherme Guinle 26 , em 1955, o mesmo governador<br />
assinou uma lei votada pela Câmara Estadual, autorizando a abertura <strong>de</strong> crédito extraordinário<br />
<strong>de</strong> Cr$ 3.000.000,00 27 para as Faculda<strong>de</strong>s “mediante um acordo, a se firmar, sobre certo<br />
número <strong>de</strong> matrículas gratuitas <strong>de</strong> que disporá o Estado”.<br />
Para autorizar o funcionamento da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia, Ciências e Letras, foi<br />
redigido um relatório <strong>de</strong> verificação 28 , em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1954, elaborado por Sylvia Ferreira<br />
Pinto, inspetora do ensino superior do Ministério da Educação e Saú<strong>de</strong>. A parte final <strong>de</strong>sse<br />
relatório é bastante interessante, pois <strong>de</strong>screve as favoráveis condições, que Petrópolis<br />
apresentava naquela época e que justificavam a sua escolha para se tornar uma cida<strong>de</strong><br />
universitária. Petrópolis era a se<strong>de</strong> do governo fe<strong>de</strong>ral e do governo estadual, durante os<br />
meses do verão, pois aí se instalavam as autorida<strong>de</strong>s da República e o Corpo Diplomático,<br />
além <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stacadas na vida cultural do País. O clima ameno, o ambiente<br />
tranqüilo <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 130.000 habitantes, a proximida<strong>de</strong> da capital fe<strong>de</strong>ral, a localização na<br />
linha <strong>de</strong> uma das principais vias <strong>de</strong> penetração do interior do País, todos estes eram fatores<br />
que tornavam a cida<strong>de</strong> serrana um centro social <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância. Petrópolis era o<br />
segundo parque industrial do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, com cerca <strong>de</strong> 70 fábricas, várias <strong>de</strong>las<br />
com mais <strong>de</strong> 1.000 operários; era se<strong>de</strong> também <strong>de</strong> estabelecimentos <strong>de</strong> crédito dos maiores do<br />
país, entre os quais o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, o Banco <strong>de</strong> Crédito Real<br />
<strong>de</strong> Minas Gerais.<br />
26<br />
Carta encontrada no arquivo da Mitra Diocesana <strong>de</strong> Petrópolis.<br />
27<br />
Valor atualizado na moeda corrente <strong>de</strong> 1º <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2008, através do IGP-DI da fundação Getúlio Vargas: R$<br />
1.206.725,62.<br />
28<br />
Documento encontrado no arquivo da Mitra Diocesana <strong>de</strong> Petrópolis.