Capa e sumrio ROSA DE SALVIA - Universidade Católica de ...
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IGREJA: I<strong>DE</strong>NTIDA<strong>DE</strong> E MISSÃO.<br />
Ao longo dos últimos dois séculos, observa-se um aumento gradual do interesse da<br />
Igreja para com o mundo da universida<strong>de</strong>, cujo sinal é o número e a extensão dos documentos<br />
que enfocam o assunto. De acordo com as premissas metodológicas do presente estudo, estes<br />
documentos oficiais da Igreja <strong>Católica</strong>, especialmente os elaborados no âmbito da Igreja local<br />
brasileira, foram tomados como referência para uma reflexão teórica sobre a UC.<br />
Segundo a análise da CNBB (1988, p. 206-248), os papas do século XIX e do início<br />
do século XX consi<strong>de</strong>ravam a universida<strong>de</strong> como uma instituição que, tendo excluído Cristo e<br />
seu Evangelho, havia-se tornado um ambiente inimigo e perigoso para os católicos, ambiente<br />
que não podia ser evangelizado diretamente, mas por meio da criação, como alternativa, das<br />
Instituições <strong>de</strong> Ensino Superior Católico (IESC) 9 . Na encíclica Militantis Ecclesia (1-8-1897),<br />
o papa Leão XIII (1878-1903) apelou as UCs <strong>de</strong> “fortes cida<strong>de</strong>las”, nas quais a juventu<strong>de</strong><br />
receberia seu ensinamento, na orientação da sabedoria cristã, contra a liberda<strong>de</strong> “<strong>de</strong>senfreada”<br />
do pensamento e da imprensa e contra as falsas concepções sobre as realida<strong>de</strong>s divinas e<br />
humanas. Esta visão é compreensível, quando se leva em conta o anticlericalismo militante do<br />
ambiente científico e universitário do século XIX. Já com o papa Pio XI (1922-1939), apesar<br />
dos acenos à vigilância e à apologética, vislumbra-se uma visão mais favorável. Na Carta<br />
Apostólica Con vivo compiacimento (22-4-1922) ao padre Agostino Gemelli, fundador e<br />
reitor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> do Sagrado Coração <strong>de</strong> Milão, Pio XI <strong>de</strong>screveu as características <strong>de</strong><br />
uma IESC, <strong>de</strong>stacando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “cooperar eficazmente à renovação religiosa e moral<br />
da socieda<strong>de</strong>”; “harmonizar religião e ciência”; “manter bem alta a própria autorida<strong>de</strong> no<br />
campo científico”; “unir ao estudo extenso e profundo das disciplinas humanas um culto não<br />
menos extenso e profundo das verda<strong>de</strong>s católicas”. Na encíclica Divini Magistri (31-12-<br />
1929), o mesmo papa atribuía à Igreja o direito preeminente e privilegiado à educação,<br />
con<strong>de</strong>nando o monopólio estatal sobre a escola; e na Constituição Apostólica <strong>de</strong> 1931, já<br />
citada, ele insistia: “as universida<strong>de</strong>s e faculda<strong>de</strong>s católicas, que são as primeiras em<br />
dignida<strong>de</strong>, se distingam também, em primeiro lugar, entre todos os outros institutos, pela<br />
profun<strong>de</strong>za dos estudos e pelo esplendor das ciências”. Em 1949, o papa Pio XII (1939-1958)<br />
<strong>de</strong>clarou que os princípios cristãos eram a razão <strong>de</strong> ser das IESC, cujo compromisso <strong>de</strong>via ser<br />
o <strong>de</strong> introduzir no corpo social da nação elementos dirigentes e homens <strong>de</strong> cultura que<br />
pela ABESC (Belo Horizonte) em 1978.