Capa e sumrio ROSA DE SALVIA - Universidade Católica de ...

guerra do Vietnã, a contestação universitária de 1968, a revolução cultural chinesa, a invasão
soviética de Praga, um período de muitos conflitos nas fábricas e de altos níveis de violência
por toda parte, juntamente ao enrijecer-se da contraposição política do mundo bipolar.
Tomando como exemplo a atuação da Igreja do pós-concílio, o papa Paulo VI (1963-1978)
exortou as UC a promover o diálogo com todas as culturas, com os ateus, com os não cristãos,
com os cristãos de outras confissões, mas “mantendo intacto o caráter de UC [...], procurando
a plena ortodoxia da doutrina, o respeito ao magistério da Igreja, a fidelidade à hierarquia e à
Sé Apostólica”, sem relativismo doutrinal ou mimetismo moral (DISCURSO AOS
REITORES DAS IESC, 6-8-1975). Por ocasião da beatificação de José Moscati, médico e
professor universitário, Paulo VI ressaltou: a harmonia entre ciência e fé, na vida deste
professor; a possibilidade de viver cristã e santamente no difícil ambiente da universidade, a
dificuldade e o sacrifício que advêm do ser cristão neste ambiente; a sua dedicação aos mais
pobres (Roma, 16-11-1975).
Voltando à América Latina, durante a primeira Conferência Geral do Episcopado
Latino-Americano (1955), o papa Pio XII havia promovido a criação do Conselho Episcopal
Latino-Americano (CELAM), instaurando as premissas de uma nova dinâmica de colaboração
entre todos os bispos e as igrejas locais da América Latina. Na fase de renovação gerada pelo
Concílio Vaticano II, a Igreja católica da América Latina promoveu estudos sobre a
identidade e a missão das UCs, especialmente por meio do programa da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Associação Brasileira de Escolas Superiores Católicas
(ABESC).
A Comissão de Educação do CELAM, em 1967, elaborou o documento de Buga
(Colômbia), no qual se afirma que a identidade católica dever ser “a inspiração, a alma da
própria universidade”, sem “catolicizar” a ciência, mas promovendo “o diálogo
institucionalizado entre a ciência, a técnica e as artes, de um lado, e de outro, a filosofia e a
teologia”. Acrescenta-se, em seguida, a liberdade e o respeito à pessoa, em compromisso com
o momento histórico vivido pelo continente americano. Da segunda Conferência Geral do
Episcopado Latino-Americano, realizada na cidade colombiana de Medellín, no ano de 1968,
resultou o documento denominado A Igreja na atual transformação da América Latina à luz
do Concílio. No contexto da denominada opção preferencial pelos pobres, o capítulo 2 exorta
para que colégios, seminários e universidades sejam lugares onde “se forme um sadio sentido
crítico da situação social e se fomente a vocação do serviço”.
O capítulo 4, sobre a educação, insistindo na mesma linha do Concílio Vaticano II,