Capa e sumrio ROSA DE SALVIA - Universidade Católica de ...

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explicado na introdução do seu estatuto 60 , era destinado aos estudantes que passavam dificuldades financeiras e eram obrigados a interromper o curso e aos que nem sequer podiam iniciar os estudos superiores. Considerando que um diploma de curso superior representava um capital de grande valor, a sua aquisição proporcionaria, concluidos os estudos, uma base econômica suficiente para o resgate do empréstimo em parcelas mensais. Os mutuários do FARUP obrigavam-se a fazer o resgate ao menos a partir do terceiro ano após sua diplomação e dentro de tempo igual àquele em que usufruiram do benefício. Dessa forma desenvolver-se- ia, também, o sentido de responsabilidade, de gratidão e de solidariedade: por um lado, o aluno não recebia uma simples esmola e, por outro, retribuia em benefício de outrem ao menos tanto quanto recebeu. Estes princípios, que orientaram a concepção e a estrutura do Fundo, estavam em profunda sintonia com a natureza da UCP, instituição educativa de reconhecida utilidade pública federal (Decreto n. 68.444 de 30 de março de 1971) e dotada de certificação de Entidade de Fins Filantrópicos. Os recursos do Fundo provinham de dotações tiradas do orçamento da Universidade e de donativos de empresas ou de benfeitores particulares, que desejassem auxiliar os alunos necessitados. Todas as contribuições feitas à Universidade, para aplicação no FARUP, podiam ser deduzidas na declaração do imposto de renda (Decreto n. 58.400, de 10 de maio de 1966). O Fundo iniciou suas atividades em 1967, atendendo a seis alunos da Faculdade de Direito, 14 da de Filosofia e 40 da Escola de Engenharia (RELATÓRIO DA REITORIA À ASSEMBLÉIA UNIVERSITÁRIA DE 2 DE MARÇO DE 1968). O Restaurante Universitário e a Casa do Estudante tornaram-se uma necessidade mais aguda em 1966, quando aumentou consideravelmente o número de alunos, sobretudo de engenharia, não residentes em Petrópolis. No citado “Plano Geral de obras”, Dom Veloso relatou que o Restaurante Universitário foi uma realização devida aos próprios alunos, especialmente Paulo Cesar Vassalo de Azevedo, presidente do Diretório Acadêmico Rui Barbosa (DARB), e Paulo Nunes Alves, presidente do Diretório Estadual dos Estudantes (DEE). Eles perceberam a possibilidade de obter recursos do governo estadual, se a Universidade cedesse o terreno para a construção de um edifício destinado ao Restaurante. De acordo com o então reitor Arthur de Sá Earp, que lhe conferiu credenciais com plenos poderes para tratar com as autoridades estaduais, Paulo Cesar Vassalo de Azevedo concluiu as negociações para a construção do prédio, no terreno do antigo Palace Hotel, utilizando uma Universidade Católica de Petrópolis, julho, 1980, p. 44). 60 O FARUP foi instituído pelo Conselho Universitário, que aprovou também seu estatuto, registrado no Cartório do 4º Ofício, no livro III, sob o n. 328, em 30 de dezembro de 1966.
área de 425 metros quadrados. No entanto, a obra estava preste a ser concluída e os próprios alunos movimentavam-se para obter as instalações necessárias, por meio de verbas estaduais, já prometidas, e de auxílios da Embaixada Americana. No mesmo ano de 1966, o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, José Azeredo Perdigão, que fora convidado na cidade de Petrópolis pelo professor Lúcio Marques de Souza, visitou as obras em andamento na UCP e atribuiu à Universidade um auxílio de $ 1.000.000,00 de escudos portuguêses 61 . Os $ 750.000,00 (25.826,45 dólares, cambiados por NCr$ 69.344,01 62 ), recebidos em janeiro de 1967, foram aplicados para a construção da Oficina Mecânica da Escola de Engenharia, chamada de Pavilhão Gulbenkian. Os restantes $ 250.000,00 escudos (8.750 dólares, recebidos em maio de 1967 e cambiados por NCr$ 23.851,25 63 ) foram destinados para a compra do equipamento de cozinha do Restaurante Universitário. Concluído o prédio, o reitor nomeou duas comissões de alunos, sob a presidência do professor Ivan Gontijo, para cuidar da instalação dos equipamentos e para estudar a organização e o funcionamento do Restaurante. Os trabalhos, porém, foram bem mais morosos do que se esperava e foram completados somente em setembro de 1968 (INFORMATIVO UCP, setembro, 1968, p. 3-4). Ainda no final de 1966, foram adquiridos dois prédios na Rua Monsenhor Bacelar, n. 85 e n. 93, onde passou a funcionar a Faculdade de Filosofia. No ano de 1967, na Escola de Engenharia Industrial, foi deliberado o funcionamento do Curso de Engenharia Elétrica 64 e, na Faculdade de Filosofia, o de Licenciatura de Ciências para o primeiro ciclo 65 . Em maio do mesmo ano, Dom Cintra comunicou ao então presidente da República, marechal Arthur da Costa e Silva, a disponibilidade da UCP para a instalação da Faculdade de Medicina, considerado o problema de vagas excedentes. Esta intenção, porém, não saiu do papel. Por outro lado, também a Fundação Octacílio Gualberto, por meio do doutor Arthur de Sá Earp, pleiteava a autorização ao funcionamento da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FASE). Na petição dirigida as Câmaras de Planejamento e Ensino Superior (Proc. n. 23.667/67, de 9 de junho de 1967), se declarava a possibilidade de 61 Valor atualizado a 18 de julho de 2008: R$ 12.575,15 (fonte: http://ar.finance.yahoo.com). 62 Valor atualizado na moeda corrente de 1º de julho de 2008, através do IGP-DI da fundação Getúlio Vargas: R$ 570,46. 63 Valor atualizado na moeda corrente de 1º de julho de 2008, através do IGP-DI da fundação Getúlio Vargas: R$ 174.871,76. 64 O Curso de Engenharia Elétrica foi reconhecido pelo Decreto n. 72.117 de 24-4-1973. 65 O reconhecimento da Licenciatura de Ciências para o primeiro ciclo houve juntamente ao de Licenciatura plena em Matemática, pelo Decreto n. 83.677 de 3-7-1979.
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