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Capa e sumrio ROSA DE SALVIA - Universidade Católica de ...

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experiência humana histórica (FOSCHI, 2006, p. 119-121).<br />

Nessa perspectiva, o relato da implantação da UCP exigiu, junto com uma<br />

reconstrução dos esforços e do i<strong>de</strong>alismo <strong>de</strong> seus fundadores, a análise da relação <strong>de</strong> tudo isso<br />

com seu contexto, no qual foram evi<strong>de</strong>nciados dois aspectos principais:<br />

1) a origem <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s e Instituições <strong>de</strong> Ensino Superior (IES) católicas está<br />

relacionada com a história da Igreja católica no Brasil e a formação <strong>de</strong> um grupo consistente e<br />

influente <strong>de</strong> intelectuais católicos, na década <strong>de</strong> 1930;<br />

2) o projeto <strong>de</strong> fundação <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s e IES católicas, i<strong>de</strong>alizado no âmbito <strong>de</strong><br />

uma socieda<strong>de</strong> prevalentemente agrária, no contexto político da República Velha, foi se<br />

concretizando numa fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento industrial.<br />

Para analisar estes temas, à pesquisa das fontes associou-se o estudo da<br />

“bibliografia” relativa à atuação da Igreja católica no âmbito da sistematização acadêmica da<br />

cultura católica no Brasil, na primeira meta<strong>de</strong> do século XX. Em geral, as IES católicas<br />

aparecem consi<strong>de</strong>radas como uma forma supletiva e repetitiva das universida<strong>de</strong>s públicas,<br />

sem originalida<strong>de</strong> e sem contribuição específica (ANTONIAZZI, 1988, p. 316). Por exemplo,<br />

nos escritos <strong>de</strong> Fávero (1977) e <strong>de</strong> Paim (1982), sobre a universida<strong>de</strong> brasileira, não se<br />

encontram referências às contemporâneas universida<strong>de</strong>s e IES católicas. Cunha (1989, p. 20),<br />

referindo-se a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro (PUC-Rio), utiliza a imagem<br />

gramsciana <strong>de</strong> “muletas da Igreja” para amparar a incapacida<strong>de</strong> pedagógica do Estado, na<br />

época <strong>de</strong> Vargas. A minuciosa análise <strong>de</strong> Salem (1922), sobre a origem da mesma PUC-Rio,<br />

conclui que “seu perfil confessional e seu caráter <strong>de</strong> obra militante se <strong>de</strong>svaneceram. O<br />

projeto inicial [...] morreu no nascedouro” (SALEM, ibi<strong>de</strong>m, p.134). Quanto a esse aspecto<br />

interpretativo, Antoniazzi (ibi<strong>de</strong>m, p.318) <strong>de</strong>staca que é importante não confundir os objetivos<br />

últimos das universida<strong>de</strong>s e IES católicas, que coinci<strong>de</strong>m com a visão antropológica cristã e<br />

com a própria fé, com os objetivos instrumentais, historicamente situados, que são tentativas<br />

<strong>de</strong> concretizar aqueles objetivos últimos numa situação histórica contingente e transitória.<br />

De acordo com Foschi (2006, p. 94), não está aqui em discussão a liberda<strong>de</strong><br />

interpretativa, mas o exercer corretamente a análise historiográfica, que precisa ter em conta o<br />

objeto ao qual se aplica. Para uma a<strong>de</strong>quada interpretação da atuação da Igreja na história, o<br />

historiador não po<strong>de</strong> prescindir do que ela proclama ser sua natureza, resultante do dúplice<br />

elemento humano e divino (Concílio Vaticano II, Lumen Gentium, 8). O mesmo autor<br />

continua afirmando que o critério <strong>de</strong> análise, <strong>de</strong>terminado pelo objeto, é o <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar

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