Análise da escrita ortográfica de crianças em diferentes ... - UFRJ
Análise da escrita ortográfica de crianças em diferentes ... - UFRJ
Análise da escrita ortográfica de crianças em diferentes ... - UFRJ
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Apesar <strong>da</strong> aquisição do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>escrita</strong> pela criança ocorrer <strong>de</strong> forma<br />
gradual conforme também advogado por Ferreiro & Teberosky (1985), a<br />
universali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma etapa silábica como precursora <strong>da</strong> <strong>escrita</strong> alfabética po<strong>de</strong><br />
ser contesta<strong>da</strong>, tendo <strong>em</strong> vista as diferenças nas ortografias <strong>de</strong> diversas línguas e<br />
as varia<strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> ensino as quais as <strong>crianças</strong> são submeti<strong>da</strong>s (Correa,<br />
2001). Logo, é possível que as <strong>crianças</strong> produzam uma <strong>escrita</strong> que faça l<strong>em</strong>brar a<br />
<strong>escrita</strong> silábica, porém, s<strong>em</strong> a intenção <strong>de</strong> representar uma letra para ca<strong>da</strong> sílaba.<br />
Alguns estudos apresentam evidências <strong>em</strong>píricas que contrariam a<br />
existência <strong>de</strong> uma etapa silábica na aquisição <strong>da</strong> língua <strong>escrita</strong>. Rego (1995)<br />
realizou um estudo com 57 <strong>crianças</strong> inglesas que cursavam a primeira série <strong>de</strong><br />
uma escola <strong>da</strong> re<strong>de</strong> pública. O objetivo do estudo foi examinar a relação entre a<br />
compreensão que as <strong>crianças</strong> inglesas <strong>de</strong>monstravam sobre o princípio<br />
alfabético, através <strong>de</strong> sua <strong>escrita</strong> espontânea, e o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>em</strong> leitura após<br />
freqüentar<strong>em</strong> uma classe <strong>de</strong> alfabetização. O resultado do estudo mostrou que<br />
para as <strong>crianças</strong> inglesas, a fonetização <strong>da</strong> <strong>escrita</strong> começa com a representação<br />
do som inicial <strong>da</strong>s palavras, segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma representação parcial on<strong>de</strong> aparece<br />
o som final <strong>da</strong>s palavras e finalmente a <strong>escrita</strong> alfabética. No estudo, não houve<br />
registro <strong>de</strong> representações silábicas. No processo <strong>de</strong> aquisição <strong>da</strong> <strong>escrita</strong>,<br />
observa-se a níti<strong>da</strong> preferência <strong>da</strong>s <strong>crianças</strong> inglesas <strong>em</strong> representar os sons<br />
consonantais iniciais (Rego, 1995), diferent<strong>em</strong>ente <strong>da</strong>s <strong>crianças</strong> portuguesas e<br />
espanholas, que representam com mais freqüência os sons vocálicos. A partir do<br />
momento que a criança estabelece uma relação entre letra e som <strong>de</strong> forma mais<br />
sist<strong>em</strong>ática, ela começa a internalizar o princípio alfabético e sua <strong>escrita</strong> se<br />
transforma, tornando-se mais próxima <strong>da</strong>s convenções lingüísticas.<br />
27