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a sociedade portuguesa da segunda metade do século xviii

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epresentam, a reali<strong>da</strong>de e de como esta concepção orienta suas práticas<br />

sociais.<br />

2.4 A representação em <strong>socie<strong>da</strong>de</strong>s <strong>do</strong> Antigo Regime<br />

Chartier:<br />

Para o historia<strong>do</strong>r <strong>da</strong>s <strong>socie<strong>da</strong>de</strong>s <strong>do</strong> Antigo Regime,nas palavras de<br />

Construir a noção de representação como o instrumento essencial <strong>da</strong><br />

análise cultural é investir de uma pertinência operatória um <strong>do</strong>s<br />

conceitos centrais manusea<strong>do</strong>s nestas <strong>socie<strong>da</strong>de</strong>s. A operação de<br />

conhecimento está, assim, liga<strong>da</strong> ao utensílio nacional que os<br />

contemporâneos utilizavam para tornar sua própria <strong>socie<strong>da</strong>de</strong> menos<br />

opaca ao entendimento. 30<br />

Nas definições antigas, segun<strong>do</strong> Chartier, os conceitos correspondentes<br />

à palavra "representação” mostram duas famílias de senti<strong>do</strong> aparentemente<br />

contraditórias: Se tem, de um la<strong>do</strong>, a representação que faz ver uma ausência,<br />

o que supõe uma distinção clara entre o que representa e o que é<br />

representa<strong>do</strong>; de outro, é a apresentação de uma presença, a apresentação<br />

pública de uma coisa ou de uma pessoa. 31 No primeiro conceito, Chartier diz<br />

que a representação é o instrumento de um conhecimento imediato que faz ver<br />

um objeto ausente substituin<strong>do</strong>-lhe uma "imagem" capaz de repô-lo em<br />

memória e de "pintá-lo" tal como é. 32 Dessas imagens, algumas são totalmente<br />

materiais, substituin<strong>do</strong> ao corpo ausente um objeto que lhe seja semelhante ou<br />

não: tais os manequins de cera, de madeira ou couro que eram postos sobre a<br />

uma sepulcral monárquica durante os funerais <strong>do</strong>s soberanos franceses e<br />

ingleses ou, mais geralmente e outrora, o leito fúnebre vazio e recoberto por<br />

um lençol mortuário que "representa" o defunto, 33 de acor<strong>do</strong> com as idéias de<br />

Chartier sobre o assunto.<br />

As formas de teatralização <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social na <strong>socie<strong>da</strong>de</strong> <strong>do</strong> Antigo<br />

Regime dão o exemplo mais manifesto de uma perversão <strong>da</strong> relação de<br />

representação. To<strong>da</strong>s visam, de fato, a fazer com que a coisa não tenha<br />

30 CHARTIER, Roger. O mun<strong>do</strong> como representação. In:_____. Estu<strong>do</strong>s Avança<strong>do</strong>s. Vol. 5. No. 11. São<br />

Paulo. 1991, tira<strong>do</strong> <strong>do</strong> site www.scielo.br<br />

31 Idem<br />

32 Idem<br />

33 Idem<br />

16

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