Capa e sumrio ROSA DE SALVIA - Universidade Católica de ...
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estabilida<strong>de</strong> haveriam <strong>de</strong> permanecer na nova administração. Ao final, ele renovou os<br />
agra<strong>de</strong>cimentos pelas <strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> respeito e <strong>de</strong> louvor <strong>de</strong> todos os presentes.<br />
Entre as inúmeras homenagens, que o doutor Arthur <strong>de</strong> Sá Earp recebeu na época <strong>de</strong><br />
sua <strong>de</strong>missão, <strong>de</strong>staca-se uma carta da subdiretora do ensino superior, Nair Fortes Abu<br />
Merhy 56 , que foi publicada no Jornal <strong>de</strong> Petrópolis, a 17 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1966:<br />
Prezado amigo Dr. Arthur <strong>de</strong> Sá Earp, poucas pessoas estarão como eu, na<br />
posição <strong>de</strong> avaliar o que o senhor representou para a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong><br />
<strong>de</strong> Petrópolis. Deu-lhe 13 anos <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> moço, <strong>de</strong> seu entusiasmo, da sua<br />
cultura, da sua fé. O muito que nela se realizou foi, sem dúvida, pela<br />
confiança que o senhor mereceu das autorida<strong>de</strong>s, por isso que, colocando <strong>de</strong><br />
lado seus próprios interesses financeiros, se i<strong>de</strong>ntificou com a causa da<br />
educação do seu Município, do seu Estado, do nosso Brasil. Muitos louvores<br />
lhe serão entoados, mas muitas vozes se calarão. Pouco importa. O que<br />
prevalece é o julgamento da História da Educação Petropolitana, que<br />
gravará, em letras <strong>de</strong> ouro, o que foi o Dr. Arthur <strong>de</strong> Sá Earp Neto, expressão<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação completa a uma causa sagrada, para a qual <strong>de</strong>u tudo quanto <strong>de</strong><br />
melhor tinha. A nossa vida <strong>de</strong> católicos militantes não po<strong>de</strong> ser encarada à<br />
luz do natural. Estou certa <strong>de</strong> que, no momento em que o senhor tanto sofre<br />
com o afastamento da obra que, antes do mais, é sua, estão sendo tecidas, no<br />
Céu, as coroas <strong>de</strong> seu merecimento. Receba, mais uma vez, o meu aplauso.<br />
(a.) Nair Fortes Abu-Merhy. — Rio, 14-6-1966.<br />
A <strong>de</strong>speito das palavras <strong>de</strong> Dom Cintra, que, finalizando seu discurso, exprimiu<br />
admiração para o “fino gesto <strong>de</strong> elegância moral inconfundível” com que o doutor Arthur <strong>de</strong><br />
Sá Earp, vendo a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> em “condições seguras <strong>de</strong> sobrevivência e maturida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>ixava a sua reitoria nas mãos do novo bispo auxiliar da Diocese”, não era intenção do<br />
doutor Arthur <strong>de</strong> Sá Earp <strong>de</strong>ixar a reitoria da UCP. Para ele, como afirmou Nair Fortes Abu<br />
Merhy, foi um “afastamento” da obra que consi<strong>de</strong>rava uma realização pessoal e que chefiava<br />
com a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> sua forte personalida<strong>de</strong>. Sabendo que o mandato <strong>de</strong> reitor terminaria<br />
56 Nair Fortes Abu-Merhy, bacharel e licenciada em Pedagogia pela Faculda<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Filosofia (RJ),<br />
doutorou-se em Administração Escolar e Educação Comparada pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia, Ciências e Letras da<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong> do Paraná em 1958. Nessa Faculda<strong>de</strong> exercia a função <strong>de</strong> professora livre docente. Foi Diretora da<br />
Escola Brasileira <strong>de</strong> Administração Pública em 1964. Des<strong>de</strong> 1963 passou a respon<strong>de</strong>r pela ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />
Administração Escolar e Educação comparada na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> do Brasil (<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>nominada <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro). Foi membro suplente do Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação (CFE) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento <strong>de</strong><br />
sua criação, em 1961. Passou a ser membro titular no início da década <strong>de</strong> 70 (Curriculum vitae publicado na<br />
Revista Documenta n. 107 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1969). O Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação era órgão <strong>de</strong> natureza técnica,<br />
normativa e <strong>de</strong>cisória no âmbito do Ministério <strong>de</strong> Educação e Cultura, com competências específicas, <strong>de</strong>finidas<br />
pela LDB n. 4.024/61, e outras atribuições conferidas por Lei. Era constituído por 24 membros, com mandatos<br />
<strong>de</strong> 06 anos, nomeados pelo Presi<strong>de</strong>nte da República <strong>de</strong>ntre pessoas <strong>de</strong> notável saber e experiência em matéria <strong>de</strong><br />
educação. O CFE funcionou com esse nome e quase a totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas atribuições e funções até o governo do<br />
presi<strong>de</strong>nte Itamar Franco (1992-1995) <strong>de</strong>sativá-lo em 19-10-1994.