Análise da escrita ortográfica de crianças em diferentes ... - UFRJ
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somente quando estamos aptos a produzir e a compreen<strong>de</strong>r textos é que estamos<br />
<strong>de</strong> fato letrados. Produzir textos, porém, é uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> complexa.<br />
Des<strong>de</strong> cedo, as <strong>crianças</strong> começam a <strong>de</strong>senvolver a habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> contar<br />
histórias. Embora este fato pareça bastante natural, ele faz parte <strong>de</strong> um processo<br />
<strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> que começa no próprio ambiente familiar e <strong>de</strong>pois se amplia<br />
com o ingresso na escola. Crianças que começam a ouvir histórias b<strong>em</strong> cedo e<br />
entram logo <strong>em</strong> contato com livros e revistas po<strong>de</strong>rão ter maior facili<strong>da</strong><strong>de</strong> na hora<br />
<strong>de</strong> produzir suas histórias. Segundo Spinillo (2001) a habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir<br />
histórias apresenta um <strong>de</strong>senvolvimento gradual influenciado por alguns fatores<br />
como i<strong>da</strong><strong>de</strong>, escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e as interações sociais vivencia<strong>da</strong>s pela criança. A<br />
produção <strong>de</strong> histórias é, portanto, uma habili<strong>da</strong><strong>de</strong> que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento e vivência pessoal para se aprimorar.<br />
A aquisição <strong>da</strong> estrutura narrativa <strong>em</strong> <strong>crianças</strong> ocorre <strong>de</strong> forma gradual,<br />
sendo influenciado por fatores como a i<strong>da</strong><strong>de</strong> cronológica, o nível pe<strong>da</strong>gógico e<br />
contato com textos no ambiente familiar. Hudson e Shapiro (1991, citado por<br />
Spinillo, 2001) solicitaram que <strong>crianças</strong> <strong>de</strong> 4, 6, e 8 anos produziss<strong>em</strong> oralmente<br />
narrativas diversas: relatos <strong>de</strong> experiência pessoal, scripts e histórias. Observou-<br />
se que as <strong>crianças</strong> <strong>de</strong> 4 anos produziram textos com poucos componentes<br />
próprios <strong>de</strong> histórias como marcadores lingüísticos <strong>de</strong> abertura e fechamento,<br />
seqüência t<strong>em</strong>poral níti<strong>da</strong>, um probl<strong>em</strong>a e um <strong>de</strong>sfecho. Já as produções <strong>de</strong><br />
<strong>crianças</strong> <strong>de</strong> 6 anos incluíam com maior freqüência uma situação-probl<strong>em</strong>a e um<br />
final <strong>de</strong>finidos, porém n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre articulado com a trama <strong>da</strong> história. Finalmente,<br />
as <strong>crianças</strong> <strong>de</strong> 8 anos produziram histórias com introdução, situação-probl<strong>em</strong>a,<br />
resolução e um final b<strong>em</strong> articulado com a trama <strong>da</strong> história. Concluiu-se então<br />
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