cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio
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Introdução<br />
A <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong>, a midiatização e a fragmentação da <strong>identidade</strong> são importantes<br />
fatores que constituem a <strong>pós</strong>-<strong>modernidade</strong>. Ten<strong>do</strong> como principal objetivo analisar a relação<br />
entre estas categorias no contexto das telenovelas brasileiras, este trabalho inicia com uma<br />
explanação <strong>do</strong>s diferentes conceitos <strong>do</strong> que é o <strong>pós</strong>-moderno, para depois se concentrar na<br />
importância da <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong> dentro deste contexto e na possível influência desta na<br />
fragmentação da <strong>identidade</strong> e formação <strong>do</strong>s estilos de vida.<br />
O perío<strong>do</strong> que se inicia na segunda metade <strong>do</strong> século XX, chama<strong>do</strong> por alguns autores<br />
de <strong>pós</strong>-<strong>modernidade</strong>, transição da <strong>modernidade</strong> para a <strong>pós</strong>-<strong>modernidade</strong> ou <strong>modernidade</strong><br />
tardia, marca a consolidação da <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong>, que se fortaleceu com o <strong>pós</strong>-fordismo ou<br />
capitalismo flexível, com a compressão espaço-tempo e a aceleração no fluxo de informações.<br />
Os meios de comunicação, influencia<strong>do</strong>s pela industrialização, pelo <strong>pós</strong>-fordismo e pela<br />
criação de redes mundiais de difusão de informações, passaram a mediar a grande maioria das<br />
relações sociais das <strong>cultura</strong>s capitalistas urbanas ocidentais, substituin<strong>do</strong>, nas comunidades, as<br />
instituições reprodutoras e difusoras das tradições, como a família e a escola. Sodré (2002)<br />
intitula este fenômeno de midiatização. Os estu<strong>do</strong>s de Castells (2000) contribuem para a<br />
análise <strong>do</strong> fenômeno, sob a ótica da aceleração <strong>do</strong> fluxo de informações e da transformação<br />
das relações de primárias, baseadas na afetividade, para associativas e baseadas na troca de<br />
interesses.<br />
Através da midiatização, a <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong> se difunde e contribui para a<br />
fragmentação da <strong>identidade</strong> e formação <strong>do</strong>s estilos de vida, que, de acor<strong>do</strong> com Featherstone<br />
(1995), são opções de individualização e auto-expressão baseadas na aparência e no poder de<br />
<strong>consumo</strong> e para Hall (2003) são formas móveis de <strong>identidade</strong>. O eixo identitário, até então<br />
alicerça<strong>do</strong> na <strong>cultura</strong> tradicional - na qual origem familiar e os títulos de nobreza<br />
determinavam quem eram os indivíduos - passa a estar atrela<strong>do</strong> à aparência e à <strong>cultura</strong> de<br />
<strong>consumo</strong>, se modifican<strong>do</strong> constantemente para atender aos padrões midiáticos. As relações e<br />
instituições passam a ser fluidas e transitórias. Essa transformação na <strong>identidade</strong> é um <strong>do</strong>s<br />
principais fatores que caracterizam a <strong>pós</strong>-<strong>modernidade</strong>, de acor<strong>do</strong> com Slater (2002). Na<br />
impossibilidade de responder a esta questão abrangen<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o universo <strong>do</strong>s meios de<br />
comunicação, neste trabalho a discussão se concentrará nas telenovelas brasileiras, se deten<strong>do</strong><br />
à análise <strong>do</strong>s estilos de vida propostos pela trama e a relação destes com a <strong>cultura</strong> de<br />
<strong>consumo</strong>, estudan<strong>do</strong> ainda o mecanismo através <strong>do</strong> qual o público pode se identificar com as<br />
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