07.05.2013 Views

Capa e sumrio ROSA DE SALVIA - Universidade Católica de ...

Capa e sumrio ROSA DE SALVIA - Universidade Católica de ...

Capa e sumrio ROSA DE SALVIA - Universidade Católica de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2 UNIVERSIDA<strong>DE</strong> E IGREJA<br />

2.1 A ORIGEM DAS UNIVERSIDA<strong>DE</strong>S: UM ESBOÇO HISTÓRICO<br />

A complexa realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>finida pelo termo “universida<strong>de</strong>” tem suas raízes na Europa<br />

Medieval. As universitates foram precedidas, cronologicamente, pelos studia particularia,<br />

agremiações acadêmicas situadas em torno às escolas monacais, leigas e episcopais, cuja<br />

clientela e jurisdição eram locais. O afluxo <strong>de</strong> alunos, provenientes <strong>de</strong> todas as partes da<br />

Europa (nationes) a escolas afamadas, como a <strong>de</strong> Paris e <strong>de</strong> Bolonha, tornou-as studia<br />

generalia, <strong>de</strong>tentores do ius ubique docendi, conferido pelo cancelarius (chanceler, quase<br />

sempre o bispo local), na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representante do rei, do imperador e, com maior<br />

freqüência, do papa.<br />

O termo studium, que significa esforço, <strong>de</strong>dicação ou <strong>de</strong>voção, passou a <strong>de</strong>signar o<br />

próprio grupo acadêmico que se entregava ao trabalho intelectual. Como afirma Borrero<br />

(1990, p. 78), as gran<strong>de</strong>s proporções assumidas pelo fenômeno <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong> alunos<br />

para os gran<strong>de</strong>s centros escolares, bem como o renome e a autorida<strong>de</strong> moral dos mestres ou<br />

doutores, que assessoravam príncipes e pontífices, geraram um “po<strong>de</strong>r do saber”, que se<br />

institucionalizou em corporações – as universida<strong>de</strong>s – e assessorou ou serviu <strong>de</strong> árbitro aos<br />

outros dois po<strong>de</strong>res – o do papa e o do imperador –, cujo conflito dominou a história política<br />

da Ida<strong>de</strong> Média. Estas aglutinações acadêmicas ocorriam, freqüentemente, <strong>de</strong> maneira<br />

espontânea, dando origem às universida<strong>de</strong>s ex consuetudine (espontâneas), como a <strong>de</strong><br />

Bolonha (1088), <strong>de</strong> Paris (1125), <strong>de</strong> Oxford (1167), <strong>de</strong> Lisboa/Coimbra (1288). Outras<br />

surgiram ex privilegio (por fundação), a partir, em muitos casos, <strong>de</strong> escolas preexistentes. Por<br />

exemplo, a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Nápoles foi fundada, em 1224, pelo imperador Fre<strong>de</strong>rico II, em<br />

razão <strong>de</strong> suas disputas com a autorida<strong>de</strong> do papa. Um terceiro tipo nasceu ex migratione, ou<br />

seja, <strong>de</strong> uma secessão ocorrida no próprio seio <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> já constituída. Assim, a<br />

<strong>de</strong> Pádua (1222) teve sua origem na <strong>de</strong> Bolonha, a <strong>de</strong> Cambridge (1233) se originou por<br />

migração da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Oxford, enquanto a <strong>de</strong> Orléans (1235) proce<strong>de</strong>u da <strong>de</strong> Paris.<br />

Como assinala Zilles (1993, p. 10), a universida<strong>de</strong> tornou-se uma modalida<strong>de</strong> para a ascensão<br />

social, pois admitia estudantes <strong>de</strong> todas as camadas sociais, inclusive pobres, como filhos <strong>de</strong><br />

camponeses e artesãos, contribuindo para a elaboração <strong>de</strong> uma nova consciência crítica.<br />

Universitas era o termo <strong>de</strong>signativo específico da corporação que tinha por ofício o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!